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Vivemos uma era de competição acirrada em que não se pode desperdiçar oportunidades para novos aprendizados. Precisamos estar atentos a todo o tipo de ensinamento, e dele tirar o melhor proveito para o nosso aprimoramento pessoal e profissional.
Neste contexto, o domingo 03/03/2013, tem tudo para entrar para a história do futebol Carioca e a vida de todos aqueles que buscam bons exemplos no esporte para se tornarem pessoas melhores.
Estamos falando do clássico Carioca Flamengo X Botafogo valendo uma vaga para disputar o título da Taça Guanabara. Poderia ter sido um jogo como um outro qualquer, não fosse as circunstâncias que envolveu tal disputa. O Flamengo acumulava a maior pontuação (ganhou todos os jogos que disputou) e vinha de uma vitória na semana anterior, sobre o alvinegro de General Severiano.
Além de natural motivação de disputar a final do campeonato, a data coincidiu com o aniversário do maior ídolo rubro-negro: Zico. Também, a seu favor, havia a estatística apontando que nos últimos dez anos, os dois times haviam se enfrentado onze vezes, sendo oito empates e três vitórias do Flamengo. Vale lembrar, que para o rubro-negro bastava o empate, para seguir em frente na competição.
Tudo favorável! A classificação parecia certa, os atletas e a comissão técnica confiantes e o triunfo parecia garantido. No entanto, com menos de um minuto de jogo o Botafogo fez um gol e foi assim até os 48 minutos da etapa final, quando o alvinegro fez o segundo e liquidou a partida.
Durante todo o tempo o time rubro-negro parecia tranquilo, como se estivesse certo de que a qualquer momento um gol salvador surgiria. Afinal de contas, nas vezes passadas, um falta próximo a área, um pênalti ou um lance em velocidade fez a diferença, logo agora não seria diferente.
O tempo se passava e o time rubro-negro continuava confiante no sucesso. O time da Gávea começou a sentir a possibilidade do fracasso faltando poucos minutos do final da partida. Mas, ai já era tarde e a derrota foi inevitável. Se você pensa como eu, não podemos deixar esse acontecimento passar em branco, pois ele nos oferece inúmeras oportunidades para reflexão e aprendizados.
Afinal de contas, em nossa vida costuma ocorrer situações similares. Quando a situação é favorável, nos sentimos poderosos, aparentemente inabaláveis, “marchamos” pelas ruas como se nada pudesse nos abalar, olhamos o mundo de cima para baixo, surfamos a “crista da onda” e até parece que será assim para sempre.
Daí, quando menos se espera, somos surpreendidos com Tsunami avassaladora. Acusamos o golpe e, não raro, recordamos de palavras sábias, como as do memorável Chico Xavier: “na vida não vale tanto o que temos, nem tanto importa o que somos. Vale o que realizamos com aquilo que possuímos e, acima de tudo, importa o que fazemos de nós!”
Quando algo assim ocorre, percebemos que não passamos de um grão de areia no universo, que não há espaço para caprichos dos que se acham acima do bem e do mal. Na jornada para o topo, é fundamental sim estar seguro, confiante e motivado para triunfar. No entanto, é preciso considerar que o sucesso tem seu preço e exige boas estratégias, foco, equilíbrio, constância, preparo adequado, simplicidade, persistência, respeito e sobretudo humildade.
Afinal de contas, também, nos ensina Mário Quintana: “Nesta vida temos três professores importantes: o ‘Momento Feliz’, o ‘Momento Triste’ e o ‘Momento Difícil’. O ‘Momento Feliz’ mostra o que não precisamos mudar. O ‘Momento Triste’ mostra o que precisamos mudar. O ‘Momento Difícil’ mostra que somos capazes de superar.”
Evaldo Costa
Escritor, conferencista e
Diretor do Instituto das
Concessionárias do Brasil
evaldocosta@evaldocosta.com