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“Tomai sobre vós o meu jugo…” – Jesus – Mateus, 11:29
Jesus nos recomenda tomar o seu jugo. Jugo é o mesmo que canga de bois. Qual seria o jugo a que Jesus se refere? Mais adiante Ele esclarece que o Seu jugo é suave, e que Seu fardo é leve. O jugo de Jesus é o cumprimento da Lei Divina. Conhecer os Seus ensinamentos e nos empenharmos em aplicá-los em nossas vidas. Viver com disciplina, fazendo o bem, é o jugo a que devemos nos submeter. Esse jugo é suave porque nos leva a evitar complicações, dissabores e sofrimentos. “Jesus não afirmou que se alguém desejasse encontrá-lo necessitaria proclamar-lhe as virtudes, entretecer-lhe lauréis, homenagear-lhe o nome ou consagrar-se às atitudes de adoração. O Mestre foi claro em asseverar que os candidatos à integração com Ele precisariam carregar a própria cruz e seguir-lhe os passos, isto é, suportarem com serenidade e amor, entendimento e serviço os deveres de cada dia”. 1
Somos Espíritos reencarnados, filhos de Deus, que vimos evoluindo milênios afora. Nosso destino é a perfeição relativa, em mundos mais elevados. Como o Espírito evolui? – Tomando o seu jugo, ou seja, realizando, com entendimento e alegria, as tarefas que nos são confiadas. André Luiz, no livro No Mundo Maior, cap. 4, afirma: “Evoluímos pela atividade, pelo esforço próprio, pela ação e pelo trabalho. E não ouvindo passivamente aulas teóricas”. O mecanismo da evolução é, pois, ação, atividade, trabalho. Ensina a Pedagogia: Aprendemos a fazer, fazendo. Mais adiante, no mesmo capítulo de No Mundo Maior, o referido autor acentua: “(…) Quem se entrega, de modo absoluto, ao esforço maquinal, sem consulta ao passado e sem organização de bases para o futuro, mecaniza a existência, destituindo-a de luz edificante.” Entregar-se ao esforço maquinal é viver sem refletir, sem buscar o discernimento, sem lutar por um ideal. É como caminhar sem saber para onde, e não buscar orientação. Consultar o passado, é a reflexão, a autocrítica, a análise do nosso desempenho ao longo do tempo. É o esforço para nos conhecer e retificar nossa conduta. É organizar bases para o futuro, é o planejamento. Assim como planejamos nossas atividades no plano material, estabelecendo metas a serem vencidas por etapas, também devemos planejar nossas atividades com vistas ao aperfeiçoamento espiritual. Estabelecido o diagnóstico de nossas necessidades, fazer um plano de trabalho, visando eliminar deficiências, desenvolver potencialidades, com vistas ao progresso espiritual – finalidade de nossa existência. Do contrário, continuaremos desperdiçando tempo e energia, perdidos num labirinto de causas e efeitos.
A realização da jornada evolutiva não é fácil. Obstáculos a serem vencidos: 1º.) o grau evolutivo em que nos achamos. Em consequência do estágio evolutivo, forças inconscientes compulsivas limitam nosso esforço, dando-nos a impressão de que não vamos conseguir superar as dificuldades. São nossos hábitos negativos, limitações, a bagagem desfavorável que trazemos do passado. Daí concluirmos que a dificuldade maior está em nós, em nosso íntimo, e não nas circunstâncias exteriores. 2º.) A influência do meio. Vivemos num planeta atrasado, mundo de expiações e provas. A grande maioria ainda não vive o bem, ainda não procura conhecer e viver os ensinamentos de Jesus. Em nosso País, a maioria é cristã só de rótulo, de aparência. Mas não vivemos de maneira coerente com os princípios em que dizemos acreditar. E como temos a tendência de nos deixar contagiar pelo meio, acabamos vivendo como a maioria.
Por toda a parte vige a mentira, a corrupção, a hipocrisia, a desonestidade, o egoísmo, enfim uma série de atitudes comportamentais em desacordo com as Leis Divinas. Cedemos à influência do meio, agindo como a grande maioria age. É necessário ter coragem e convicção para ser diferente. Viver como entendemos ser o correto, e não como os outros vivem. É como nadar contra a corrente. Estar em minoria, muitas vezes criticado, exatamente por não ser compreendido pela maioria.
Mas vale a pena o esforço, pois esta é a finalidade de nossas vidas: a evolução espiritual.
1 – Livro da Esperança, lição 75 – Emmanuel
José Argemiro da Silveira
Autor do livro: Luzes do
Evangelho, Edições USE