Passado, presente, futuro

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Substituir Bernardinho é o desafio de Renan Dal Zotto, o novo técnico da seleção brasileira masculina de voleibol

por Luiz Humberto Monteiro Pereira

humberto@esportedefato.com.br

 

Renan Dal Zotto, técnico da seleção brasileira de voleibol – Fotos: divulgação/CBV
Renan Dal Zotto, técnico da seleção brasileira de voleibol – Fotos: divulgação/CBV

Ouro nos Jogos de Atlanta, em 2004, prata nos Jogos de Pequim 2008 e de Londres 2012 e ouro nos Jogos Rio 2016. A trajetória do técnico Bernardinho à frente da seleção brasileira reflete como o vôlei do Brasil se tornou o melhor do mundo. Depois das Olimpíadas do Rio de Janeiro, Bernardinho anunciou que deixaria de ser técnico da seleção brasileira masculina e continuaria seu trabalho como treinador apenas do time feminino do Rexona-Sesc, do Rio de Janeiro. Em seu lugar na seleção brasileira masculina assumiu o gaúcho Renan Dal Zotto, de 56 anos, que jogou com Bernadinho na chamada “Geração de Prata”, medalhista de prata nos Jogos de Los Angeles, em 1984. Como jogador, Renan atuou no Atlântica Boavista, Sul Brasileiro, Bradesco e Pirelli. Depois foi para Itália, onde jogou no Maxicono de Parma e no Messaggero de Ravenna. Na volta ao Brasil, foi técnico, gestor e dirigente em equipes como Palmeiras/Parmalat, Frigorífico Chapecó, Unisul e Cimed. Nos últimos anos, atuava como Diretor de Seleções da Confederação Brasileira de Vôlei. “Nossa maior missão é manter o voleibol brasileiro sempre entre os melhores do mundo. O Bernardinho construiu uma história muito bonita e vencedora. Combinamos dele continuar no processo, como coordenador técnico das seleções masculinas”, explica Renan, que esse ano prepara a seleção de vôlei campeã olímpica para enfrentar a Liga Mundial, o Sul- Americano e a Copa dos Campeões.


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Esporte de Fato – Após a conquista do ouro olímpico nos Jogos Rio 2016, a seleção brasileira de vôlei masculino passa por uma fase de renovação, já que alguns destaques daquele time se aposentaram. Como pretende conduzir essa transição?

Renan Dal Zotto – É um processo que vem sendo pensado a muito tempo, essa é uma característica do nosso voleibol, sempre olhar para frente. Vamos continuar observando os trabalhos de base realizado pelos clubes e nossas seleções brasileiras, dando sempre espaço para que esses jovens atletas possam surgir.

Esporte de Fato – Como Diretor de Seleções da Confederação Brasileira de Vôlei, qual foi a sua avaliação dos Jogos Rio 2016?

Renan Dal Zotto – Para o voleibol como um todo, foi um evento muito bom, que culminou com a medalha de ouro no masculino. Pecado foi a fatalidade do nosso vôlei feminino não ter chegado à disputa de uma medalha. O trabalho foi conduzido o tempo todo de modo perfeito e nossa seleção feminina estava muito bem preparada. Mas pegou nas quartas de final uma China extremamente inspirada, que acabou sendo a grande campeã.

Esporte de Fato – Você fez parte da chamada “Geração de Prata” do vôlei brasileiro, que incluía nomes como Bernard, Montanaro, Bernardinho e William. Como surgiu aquela fantástica geração de jogadores?

Renan Dal Zotto – A “Geração de Prata” com certeza ajudou a escrever uma pequena parte dessa história vitoriosa do voleibol brasileiro. Os resultados começaram a surgir na década de 80, devido ao excelente trabalho de planejamento que já vinha sendo feito pela Confederação Brasileira de Voleibol, através do presidente Carlos Arthur Nuzman, aliada também à competência de nossas comissões técnicas e um grupo de atletas com muita fome de aprender, crescer e se preparar.

Esporte de Fato – No início dos anos 80, você estava no time carioca da Atlântica Boavista, que foi um marco no vôlei brasileiro. Como era fazer parte daquela equipe tão badalada?

Renan Dal Zotto – A Atlântica Boavista foi uma das primeiras equipes profissionais que surgiram no Brasil.A criação daquela equipe no Rio de Janeiro foi uma iniciativa fantástica do Antônio Carlos de Almeida Braga, o Braguinha, que era dono da Atlântica Seguros. Certamente este projeto foi muito importante para ajudar a consolidar o voleibol no Brasil. Era um grupo maravilhoso, que reunia craques como Bernard, Xandó, Amauri, Bernardinho e Fernandão.

Esporte de Fato – Além da medalha de prata no Jogos de Los Angeles, em 1984, quais foram suas conquistas mais importantes como jogador?

Renan Dal Zotto – Fui vice-campeão mundial em 82 e campeão Pan-Americano. Na Itália, consegui o bicampeonato italiano, fui campeão europeu, do Mundial de Clubes e da Copa Itália. Jogar na Itália foi uma experiência fantástica, tive a oportunidade de atuar em grandes equipes, aprender muito e fazer grandes amigos.

Esporte de Fato – Nesses mais de vinte anos de atuação como treinador e como gestor esportivo, quais considera seus resultados mais expressivos?

Renan Dal Zotto – Cada título tem sempre um sabor especial, seja ele nacional, internacional ou mesmo estadual. Como treinador, certamente o de campeão da Superliga e de campeão sul-americano de clubes. Como gestor, os títulos de campeão da Superliga, campeão Sul-Americano de clubes e como diretor de seleções no último título olímpico.

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