Após investigações, a Polícia Federal prendeu em Governador Valadares (MG), suspeitos de imigração ilegal de 197 pessoas, além do sequestro internacional de crianças
Da Redação – A caça aos aliciadores de pessoas para a travessia da fronteira do México com os EUA segue intensa pela Polícia Federal. E dois suspeitos, os chamados “coiotes”, foram presos pela PF em Governador Valadares (MG), responsabilizados pela imigração ilegal de 197 pessoas – incluindo bebês, crianças e adolescentes. A prática, segundo investigações, aumentou casos de sequestro internacional de crianças.
Os suspeitos foram abordados pela Polícia Federal durante a operação “Relicta Mori”, deflagrada na terça-feira, em Governador Valadares, de onde são “transportadas” famílias para o México, com a promessa de entrar nos EUA para conquistar o sonho americano.
Disse a PF que as investigações tiveram início no ano passado, depois da denúncia da família de um emigrante que morreu na tentativa de atravessar ilegalmente do México para os EUA. Ficou comprovada a ligação dos suspeitos com os inúmeros casos de pessoas tentando a travessia do deserto para chegar a terras americanas – inclusive do rapaz que perdeu a vida.
Método “cai-cai”
O método “cai-cai” é conhecido pelos emigrantes que entraram nos EUA através da fronteira, também informado aos familiares com menores de idade. Funciona assim: as famílias com menores de idade se entregam às autoridades americanas após cruzarem as fronteiras, pois sabem que irão responder em liberdade pelo ingresso irregular devido às crianças não poderem permanecer sozinhas por questões humanitárias.
Com isso, famílias são instruídas pelos “coiotes” a se entregarem à Imigração, com chances de permanecer nos EUA. Caso um casal não tenha filhos, ele “aluga” uma criança através dos aliciadores para garantir a travessia.
Além das prisões dos suspeitos, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, além de bloqueio de ativos financeiros, apreensão e arresto de diversos veículos, imóveis, dinheiro em espécie e até criptoativos destinados à ocultação de valores obtidos ilicitamente. Caso sejam condenados, poderão cumprir até 26 anos de prisão.