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Novo portal denuncia programa de assassinatos dos Estados Unidos
The Intercept, o portal onde serão publicados os artigos baseados na filtragem de dados secretos da agência norte-americana de segurança (NSA, na sigla em inglês), começou a funcionar nesta segunda-feira com as primeiras publicações sobre o papel dos espiões dos EUA em um “programa de assassinatos”. O portal é um projeto em conjunto com o ex-repórter do diário britânico The Guardian Glenn Greenwald, o primeiro a publicar as notícias distribuídas por Edward Snowden, ex-espião da CIA e da NSA; pela jornalista Laura Poitras e por Jeremy Scahill, autor do livro Guerras sujas: O mundo é um campo de batalha.
O novo site é parte da organização jornalística First Look Media, de propriedade do fundador do eBay, Pierre Omidyar. Segundo os fundadores do portal, o projeto tem por objetivo duas metas principais. A de curto prazo é proporcionar uma plataforma para a publicação dos documentos que, anteriormente, foram filtrados por Snowden nos computadores da NSA. E a meta mais distante é formar uma geração de jornalistas sem medo de cobrir, de forma ampla, toda uma série de temas que, atualmente, beiram o tabu na imprensa mundial.
No primeiro artigo publicado, com o título O papel secreto da NSA no programa de assassinatos dos EUA, Snowden denuncia que a NSA acessa mais dados procedentes da vigilância digital do que os serviços tradicionais de inteligência, em consequência disso, morrem mais pessoas inocentes ou não identificadas, por ação de espiões preparados para matar indistintamente. Sobre esta tática inteiramente ilegal da NSA, um ex-militar do Comando de Operações Especiais das Forças Armadas norte-americanas, que também trabalhou com a NSA, falou sob a condição de anonimato. Segundo afirmou, a agência de espionagem “define seus objetivos baseando-se em controvertidas fórmulas e análises de metadados e tecnologia de rastreamento de telefones.
“Em vez de confirmar a identidade de um objetivo com agentes ou informantes sobre o terreno, a CIA e o Exército dos EUA ordenam um ataque baseando-se na atividade e na localização do telefone móvel de uma pessoa que, supostamente, o está utilizando. Tomam decisões apressadas e, quase sempre, erram em suas avaliações. Tiram conclusões precipitadas e não há como voltar atrás para corrigir tais erros”, denuncia a fonte.
Segundo o blogueiro espanhol José Luis Camacho, muito popular em seu país, com o surgimento do Intercept, outras páginas na internet seguirão o caminho aberto pela iniciativa do WikiLeaks, mas adverte que isso pode significar mais combustível para que a NSA e outras agências norte-americanas reforcem seus programas de segurança. Tal iniciativa poderá produzir “uma vigilância mais estreita e um maior controle mundial da informação”, conclui.
Fonte: correiodobrasil.com.br