Recuperação dos EUA é uma ‘faca de dois gumes’, diz Mantega

Ministro da Fazenda participa de evento em São Paulo, nesta segunda (26).
Para ele, Brasil está crescendo, apesar das dificuldades.

Mantega falou nesta segunda-feira (26) em São Paulo (Foto: Fabíola Glenia/G1)
Mantega falou nesta segunda-feira (26) em São
Paulo (Foto: Fabíola Glenia/G1)

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta segunda-feira (26) acreditar que o Brasil está crescendo, “apesar das dificuldades”, e que a recuperação da economia dos Estados Unidos “é uma faca de dois gumes”.

“A melhoria dos Estados Unidos é uma faca de dois gumes. Ela é boa para a economia mundial, porque é um irradiador de crescimento, mas neste primeiro momento o faz com uma mudança anunciada na política de estímulo monetário”, disse, durante almoço do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em São Paulo.

Segundo ele, no curto prazo, a mudança da política monetária “causa uma turbulência que atrapalha todo mundo”. “Temos uma turbulência cambial e financeira.”


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BC pode injetar até mais que US$ 60 bi, diz Mantega
Questionado sobre se havia uma perspectiva para o patamar do câmbio, Mantega afirmou que isso dependerá da atuação do banco central norte-americano (Federal Reserve). “Cabe a ele fazer os movimentos que vão acalmar este mercado, desde que foi ele que causou esta turbulência. Quando começarem a retirar os estímulos e eles estiverem quantificados, o mercado se acalma. Porque o mercado fica nervoso quando ele tem indefinição”, disse.

Segundo ele, se for preciso, a injeção de US$ 60 bilhões do Banco Central pode ser ainda maior. “Não não colocamos nada, é câmbio futuro. Só faz uma aplicação, uma aposta. (…) O Banco Central falou em US$ 60 bilhões, podemos até ter mais que US$ 60 bilhões, se for o caso. Não temos limite para isso”, disse.

Sobre o fato de o real ser uma das moedas que mais estão sofrendo ante o dólar, o ministro da Fazenda disse que isso se deve, em parte, ao fato de ao país ter um mercado muito aberto, mas garantiu que o Brasil “tem muita reserva, tem muita munição para enfrentar uma situação como essa”.

Segundo ele, a situação do Brasil é mais favorável que a de outros países. “Porque em outros países está havendo saída de capitais, está havendo saída de recursos e as reservas estão diminuindo. Na soma dos países emergentes já houve uma redução de reservas de US$ 150 bilhões. Aqui no Brasil não caiu nenhum tostão, nenhum dólar saiu do Brasil”, afirmou.

De acordo com Mantega, em outros países o problema é de falta de dólar, o que não ocorre no Brasil. “Aqui não falta dólar. Aqui, no mercado à vista, está sobrando, o mercado está líquido. Onde ocorre a desvalorização do real é no mercado futuro, mercado de derivativos onde os fundos ficam comprados em real. É mais por uma questão ou de fazer hedge ou é uma aposta para ganhar dinheiro”, disse.

Segundo ele, o movimento ocorre com mais intensidade no Brasil porque o país tem o mercado mais aberto, mais líquido, mais seguro de derivativos. “Nós temos muitas reservas, o Banco Central está entusiasmado em não deixar que haja uma flutuação excessiva”, acrescentou.

Fonte: g1.globo.com



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