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Seguir a Jesus
DEZ/2016 – pág. 34
“Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Pois, todo aquele que quiser salvar sua vida vai perdê-la, mas o que perder sua vida por causa de mim vai encontrá-la. O que adianta ao homem ganhar o mundo todo mas arruinar sua vida?” (Mateus, cap. 16, vs. 24 a 26)
Muitos falam em seguir a Jesus como se fosse algo fácil. Geralmente se entende que basta filiar-se a uma determinada escola religiosa denominada cristã e observar algumas de suas orientações. Há até quem pensa que, fazendo isso, vai encontrar algum tipo de solução para seus problemas materiais, como melhorar a situação financeira, resolver questões de relacionamento interpessoal, etc. Entretanto, pelas próprias palavras do Mestre, segui-Lo é algo muito mais sério e profundo.
“Se alguém quer vir após mim” – É necessário querer. A escolha é do próprio interessado, que é livre para decidir diante das diversas alternativas que a vida oferece. Sem a vontade dele, nada acontecerá.
“Negue a si mesmo” – É imprescindível a transformação íntima, o que implica em se autoexaminar. Conhecer-se, identificar o que deve ser mudado nos seus sentimentos, pensamentos e atitudes. Deverá adequar-se ao roteiro de Jesus. Por certo isto não vai acontecer a curto prazo, é trabalho demorado, implica no autodescobrimento, aceitar-se como é e realizar as modificações necessárias.
“Tome a sua cruz” – Significa empenhar-se na realização das tarefas confiadas a cada um. Viver corretamente, fazendo o melhor a seu alcance; cumprir os deveres junto à família, no trabalho profissional, na sociedade, em todo lugar, enfim. Cada um tem o seu papel a desempenhar, ou sua cruz, isto é, sua missão. Encontrar o sentido da vida, o seu lugar. Assumir sua responsabilidade, não ser um escapista, mas alguém que faz a sua parte. Não importa se é um papel importante, tarefa de grande repercussão, ou se algo que os outros nem tomam conhecimento.
“Siga-me” – Seguir o Cristo é diferente de seguir os cristãos. Quem segue Jesus está sempre em boa companhia e não sofre decepções. Procura conhecer seus ensinos e se orientar por eles. Seguir aos cristãos é outra coisa. Estes, como todos os Espíritos em evolução no planeta, são imperfeitos, e ensinam preceitos e exigem comportamentos que nada têm a ver com a doutrina do Mestre. É necessário estudo, discernimento, reflexão, para saber o que é de Jesus, o que está de acordo com as Leis Divinas, e o que é coisa dos homens.
“O que quer salvar sua vida, perde-a” – Ocorre porque a criatura quer salvar sua vida do ponto de vista material. Quer ser um vencedor aqui na Terra; ganhar muito dinheiro, ser considerado pelos demais, ter poder. E nesta busca do sucesso do ponto de vista material permite que a vaidade, o orgulho, o egoísmo tomem conta de seus pensamentos e ações. Acaba “se perdendo”, ou seja, perdendo o tempo na busca das coisas transitórias, que não constituem aquisições reais do Espírito.
“E quem perde sua vida por causa do Mestre, encontra-a” – “Perde a vida” porque se desapega dos êxitos materiais, renuncia aos primeiros lugares, na Terra. Em vez de servir-se procura servir o próximo mais necessitado. E assim ganha a vida porque aproveita o tempo para evoluir espiritualmente. Investe no seu despertamento espiritual. Conquista os bens que “os ladrões não roubam e a traça não come”. Aprofunda a compreensão sobre as Leis Divinas, afeiçoa seu modo de ser a essas Leis. Liberta-se das paixões inferiores, encontra a paz e a felicidade.
“O que adianta ao homem ganhar o mundo, mas arruinar sua vida?” – Ganhar o mundo, ter muito dinheiro, poder, fama, é o sonho de muitos. Entretanto, se a pessoa conseguir tudo isso, praticando atos contrários às Leis Divinas, ou seja, se não for honesta, se não observar a ética, se não tiver solidariedade, compaixão, amor para com o seu próximo, parece ter ganho o mundo, mas são vitórias ilusórias, só de aparência. Tudo que é relacionado com a vida material é passageiro. Vem a velhice, a morte do corpo físico, e todas aquelas conquistas nada mais significarão. E ainda lhe acarretam dificuldades no futuro porque, pela lei de causa e efeito, terá que reparar todo prejuízo, todo dano causado aos outros. E aí compreenderá que não valeu a pena tanto esforço para a realização de tais conquistas.
José Argemiro da Silveira
Autor do livro: Luzes do
Evangelho, Edições USE