Republicanos ameaçam e ativistas se enfurecem. E agora Presidente?

Republicanos ameaçam e ativistas se enfurecem. E agora Presidente?

Democratas querem que faça valer a força política de Obama com a sua Executive Order o quanto antes. A cúpula adversária, a maioria no Congresso e na Câmara dos Deputados, ameaça: se for além da sua autoridade, o presidente irá envenenar o poço diminuindo as chances de uma reforma imigratória

Da Redação

Foto: MANDEL NGAN/AFP/Getty Images
Foto: MANDEL NGAN/AFP/Getty Images

O Presidente Barack Obama adia novamente a sua Executive Order e acaba pressionado por todos os lados. A começar pela Comunidade hispânica, uma das forças imigratórias no país, que demonstra insatisfação pela falta de punho forte do presidente, mediante a impassividade dos republicanos, agora a maioria na Câmara dos Deputados e no Senado. Já os democratas querem que Obama aja o quanto antes, pois a cúpula adversária faz ameaças, inclusive, com o “impeachment” do Presidente, contando com o apoio de empresários que apoiaram os republicanos. Os empregadores – favoráveis à Casa Branca – pedem solução para o impasse da reforma imigratória. Com isso, o embate político fica cada vez mais acirrado, tendo como alvo cerca de 12 milhões de indocumentados que continuam na fila de espera.

Após as últimas eleições, milhões de trabalhadores imigrantes honestos continuam reféns do impasse no Congresso. E com a vitória de deputados republicanos que conquistaram a maioria no Senado, na Câmara dos Deputados e pelo menos três governos estaduais, incluindo Illinois, a corrente contrária à reforma imigratória ganha força. Entretanto, Barack Obama reiterou sua promessa de assinar uma ordem executiva de reforma migratória antes do final do ano. Mitch McConnell, o provável líder da maioria no Senado, disse que acenará a bandeira vermelha em frente à qualquer proposta que achar inapropriada. O porta-voz da Câmara, John Boehner, considerou “envenenar o poço” a possibilidade da ordem executiva.


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Mas há uma luz no fim do túnel. O empresário John Rowe, chefe do grupo Exelon Corp. e presidente adjunto da Coalisão Empresarial em Defesa da Imigração em Illinois (IBIC), escreveu que se preocupa com os imigrantes ilegais, disse que apóia o presidente na sua decisão e isso ficou caracterizado no seu relato por escrito. “Eu dediquei o meu coração, alma e carteira à imigração há três anos por causa da escola charter (de investimento privado e público) que a minha esposa Jeanne e eu patrocinamos. Muitos dos nossos alunos são indocumentados. Eles são inteligentes e estudam com afinco. Dói olhar nos olhos de um jovem talentoso e esforçado e dizer, ‘eu posso levá-lo à uma boa universidade, mas não posso encontrar-te um bom emprego depois que você se graduar, não importa o tão bom você se saia’. Isso não faz nenhum sentido econômico”, escreveu.

Os atrasos enfureceram o congressista Luiz Gutierrez (D-Ill.) e ativistas, que haviam alertado a Casa Branca que cada dia a mais de inatividade alienaria ainda mais o eleitorado latino. Gutierrez tem criticado o presidente pelos números recordes de deportações ocorridas durante a sua administração. Ele lembrou que o presidente iniciou a tática de adiar qualquer ação executiva no sistema migratório atual. Primeiramente, suspendeu a revisão do Departamento de Segurança Interna (DHS) sobre a política de deportação e como ela poderia agir de forma mais humana, de forma que permitisse os republicanos da Câmara dos Deputados votarem em um pacote de reforma imigratória. Quando se tornou evidente que nenhuma proposta imigratória seria aprovada, Obama ameaçou usar sua autoridade executiva para agir unilateralmente para atualizar o sistema imigratório.

Posteriormente, a pedido dos candidatos democratas que tentavam a reeleição, o presidente suspendeu novamente qualquer ação, prometendo aos ativistas defensores dos direitos dos imigrantes e membros da Convenção Política do Congresso que agiria imediatamente, após as eleições intermediárias. Isso, no entanto, ainda não aconteceu até o presente momento.

Em particular, espera-se uma batalha tensa sobre o orçamento do ano fiscal de 2015. Entretanto, se o Partido Republicano (GOP) ainda não está pronto para uma briga, certamente ficará depois que Obama utilizar sua autoridade executiva na reforma imigratória que permitirá que cerca de 12 milhões de imigrantes indocumentados vivam sem o temor da deportação nos EUA. Há muito tempo, ativistas defensores da imigração têm pressionado o presidente para ampliar a sua ordem executiva de 2012, o “Deferred Action for Childhood Arrivals” (DACA), que favoreceu os jovens indocumentados que foram trazidos aos EUA ainda na infância. Os jovens beneficiados tinham que ter menos de 30 anos e entrado no país antes de 2007. O DACA também concede permissão de trabalho aos ilegais, embora não haja garantia de que o Governo Federal não suspenda a permissão.

Impasse com ordens executivas

O líder da maioria na Câmara (House Speaker), o congressista republicano John Boehner mandou um recado para Obama durante entrevista, afirmando que se o presidente passar por cima do Congresso assinando ordens executivas para resolver o problema imigratório ele “vai se queimar” e “envenenar o poço”. O recado vem na véspera de uma reunião do presidente marcada com líderes dos dois partidos na Casa Branca. O encontro, o primeiro depois da reconquista do Senado pelos republicanos, servirá para discutir a agenda para o próximo ano. Boehner e o provável novo líder do Senado, Mitch McConnell, começaram um esboço de agenda, entretanto o presidente da Casa queixou-se das declarações de Obama de que agiria sozinho na questão imigratório antes do final do ano.

“Se ele agir unilateralmente, e for além da sua autoridade, vai envenenar o poço e acabam as chances de uma reforma imigratória avançar neste Congresso,” disse Boehner. O presidente disse que ainda quer que o Congresso aprove uma legislação própria, que assinaria imediatamente, deixando de lado a opção das ordens executivas.

Os rumores são de que Obama vai suspender a deportação de milhões. Ao que Boehner comentou, “quando você brinca com fósforos, corre o risco de se queimar, e ele -o presidente- vai se queimar se prosseguir nesse caminho.”

O líder disse que a Câmara deverá votar para derrubar o Obamacare. O presidente reagiu declarando que vai usar o seu poder de veto se a Câmara aprovar uma moção que prejudique o programa. A Câmara deve votar um novo líder (Speaker) na abertura do novo Congresso, em janeiro.



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