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Para criar clima
Presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, Matheus Figueiredo acredita no potencial de crescimento de esportes como bobslead e curling no Brasil
por Luiz Humberto Monteiro Pereira
Auto Press
De todos os esportes que existem no mundo, o bobslead e o curling certamente não estão entre os mais conhecidos no Brasil. Afinal, tanto a corrida de trenós de gelo quanto o jogo onde os jogadores ajustam a direção dos discos deslizantes esfregando o gelo com uma espécie de rodo não podem ser disputados em nenhuma cidade do país, em nenhuma época do ano. Mas essa “desconexão climática” não tira entusiasmo dos praticantes brasileiros de bobslead, curling, patinação no gelo, hóquei no gelo e outros esportes que só aparecem nos noticiários locais na época das Olimpíadas de Inverno. “Estamos montando projetos para mostrar que o Brasil pode ser um excelente mercado para as modalidades no gelo”, avisa o engenheiro gaúcho Matheus Figueiredo, de 39 anos, presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo.
Esporte de Fato – Como chegou à presidência da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo?
Matheus Figueiredo – Sou formado em Engenharia de Computação, pós-graduado em Engenharia Elétrica e Análise de Dados, especialização em Gestão de Projetos e MBA em Gestão Estratégica. Tenho formação em Gestão Esportiva com foco em estratégia pelo Instituto Olímpico do Brasil e Comitê Olímpico Internacional. Após mais de 10 anos atuando em projetos de tecnologia, gestão de tecnologia, inteligência competitiva e análise de mercado, fui convidado ao desafio de gerenciar executivamente a CBDG, no final de 2013. Acho que o esporte nasceu junto comigo e foi isso que me levou a sair da carreira de engenharia e tecnologia para entrar na gestão e no negócio Esporte. Foi e ainda é um grande desafio trabalhar com esportes, porém por outro lado é uma realização. Sou apreciador de esqui, patinação no gelo e curling, modalidades que pratico sempre que possível. Espero em breve poder praticá-los no Brasil.
Esporte de Fato – Por que um país tropical como o Brasil deveria investir em esportes no gelo?
Matheus Figueiredo – Os esportes de gelo têm as dificuldades naturais, por não termos um clima favorável em nosso país. Por outro lado, as estruturas esportivas do gelo (patinação, hóquei e curling) são praças esportivas como quaisquer outras, às vezes até com custo menor ou equivalente de manutenção, se comparado a parques aquáticos, por exemplo. Também podemos citar as centenas de clubes de patinação em rodas e hóquei inline que existem espalhados no Brasil, todos com bons atletas em potencial para a prática das modalidades olímpicas do gelo. Acrescido a tudo isso, estamos montando projetos para mostrar para a iniciativa privada e para as federações internacionais que o Brasil pode ser um excelente mercado para as modalidades no gelo e um excelente negócio para investimento. Atualmente, temos cerca de 300 atletas, que se dedicam muito e devem se superar para manter o sonho de uma medalha olímpica. O Brasil, apesar de ser um país tropical, pode alcançar muito sucesso em várias modalidades no gelo.
Esporte de Fato – Quais são as principais modalidades de esportes no gelo onde os brasileiros atuam?
Matheus Figueiredo – O melhor desempenho do Brasil é no bobsled. Desde que a equipe foi remontada, em 2013, o país cresceu no ranking internacional. Atualmente, ocupa a 17ª colocação. Hoje em dia o treinamento da nossa equipe é idêntico ao dos principais países da modalidade. Durante a pré-temporada (abril a setembro), os atletas treinam a parte física e técnicas de largada em uma pista de arrancada – o Brasil conquistou sua primeira estrutura deste tipo em julho deste ano. Depois, de outubro a março, as pistas de bobsled ficam abertas e os nossos conjuntos conseguem treinar a pilotagem tanto quanto os demais competidores. Atualmente, existem cerca de 20 pistas no mundo. Outra modalidade que demonstra crescimento é o curling. Nos últimos quatro anos, o país cresceu muito, sobretudo na categoria duplas mistas, que estará nos Jogos Olímpicos de PyeongChang 2018. A CBDG apoia os jogadores brasileiros e há um grupo de atletas brasileiros que moram no Canadá e têm obtido importantes resultados no cenário internacional. Atualmente, o esporte não é praticado dentro do Brasil, mas a CBDG tem um projeto para construir pistas de curling nos próximos anos. A patinação artística no gelo vem apresentando grandes resultados. Uma de nossas atletas, Isadora Williams, foi a primeira patinadora sul-americana a competir nos Jogos Olímpicos de Inverno, em Sochi 2014. Isadora também já conquistou cinco medalhas em torneios internacionais e busca se classificar pela segunda vez para os Jogos Olímpicos. A patinação artística no gelo é praticada dentro do Brasil, mas o nível internacional é muito elevado e dificulta o acesso para atletas que treinam no país. Dessa forma, a CBDG possui uma seleção de patinadoras que moram e treinam em rinques nos Estados Unidos e representam o Brasil em competições internacionais. Para os Jogos Olímpicos de PyeongChang 2018, temos chances de qualificar o bobsled e a patinação artística.
Esporte de Fato – O que acham que poderia ser feito para que os esportes no gelo conquistassem mais adeptos no Brasil?
Matheus Figueiredo – O maior impulso para mais adeptos é a construção de um Centro de Treinamento no Brasil para modalidades como hóquei, curling, patinação artística e de velocidade. Esse centro nos possibilitará receber novos atletas e fomentar o desenvolvimento das equipes de alto rendimento, além de competições em um nível mais alto. A CBDG vem se capitalizando e buscando parceiros para viabilizar esse CT, que funcione como uma arena multiuso, capaz de receber shows, eventos, treinos e recreação. Por conta do custo de construção e manutenção de pistas de gelo, atualmente existem apenas escolas de patinação e hóquei no gelo em rinques de menor porte, localizados em espaços recreativos ou shopping centers.
Esporte de Fato – Quais são as suas principais metas na presidência da CBDG?
Matheus Figueiredo – Temos dois objetivos principais. O primeiro é a classificação para os Jogos Olímpicos de PyeongChang, que acontecerão em fevereiro de 2018. O segundo é o desenvolvimento das modalidades e estruturas de prática, aumentar o número de praticantes e atletas em alto rendimento, já pensando nos Jogos de 2022, em Pequim. A expectativa é que possamos chegar a 2021 com possibilidades de classificar 3 ou 4 modalidades nos Jogos Olímpicos.
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