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Quando a criança precisa de ajuda profissional
FEV/13 – pág. 64
É comum pais nos procurarem como terapeutas para atendermos seus filhos esperando que eles possam se sentar em uma poltrona confortável e falar sobre seus sentimentos e ouvir o que nós temos a dizer para que eles “mudem o comportamento”, conforme expectativas dos adultos – sejam pais, cuidadores ou professores. Muitas vezes, o desvio de comportamento referido por eles, valendo lembrar sobre o conceito e padrão de comportamento que esperamos destes pequeninos, é apenas uma manifestação de que algo não está bem. Além disso, a criança e o pré-adolescente são ainda seres dependentes e relacionais, que absorvem diversos fatores dos ambientes em que vivem. O desafio, dentro do estágio de desenvolvimento da criança, éela ainda não ser capaz de verbalizar em sua totalidade ou profundidade cenas presenciadas, palavras negativas que lhe foram dirigidas ou outras situações de abuso físico, verbal e emocional, manifestando suas emoções através de comportamentos “não desejáveis” ou sintomas psicossomáticos.
Assim como o adulto, crianças são seres complexos que sentem, sofrem, agem, reagem e, ao mesmo tempo, possuem suas particularidades, pois estão em um mundo cheio de estímulos e se encontram em pleno desenvolvimento biopsicossocial. A criança está em meio a uma rede de relações que desempenham importante papel na construção de sua personalidade e do seu crescimento como pessoa.(1)
Outro fato importante é que o temperamento de uma criança influencia o comportamento e atitude dos pais, assim como os pais influenciam seus filhos. É um caminho de duas vias. Portanto, os pais devem lembrar que a forma com que eles lidam com um filho, mesmo que seja com a melhor intenção, pode não funcionar com o outro filho, ou seja, para o melhor desenvolvimento da criança, os pais precisam vê-la como indivíduo com suas próprias características e temperamento. (2)
Desta forma,é preocupante quando se coloca certos chavões na criança, especialmente em nossa cultura brasileira, dizendo que esta criança é “difícil”, ou um “terror”, um “monstro”, o “capeta”, ”problema”, “burra”, “não vale nada”, entre outros estereótipos. Sem contar que as palavras negativas têm um peso imensurável sobre os sentimentos e a autoestima de uma criança que necessita de vínculo de afeto para ter um desenvolvimento emocional saudável.
A Terapia do Brinquedo é apenas uma modalidade da psicoterapia infantil, porém com uma efetividade comprovada pelo fato de proporcionarà criança um ambiente no qual ela possa se identificar, sentir-se segura e validada, a fim de expressar-se sem reprovação ou ameaças e aprender a descobrir e a lidar com suas próprias emoções.
Garry Landreth foi o fundador do “The Center for Play Therapy” (O Centro para Terapia do Brinquedo) na Universidade do Texas e estudou anos sobre o desenvolvimento emocional da criança e a eficácia da Terapia do Brinquedo. “O mundo da criança é o mundo concreto e a brincadeiraou o brinquedo é a expressão concreta da criança, a forma na qual a criança é capaz de assimilar e lidar com o mundo afora”. (3)
A Terapia do Brinquedo “é um processo dinâmico inter-relacional entre a criança (ou uma pessoa de qualquer idade) e o terapeuta com especialidade nesta modalidade, que proporciona um relacionamento seguro para a criança (ou uma pessoa de qualquer idade) por intermédio da escolha de materiais estratégicos e adequados, a fim de que ela possa se expressar de forma completa e explorar o seu eu (sentimentos, pensamentos, experiências e comportamentos), através de brincadeiras, o meio natural de comunicação da criança, para um crescimento e desenvolvimento adequado e saudável”.(3.1)
Procurar ajuda de um facilitador nãoé sinal de fracasso na educação dos filhos, e sim um cuidado com a saúde do pequeno que pede ajuda de forma não verbalizada, por isso os famosos “distúrbios de comportamento” (1.1). A psicoterapia infantil, e mais precisamente a Terapia do Brinquedo, entre outras modalidades, visa auxiliar a criança e os pais ou cuidadores quando ela apresentar sinais de que algo não está bem no seu desenvolvimento emocional ou social. Este é o momento em que a criançaé acolhidae ouvida sem retaliação, podendo expressar seu universo sem privações e aprendendo a comunicar seus sentimentos de forma saudável. Essa modalidade de terapia ajuda a criança a descobrir-se independente do “diagnóstico” que carrega, assim, autoafirmar-se, sendo mais feliz e resiliente no presente e sofrendo menos consequências na fase adulta.
Referências:
(1) (1.1) Tunisia, Fabia, 2012. www.clinicaacolher.com
(2) Turecki, S.(1989). The Difficult Child (traduzido).
(3) (3.1) Landreth, G. (2012). Play Therapy: The Art of the Relationship (traduzido).
Sandra Freier
Registered Marriage and Family Mestrado em Aconselhamento Pastoral e Aconselhamento para Casais e Família. Atende na First Orlando Counseling Center
Contato: San.crfreier@gmail.com