O Brasileiro Mais Importante do Mundo

COLUNA NOSSA GENTE || LEIS E IMIGRAÇÃO || Walter G. Santos (www.waltersantos.com), advogado nos Estados Unidos e no Brasil

O tempo é implacável e não poupa nem os mais imortais dos mortais. Foi-se Pelé, do mundo material, deixando um legado eterno e imortal, no âmbito espiritual. Fica a memória e a saudade.

Pelé foi, sem sombra de dúvida, o brasileiro mais importante do mundo. Sua magistral arte futebolística colocou o Brasil no cenário internacional, outrora dominado pelas nações desenvolvidas, posicionadas no hesmifério norte.


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O mundo conheceu o Brasil por “culpa” de Pelé.

Outrora uma republiqueta da América menos desenvolvida, o futebol brasileiro, desenvolvido em âmbito internacional pela arte de Pelé, tornou-se marca registrada de nossa cultura, além de ser uma das poucas, senão única, unanimidade nacional de orgulho.

Que país pára durante uma copa do mundo, como nós brasileiros paramos? Pergunte ao brasileiro naturalizado americano para quem ele torce no futebol. “Não consigo torcer pelos Estados Unidos, está dentro de mim torcer pelo Brasil”.

Pelé jogou futebol numa época em que a copa do mundo era um evento esportivo. Hoje não é. É um evento financeiro, proposto a dar lucro para um grupo de pessoas, às custas de apaixonados que ainda teimam em se apegar à paixão, sem se dar conta do lado econômico do evento.

Nosso maior brasileiro se aposentou com uma “fortuna” estimada em $15 milhões de dólares. O salário atual de Neymar é de $5 milhões de dólares mensais. Um atleta que, na minha leiga opinião, não chega aos pés do talento de Pelé.

Hoje o jogador de futebol é um misto de atleta e superstar. Provavelmente ganha mais dinheiro sendo este, do que aquele. A exposição diversificada de múltiplos craques impede que se monopolize toda a atenção àquele realmente sensacional, haja vista a criação de um grupo de profissionais de destaque, mas que se você olhar mesmo com rigor, verá que um ou dois são mesmo extraordinários. Em determinados momentos, nenhum.

Assim como a questão financeira é incomparável no curso do tempo, também não se pode comparar a medida de talento e vigor físico, numa época onde não existiam “aditivos” que alteram a fisiologia do atleta de laboratório, como se dá hoje.

O contraste de performance é imenso.

Por fim, é lamentável ver no momento da morte de um ícone, críticas a seus defeitos pessoais. Tem que ter “cojones” para atirar a primeira pedra. Quer dizer, em época de acefalia social midiática, basta um smart(?) phone.

Como todo ser humano, Pelé pode ter cometido seus erros e certamente pagou por eles.

Quando marcou seu milésimo gol na carreira, ao cobrar pênalti contra o Vasco no Maracanã, em 1969, em plena ditadura militar, ao ser cercado por repórteres, não hesitou: “pensem nas criancinhas do Brasil”.

Sua frase foi satirizada, virou piada e o acompanhou por muitos anos como uma pecha danosa. Mas Pelé tinha razão, pois ninguém olhou pelas crianças brasileiras. Nem a ditadura, que limitava a prescrição curricular educacional, nem a democracia nascente, mais preocupada em apontar os holofotes para seus diversos “atores”.

Tivéssemos nos preocupado com as crianças brasileiras e provavelmente teríamos formado uma sociedade brasileira renovada, mais justa, transparente e, acima de tudo, mais cordial.

No texto em homenagem aos mil gols de Pelé, intitulado Pelé: 1000, assim teceu Carlos Drummond de Andrade: “O difícil, o extraordinário, não é fazer mil gols, como Pelé. É fazer um gol como Pelé. Aquele gol que gostaríamos tanto de fazer, que nos sentimos maduros para fazer, mas que, diabolicamente, não se deixa fazer. O gol. (…) Sabe apenas fazer o máximo, e quando deixa de destacar-se no campo é porque até ele tem instantes de não-Pelé, como os não-Pelés que somos todos.”

Nosso muito obrigado ao Rei do Futebol, o brasileiro mais importante do mundo!

  • A informação contida neste artigo constitui mera informação legal genérica e não deve ser entendida como aconselhamento legal para situações fáticas concretas e específicas. Se você precisa de aconselhamento legal, consulte sempre um advogado que seja licenciado e membro da organização de classe (The Bar) do Estado onde você reside.


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