Republicanos conquistam maioria no Senado dos EUA

Republicanos conquistam maioria no Senado dos EUA

Confirmando previsões, partido terá controle total também da Câmara. Democrata, Obama terá de encerrar governo com oposição no Congresso.

61824_Papel-de-Parede-Bandeira-dos-Estados-Unidos-da-America--61824_1024x768Confirmando as expectativas, o Partido Republicano manteve o controle da Câmara e conquistou a maioria das cadeiras do Senado nas eleições legislativas dos Estados Unidos desta terça-feira (4), de acordo com projeções da imprensa norte-americana. Com isso, o presidente democrata Barack Obama terá de enfrentar forte oposição nos últimos dois anos de governo.

Segundo a “CBS News”, os republicanos obtiveram 226 das 435 cadeiras da Câmara de Representantes, enquanto a NBC aponta 242 cadeiras para os opositores ao presidente Obama. Resultados são semelhantes nos portais dos principais jornais do país, como o “The New York Times”, e “Washington Post”.

As agências internacionais de notícias Efe, France Presse e Reuters também dão como certa a vitória republicana nos EUA.


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O controle total do Congresso por parte dos republicanos não acontecia desde 2006 e determina um horizonte difícil para o fim da presidência a Obama, que acompanhou a disputa da Casa Branca. “O presidente está seguindo os resultados da Casa Branca e falou com candidatos à Câmara, ao Senado e aos governos estaduais dos dois partidos”, disse o porta-voz de Obama, Josh Earnest, em seu perfil oficial no Twitter.

A Carolina do Norte foi o sexto estado, junto com Arkansas, Dakota do Sul, Montana, Virgínia Ocidental e Colorado, onde as cadeiras passaram dos democratas para os republicanos, o que deu aos conservadores o controle absoluto do Congresso durante os dois últimos anos de mandato de Obama.

De acordo com a “CNN”, os republicanos venceram ainda em estados como a Georgia, Kentucky, Maine, Mississippi, Nebraska, Oklahoma, Carolina do Sul, Tennessee, Texas e Wyoming.

No total, cerca de 145 milhões de eleitores foram às urnas em 36 estados e renovaram a totalidade dos 435 membros da Câmara dos Representantes, os governos estaduais e um terço das 100 cadeiras do Senado, cujo controle era do Partido Democrata.

Senado
Na disputa pelo Senado, os republicanos assumiram o controle da casa, com Mitch McConnell, vitorioso no Kentucky, surgindo como o nome forte do partido na Câmara Alta. “Está na hora de seguir em outra direção”, disse McConnell, de 72 anos. “Mas temos a obrigação de trabalhar juntos nos temas onde possamos estar de acordo”.

As redes de televisão também apontam a vitória da republicana Shelley Moore Capito na Virgínia Ocidental, sucedendo o democrata Jay Rockefeller; e no Arkansas, onde o republicano Tom Cotton derrotou o democrata Mark Pryor.

Cotton, um veterano das campanhas militares no Iraque e Afeganistão, conseguiu uma vitória no estado natal do ex-presidente Bill Clinton, aproximando os republicanos do objetivo de conquistar, ao menos, 51 cadeiras no Senado. Segundo a emissora “NBC News”, entre os políticos que receberam um telefonema de Obama está justamente o vencedor em Arkansas.

No Colorado, o republicano Cory Gardner conquistou a cadeira para o Senado, derrotando o democrata Mark Udall, segundo as redes de TV, que também apontam vitórias republicanas em Montana, Dakota do Sul e Iowa.

A primeira cadeira a mudar de mãos foi na Virgínia Ocidental, onde a congressista Shelley Moore Capito venceu a democrata Natalie Tennant, que tentava conservar a cadeira que pertencia a seu correligionário Jay Rockefeller, que está se aposentando depois de representar seu estado por 30 anos.

A política republicana, de 60 anos, marcou outro feito histórico ao se transformar na primeira mulher a representar esse estado no Senado federal em mais de 50 anos.

“O povo americano depositou sua confiança no partido republicano. Isso representa uma rejeição das políticas fracassadas do presidente Obama e do Senado disfuncional de Harry Reid”, disse em comunicado o presidente do Comitê Nacional Republicano (RNC, sigla em inglês), Reince Priebus.

Por sua vez, o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, reconheceu a vitória dos conservadores e parabenizou o senador Mitch McConnell, que a partir de janeiro ocupará seu posto.

Estados
Governadores republicanos venceram disputas-chave nos importantes estados da Flórida, Michigan e Wisconsin.

Em campanhas moldadas pelas preocupações dos eleitores com a recuperação econômica, os republicanos também venceram as disputas estaduais nos redutos democratas de Massachusetts, Maryland e no berço político do presidente Barack Obama, Illinois, segundo projeções.

O controle dos governos estaduais é visto como decisivo na disputa de 2016 pela Casa Branca, quando os candidatos à Presidência usam os governadores para obter o apoio Estado a Estado a caminho de uma possível vitória.

Os republicanos entraram nas eleições ocupando os governos de 29 dos 50 Estados, e devem aumentar esse número em pelo menos mais dois após a votação de terça-feira em 36 Estados.

Na Flórida, o governador republicano Rick Scott conseguiu se manter no cargo, superando por mínima diferença o democrata Charlie Crist.

Scott, um empresário de 61 anos, obteve 48% dos votos, contra 47% de Crist, um advogado de 58 anos que governou a Flórida entre 2007 e 2011 como republicano e agora tentava voltar como democrata.

O suspense na Flórida, onde o voto latino tem peso decisivo, prosseguiu até o fim. As pesquisas apontavam um empate técnico até o dia da votação. Scott superou Crist por pouco mais de 70 mil votos.

A eleição era acompanhada por todo o país, já que a Flórida é considerada um estado aberto, ou seja, não é democrata nem republicano.

Ter um governador aliado pode ajudar os republicanos na eleição presidencial de 2016, que deve ser definida por estados como a Flórida.

Obama
Nas chamadas “midterms”, tradicionalmente cruéis para o partido no poder, os eleitores renovaram as 435 cadeiras da Câmara de Representantes, 36 das 100 cadeiras do Senado, e 36 dos 50 governadores de Estados.

Obama admitiu nesta terça que o mapa eleitoral este ano foi particularmente desfavorável para os democratas. “É, provavelmente, o pior grupo possível de estados para os democratas desde Dwight Eisenhower”, disse Obama à rádio WNPR.

Para o senador Rand Paul, visto como um possível candidato republicano para a eleição presidencial de 2016, “o vento está a nosso favor”. “Acho que as pessoas estão prontas para uma nova liderança”.

“Será uma grande vitória, uma grande noite”, antecipou o senador John Cornyn, segunda figura dos republicanos no Senado.

Nos EUA, historicamente, o partido do presidente em exercício perde as eleições legislativas de meio de mandato.

Referendos
Simultaneamente, ocorreram dezenas de referendos nos estados, especialmente sobre a legalização da maconha, direito ao aborto e aumento do salário mínimo.

Em Washington – capital dos EUA – foi aprovada a legalização da maconha, um resultado que reforça a tendência já manifestada por outros estados.

A legalização da maconha na capital federal obteve 64,26% dos votos, contra 29,45% que rejeitaram o consumo recreativo da erva – limitado a 50 gramas – entre adultos maiores de 21 anos, a entrega (não a venda) de até 25 gramas, e o cultivo de no máximo três plantas em casa.

Em julho, a capital federal já havia descriminado parcialmente a posse da maconha, transformada em delito menor.

Washington DC se une agora aos estados do Colorado e Washington, situados no noroeste do país, que nas eleições de 2012 aprovaram a comercialização e a posse de pequenas quantidades de maconha para fins recreativos.

Fonte: g1.globo.com



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