Sonho partilhado
Jogadoras de vôlei de praia Ágatha Bednarczuk e Eduarda “Duda” Lisboa – Foto Diogo Santos/Divulgação

Sonho partilhado

A dupla de vôlei de praia formada por Ágatha Bednarczuk, de 33 anos, e Duda Lisboa, de 18 anos, quer chegar junta às Olimpíadas de Tóquio

por Luiz Humberto Monteiro Pereira

humberto@esportedefato.com.br

Após o ouro no Campeonato Mundial de Vôlei de Praia na Holanda, em 2015, e a primeira colocação no Circuito Mundial daquele ano, Ágatha Bednarczuk e Bárbara Seixas chegaram como favoritas às Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Mas perderam a final para as alemãs Laura Ludwig e Kira Walkenhorst e, após receberem suas medalhas de prata, a parceria de cinco anos foi desfeita. Aos 33 anos e com a necessidade de formar uma nova dupla, a paranaense Ágatha optou por uma das jogadoras mais promissoras da nova geração. Em 2013, com apenas 15 anos, a sergipana Eduarda “Duda” Lisboa sagrou-se campeã mundial sub-19, ao lado de Tainá. Em 2014, conquistou o bicampeonato mundial sub-19 jogando com Andressa e, no mesmo ano, venceu as Olimpíadas da Juventude, na China, com Ana Patrícia, com quem também conquistou o Mundial Sub-21, em 2016. Agora, aos 18 anos, iniciou em janeiro seu primeiro ciclo olímpico. “Gosto da postura da Ágatha, de sua felicidade de jogar e do fato dela ser muito parceira dentro da quadra”, levanta Duda. “É uma menina que sabe quais são seus objetivos, as marcas que quer bater. Isso mostra foco”, devolve Ágatha.


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Esporte de Fato – Como vêem a possibilidade de disputarem juntas os Jogos de Tóquio, em 2020?

Ágatha – É o objetivo principal do nosso time. A estrada ainda é longa, apesar de que já está logo ali. Faltam pouco mais de três anos para as Olimpíadas de Tóquio.

Duda – Temos apenas quatro meses de parceria. Nosso foco total é chegar às Olimpíadas em 2020, mas tem muito ainda pra acontecer. Temos muita coisa ainda para crescer como time, muitos torneios para jogar…

Esporte de Fato – Em uma dupla de vôlei, onde duas pessoas treinam e viajam juntas o ano inteiro, a convivência acaba sendo muito intensa. Como é a convivência de vocês?

Ágatha – Eu brinco que é como um casamento sem sexo. É um relacionamento, não tem jeito. O time tem de se dar bem fora de quadra. Sempre gostei de criar laços fortes com as pessoas com quem jogo e com a Duda não está sendo diferente. A gente está buscando se conhecer muito. Criar esses laços gera uma confiança, uma química, e isso se reflete dentro de quadra. Passo mais tempo com a Duda do que com a minha família, que mora no Paraná.

Duda – É uma relação muito próxima. Você joga e convive todos os dias. Acaba surgindo uma relação muito boa e desenvolvendo uma amizade. É importante que essa convivência seja a melhor possível.

Esporte de Fato – Como se iniciaram no vôlei de praia?

Ágatha – Eu já jogava vôlei de quadra há dez anos, estava de férias lá em Paranaguá e uma amiga me chamou para bater uma bolinha na areia. Na época, eu nem gostava muito desse negócio de areia, de ficar “à milanesa”… Mas achei legal o convite e fui jogar. A gente participou de uns torneios de verão e ganhou. Aquilo me animou para caramba.

Duda – Minha mãe, Cida Lisboa, foi jogadora de vôlei e criou uma escolinha, o Centro Técnico Cida Vôlei, em São Cristóvão, que fica na Região Metropolitana de Aracajú, em Sergipe. Por isso, entrei na escolinha de vôlei de praia já com 5 anos. Sempre viajava pra ver ela jogar desde novinha e agora estou sou eu que estou nesse mundo do vôlei de praia…

Esporte de Fato – Como é a rotina diária de treinos?

Duda – Treinamos no Marina Barra Clube, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Todas as manhã temos treinamento com o bola. À tarde, três vezes por semana musculação e três vezes treino físico. Folga, só no domingo.

Ágatha – Além dos treinos com bola e dos físicos, tem a parte de fisioterapia, psicólogo, endocrinologista… E, na época das competições, ainda analisamos os vídeos dos adversários em casa!

Esporte de Fato – Sobra tempo para outras atividades?

Ágatha – Cursei um ano e meio de Jornalismo, mas não consegui concluir por falta de tempo. Trabalho à distância com um projeto social em Paranaguá, no Paraná, há 9 anos. Criei um centro de treinamento de esportes de areia, onde ensinamos gratuitamente vôlei de praia e futebol de areia, para crianças dos 7 aos 17 anos, com apoio da Prefeitura e de empresas locais. Já passaram pelo projeto mais de 8 mil alunos. Meu marido Renan me dá muita força nesse projeto também. Ainda não consegui voltar para o meu inglês…

Duda – O vôlei toma praticamente todo o meu tempo, mas faço também um curso de inglês.

Esporte de Fato – Nos circuitos brasileiro e mundial, quais são as próximas competições que irão disputar?

Duda – No Circuito Brasileiro, a gente tem o Superpraia no Rio de Janeiro, no final de abril, que finaliza a temporada 2016/2017.

Ágatha – Já no Circuito Mundial, teremos a etapa do Rio de Janeiro, na terceira semana de maio, provavelmente no Parque Olímpico da Barra.

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