Proibida nos EUA e Europa, Dipirona tem consumo recorde no Brasil

Mesmo com efeitos colaterais graves, o uso da Dipirona no Brasil bateu recorde em 2022 – 215 milhões de doses

Cerca de 215 milhões de doses de Dipirona foram comercializadas no Brasil só em 2022, segundo aponta a “Anvisa”. Com efeitos colaterais nocivos, o uso do medicamento está proibido nos EUA e Europa

Da Redação – Mesmo com o alerta dos efeitos colaterais graves com o uso de Dipirona, o medicamento no Brasil é comercializado livremente. E segundo dados calculados pela “Anvisa”, cerca de 215 milhões de doses foram comercializadas no país, só no ano de  2022. Em contrapartida, nos EUA e na Europa, esse remédio está proibido há décadas.

O artigo da “Universidade Federal de Juiz de Fora” e da “Universidade de São Paulo”, publicado em 2021, atestam que o efeito prejudicial do medicamento provoca a agranulocitose – alteração no sangue grave e potencialmente fatal marcada pela queda na quantidade de alguns tipos de células de defesa.⁠

Extremamente nocivo para o metabolismo humano, o uso de Dipirona representa uma ameaça. Inclusive, um estudo de 1964 calculou que essa alteração sanguínea grave acontecia em um indivíduo para cada 127 que consumiam a aminopirina — uma substância cuja estrutura é bem parecida à da dipirona.⁠

“Tendo como base essa semelhança química, os autores não fizeram distinção entre as duas moléculas e assumiram que os dados obtidos para a aminopirina seriam também aplicáveis à dipirona”, aponta o artigo das universidades.  ⁠
A partir daí, a “Food and Drug Administration (FDA)”, a agência regulatória dos EUA, decidiu que a Dipirona deveria ser retirada do mercado americano em 1977.⁠ Pouco depois, outros países tomaram a mesma resolução, como foi o caso da Austrália, do Japão, do Reino Unido e de partes da União Europeia.⁠


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Avaliação da Dipirona

Em 2001, a “Anvisa” realizou evento denominado, “Painel Internacional de Avaliação de Segurança da Dipirona”, em que foram convidados especialistas brasileiros e estrangeiros.

“Há consenso de que a eficácia da dipirona como analgésico e antitérmico é inquestionável e que os riscos atribuídos à sua utilização em nossa população são baixos e similares, ou menores, que o de outros analgésicos/antitérmicos disponíveis”, diz a agência.

A “Anvisa” reforça que, desde a realização do painel há 22 anos, “não foram identificados novos riscos ou emitidos novos alertas de segurança relacionados à dipirona” — e, portanto, não há qualquer discussão sobre uma eventual proibição de venda dela no Brasil.



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