Para fugir da imigração dos EUA, brasileiros querem embarcar no ‘navio pirata das startups’

Para fugir da imigração dos EUA, brasileiros querem embarcar no ‘navio pirata das startups’

Projeto do atol do Blueseed
Projeto do atol do Blueseed

Um grupo de startups brasileiras quer embarcar em um navio repleto de empresas iniciantes que irá navegar nas águas internacionais da costa da Califórnia (EUA), onde fica o Vale do Silício, para fugir das travas imigratórias dos Estados Unidos.

A ideia parece louca. A equipe do Blueseed, responsável pelo empreendimento, sabe disso. Talvez por isso, para se defendê-la, inclui nas apresentações do projeto uma inspiradora frase  de Steve Jobs (1955-2011): “As pessoas que são loucas o suficiente para acreditar que  podem mudar o mundo são aqueles que realmente mudam”.

Se vão mudar o mundo ou não, só saberemos a partir do primeiro trimestre de 2014: previsão de quando o navio irá zarpar, com 300 startups de todo o mundo a bordo.


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Mais do que o ambiente típico de cruzeiros marítimos, a embarcação pretende dar a empresas iniciantes a oportunidade de integrar um ecossistema de inovação como o do Vale do Silício, o que provavelmente não teriam acesso por empregarem estrangeiros, que teriam dores de cabeça devido às leis de imigração do país.

Para abrigar empreendedores do mundo todo, o transatlântico adaptado navegará a 12 milhas da Baia de San Francisco, já fora da jurisdição norte-americana.

A proposta dos idealizadores é que os empreendedores no navio possuam visto de turista (B-1) ou de negócios (B-2), geralmente válidos por 10 anos, e que permitem passar até 180 dias por ano em solo norte-americano. Com isso, poderão ir reuniões ou eventos de negócios.

Até agora, o Blueseed já recebeu pedidos para subir a bordo de 423 startups, de 68 países. País natal de 11 dessas companhias, o Brasil é o oitavo com mais inscrições.

Como possuir um visto não é uma preocupação para todas as empresas, mas sim o ecossistema de inovação que será criado, os EUA são os líderes em propostas: 97 startups.

Brasileiras
Das brasileiras, Dan Dascalescu, o diretor-executivo de tecnologia da informação do Blueseed, revelou aoStart.up o nome de cinco delas–“que concordaram vir a público”.

Uma delas é a brasiliense Dia de Feira, uma loja virtual de frutas e verduras. Para Adriano Teles, executivo da startup, um dos atrativos é poder montar um negócio nos EUA com vistos menos difíceis de serem tirados no Brasil.

Apesar disso não podem  abrir uma empresa nos EUA. “Existe uma modalidade de visto, chamada E2, que permite que estrangeiros abram empresas nos EUA, desde que invistam substancialmente”, escreveu ao blog por e-mail. Segundo ele, esses investimentos vão de US$ 200 mil a US$ 1 milhão. “Se o dinheiro não fosse um problema, tudo bem, mas o Brasil não está na lista dos países que se enquadram para poder solicitar esse visto.”

Outra a se inscrever é o aplicativo para solicitar táxis Easy Taxi. No entanto, Tallis Gomes, seu fundador, diz que a empresa se inscreveu ainda em 2011, quando o Blueseed havia acabado de ser lançado. “Hoje não temos mais possibilidade de participar do programa, pois estamos em nove países, expandindo para 15”, afirma.

Também querem embarcar no navio o MusicX.fm (tocador de música e loja de instrumentos musicais on-line), a Joox (gráfica na internet que imprime adesivos e cartões) e a aceleradora catarinense Floripatech.

Hackathon perpétuo
Afora a tentativa de facilitar a conexão de estrangeiros com o Vale do Silício, não se pode esquecer de que o Blueseed é um transatlântico, barco que costuma fazer cruzeiros marítimos.

O conforto dos quase mil empreendedores será garantido por três restaurantes, dois bares, dois lounges, um café, um teatro, uma academia, um ginásio, além de saunas, piscinas e lojas de conveniência.

É claro que startupeiro nenhum quer saber disso. O barco promete também impressoras 3D compartilhadas e internet wireless de 1 GB (Gigabyte) –no futuro, terá até cabos de fibra ótica para ter banda larga rápida.

O Blueseed terá participação de 3% a 9% das startups selecionadas. O aluguel das cabines vai variar de acordo com a participação cedida. Quanto maior a cota, menor o valor do aluguel, que em média, será de US$ 1,2 mil por pessoa ao mês.

Todos os espaços do navio poderão ser usados como escritório, o que, segundo os responsáveis pelo Blueseed, dará uma “atmosfera de hackathon perpétuo”. Mas uma o aluguel de uma sala privada –“com vista para o oceano” –custará US$ 3 mil por pessoa.

Segundo o Blueseed, os empreendedores não precisarão recolher impostos (estarão em águas internacionais), terão assistência médica e, em caso de tempestades, poderão ir à terra.

O único risco são os piratas, o que não chega a preocupar, avisam os responsáveis pela empresa. “Nós somos os únicos na região”, comunica o Blueseed.

Fonte: g1.globo.com

Fotos: Divulgação



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