Suspeitos de integrarem à quadrilha internacional que facilita a entrada ilegal de brasileiros nos EUA foram presos em Minas Gerais, na Operação da Polícia Federal. Os valores cobrados variava entre U$15 mil e U$18 mil
Da Redação – A ação da Polícia Federal, na operação denominada “Lei do Retorno”, prendeu em Minas Gerais, nos municípios de Caratinga e Tarumirim, três suspeitos de pertencer à quadrilha internacional que facilita a entrada ilegal de brasileiros nos EUA. Disseram os policiais que 12 dos brasileiros transportados pelos “coiotes” estão desaparecidos nas Bahamas, desde novembro do ano passado, deixando as respectivas famílias apreensivas. Foi uma caça as bruxas, após minucioso trabalho de investigação.
Os valores cobrados pela organização criminosa no transporte dos brasileiros dispostos a entrar ilegalmente em território americano, variava entre U$15 mil e U$18 mil. Todos se submetem a condições degradantes na fronteira México e EUA, alojados juntamente com outros imigrantes ilegais de diversas nacionalidades, aguardando o momento mais propício para a perigosa travessia.
O mais audacioso tráfico de pessoas no estado de Minas Gerais tem sido o responsável pelo desaparecimento de vários mineiros, levando famílias ao desespero – sem notícias do paradeiro de seus entes queridos. No momento, 12 pessoas continuam desaparecidas.
Morte misteriosa de brasileiro
Segundo a Polícia Federal, um jovem proveniente da cidade de Tarumirim (MG), aliciado pela quadrilha internacional, foi preso em agosto deste ano pela Guarda de Fronteira dos EUA, quando tentava atravessar a fronteira. Ele foi encaminhado de volta ao México, e onze dias depois foi encontrado morto em área da fronteira entre El Paso, México, e Texas.
A PF enfatizou que a morte do rapaz – que não teve a sua identidade divulgada –, teria sido em decorrência da impossibilidade de arcar com dívidas assumidas junto aos ‘coiotes’ mexicanos, que atuam em parceria com os criminosos da região de Caratinga.
Com o objetivo de inibir a ação da organização criminosa contra o tráfico de pessoas, a operação “Lei do Retorno” tem agido com determinação e rigor em Minas Gerais, na tentativa de evitar que novas mortes e desaparecimentos aconteçam, o que têm sido frequentes nos últimos meses.
O delegado Rodrigo de Morais, que integra a operação, explicou que os membros da quadrilha, “forneciam toda a logística da viagem, Desde passagens aéreas, hospedagens, transportes terrestres até a indicação de cúmplices que, em solo mexicano, contatavam pessoas, conhecidas como ‘coiotes’, para efetivamente promover a travessia da fronteira entre o México e os Estados Unidos”.
Policiais Federais do Brasil que atuam em conjunto com federais de Washington, realizaram diligências em parceria, com dados que levaram à identificação dos traficantes que agem em Minas Gerais, promovendo, em grande escala, a entrada clandestina de brasileiros nos EUA.
A pena para o crime de promover, por qualquer meio, com o fim de obter vantagem econômica, a entrada ilegal de brasileiro em país estrangeiro é de reclusão, de 2 a 5 anos, e multa, aumentada de 1/6 a 1/3 se a vítima é submetida a condição desumana ou degradante, e soma-se à pena de reclusão do crime de Associação Criminosa, de 1 a 3 anos.