Radical chique

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Paulista de Sorocaba, Priscilla Stevaux Carnaval é promessa brasileira do ciclismo BMX nos Jogos Rio 2016

por Luiz Humberto Monteiro Pereira

jogoscariocas@gmail.com

Priscilla Stevaux Carnaval, representante brasileira do ciclismo BMX nas Olimpíadas do Rio de Janeiro – Fotos: Rubens Shiromano
Priscilla Stevaux Carnaval, representante brasileira do ciclismo BMX nas Olimpíadas do Rio de Janeiro – Fotos: Rubens Shiromano

Os longos cabelos louros e os traços finos já lhe renderam o apelido de “musa do BMX”. Mas Priscilla Stevaux Carnaval não está nem aí. “Meu foco é na carreira. Se eu for musa e exemplo como atleta, para mim está perfeito”, minimiza a jovem de 22 anos, paulista de Sorocaba, que é treinada pelo irmão Douglas, de 24 anos. Ele também disputou a vaga olímpica do ciclismo BMX, mas como a irmã estava melhor no ranking, deixou a própria carreira em “stand-by” para ajudá-la a confirmar a classificação. “O sonho olímpico é meu e dele. Juntamos em uma pessoa só”, explica Priscilla, que é atleta profissional há seis anos – os últimos três dedicados à conquista da vaga olímpica. “No feminino, tínhamos apenas a vaga de país sede, que seria dada à atleta com melhor pontuação no ranking olímpico. Mas, no Campeonato Mundial de 2016 em Medellin, na Colômbia, obtive um 15º lugar que garantiu a classificação do Brasil para os Jogos Rio 2016, sem depender da vaga de sede”, explica Priscilla, que trancou o curso de Arquitetura e Urbanismo na Uniso e, no início de julho, trocou Sorocaba pela Califórnia, nos Estados Unidos. Lá, ela intensifica os treinamentos para as Olimpíadas do Rio de Janeiro.


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Jogos Cariocas – Como você se aproximou do BMX?

Priscilla Stevaux Carnaval – Comecei aos 7 anos, quando meu pai passou de carro em frente à pista de BMX de Sorocaba. Estava acontecendo um campeonato e eu e meu irmão pedimos para que ele parasse para assistirmos. Eu seguia os passos do meu irmão em tudo que ele fazia e, quando ele pediu ao meu pai para começar no esporte, fui junto. Eu e meu irmão começamos então a observar os grandes nomes do esporte em DVDs e vídeos na internet. Com isso, aprendemos – no “slow motion” – a parte técnica do esporte e fomos nos aperfeiçoando. Em 2010, ingressamos juntos na seleção brasileira e então saímos pela primeira vez do Brasil para competir. Em 2011, conquistei o sexto lugar no campeonato Mundial em uma das categorias profissionais (Junior Woman). Depois disso, tive outros resultados importantes, como o bicampeonato brasileiro (2014-2015) e a quarta colocação nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, além do resultado no Mundial de 2016, em Medellin, que rendeu a conquista da vaga para os Jogos Olímpicos.

Jogos Cariocas – Quais as características específicas do BMX em relação às outras categorias do ciclismo?

Priscilla Stevaux Carnaval – O BMX é um esporte muito completo. Para obter sucesso, é preciso ir além do treinamento na própria pista de BMX. É um esporte de muito detalhe. Para conseguirmos bons resultados, temos que treinar força, potência, técnica e focar sempre na perfeição. São questão de milésimos para vencer ou perder uma competição. O que eu mais amo no BMX é a sensação de liberdade em cada salto.

Jogos Cariocas – Como é a sua rotina diária de treinos?

Priscilla Stevaux Carnaval – Treino dois períodos diariamente, cerca de 6 horas. Os treinos são diversificados em musculação, sprint (tiros de velocidade), gate (partidor de largada), pliometria e treinos de técnica em pista. Normalmente faço treinamentos de musculação na academia do Clube de Campo de Sorocaba (CCS) e tiros de velocidade em rua e pista em Sorocaba e Votorantim, no interior paulista. Mas o treinamento pré-olímpico é na Califórnia, em uma pista réplica dos Jogos Olímpicos, já que a pista de Deodoro não é disponibilizada pelo COI para treinamentos antes das Olimpíadas.

Jogos Cariocas – Como estão as chances do BMX do Brasil nas Olimpíadas?

Priscilla Stevaux Carnaval– À medida em que a competição se aproxima, estão todos muito bem preparados. Não há um atleta favorito. Acredito que quem estiver melhor preparado psicologicamente e em “seu dia” levará a medalha. No momento em que você está na disputa pela medalha, as chances se igualam. Mas a força da torcida brasileira, bem ali ao nosso lado, será uma vantagem.

Jogos Cariocas – O que espera encontrar nos Jogos Rio 2016?

Priscilla Stevaux Carnaval – Desde que coloquei em minha cabeça esse objetivo, não conseguia direcionar meus pensamentos em outra coisa! Agora que consegui, tudo me parece um pouco surreal. Eu vou viver o sonho de todo atleta! Sempre imaginei encontrar nas Olimpíadas os grandes gênios do esporte, com os quais gostaria de ter contato. E aprender muito, observando suas experiências.

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