Voos com brasileiros deportados dos EUA batem o recorde em Belo Horizonte

Famílias que chegam a Belo Horizonte sem perspectivas depois de serem deportadas dos EUA

Nos seis primeiros meses de 2022, cerca de 2.221 pessoas desembarcaram em Belo Horizonte em aviões que traziam até famílias inteiras que estavam em situação irregular ou que tentaram entrar nos EUA ilegalmente

Da Redação – Os voos contínuos que chegam a Belo Horizonte com brasileiros deportados dos EUA bate o recorde – nos primeiros seis meses de 2022 já é maior do que o registrado em 2021. Pessoas que desembarcam visivelmente frustradas por não ter atingido o objetivo de viver em reduto americano, relatando a tristeza na volta forçada ao Brasil.

A deportação de brasileiros que viviam nos EUA, segundo autoridades de imigração, disparou em 2022. Só nos seis primeiros meses do ano, 2.221 pessoas desembarcaram em Belo Horizonte em aviões que traziam até famílias inteiras que estavam em situação irregular ou que tentaram entrar no país ilegalmente.


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Esse número já supera o do ano passado inteiro, quando 2.122 brasileiros foram expulsos dos EUA. Com isso, o número vem aumentando desde uma mudança na lei brasileira em 2019 – até então, era proibida a emissão de passaportes se o cidadão não pedisse, o que impedia a deportação de brasileiros que se recusassem a solicitar o documento.

Pedido de Trump

O governo de Jair Bolsonaro atendeu a um pedido do então governo do presidente Donald Trump, e assinou uma portaria com novas regras. Passaram a ser autorizadas as deportações de brasileiros que viviam ilegalmente no país. No lugar do passaporte, passou a ser necessário apenas um atestado de nacionalidade.

Desde o acordo assinado, voos com deportados brasileiros chegam com frequência ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, retratando um cenário de desolação e incerteza. E segundo Sueli Siqueira, pesquisadora especialista em imigração, a crise econômica brasileira levou cada vez mais brasileiros a tentarem entrar ilegalmente nos EUA.

“São pessoas que estão em busca de uma qualidade de vida. É uma desesperança de que aqui é possível, de que lá a vida vai ser melhor, que eu posso conquistar condições melhores. Não é mais o projeto de juntar dinheiro e voltar. O projeto, agora, é de viver lá”, explica a pesquisadora.



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