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Na onda do empoderamento
Em um universo predominantemente masculino, surfistas como a paranaense Jessica Bianca brigam para mostrar seu valor
por Luiz Humberto Monteiro Pereira
humberto@esportedefato.com.br
O Brasil anda em alta no surfe mundial – a chamada “brazilian storm”, uma safra de talentosos surfistas brasileiros, deu projeção mundial a feras nacionais como Gabriel Medina e Adriano de Souza, o Mineirinho. Embora o universo do surfe ainda seja predominantemente masculino, as mulheres já começam a disputar com eles as melhores ondas. E, às vezes, enfrentam problemas por essa atitude. “Ainda existe aquele desrespeito dentro da água, de não te dar direito de ficar no pico porque você é mulher e surfa menos – mesmo vendo que às vezes surfamos melhor do que alguns marmanjos…”, alfineta a surfista paranaense Jessica Bianca.
Aos 23 anos e radicada na cidade paulista de Ubatuba, onde treina na Praia Vermelha e Praia Grande, Jessica dribla a falta de patrocínio trabalhando em uma sorveteria para se manter. “Adoraria viver somente do surfe, mas isso ainda não é a minha realidade”, pondera. O expediente não atrapalha os treinos diários e a participação em competições, quando surgem as oportunidades. E ela tem aproveitado várias delas: foi tetracampeã paranaense, terceiro lugar no Roxy Pro Jr, campeã da terceira etapa do Brasileiro da Petrobrás e campeã do Mormaii Pro Jr. “O Pro Jr., que é uma competição sul-americana, foi meu primeiro evento de nível internacional e vencer um logo de cara foi incrível!”, emociona-se.
Esporte de Fato – Como se iniciou no surfe?
Jessica Bianca – Tive contato com o surfe ainda bem pequena. Meu pai e minha tia surfavam e eu cresci na beira da praia. Não foi difícil eu descobrir que era isso que eu queria… No início eu ainda não sabia das competições. Descobri que pegar onda na praia poderia ser uma profissão quando conheci algumas atletas como a Bruna Schmidt e a Monique Santos, que na época despontavam nas competições.
Esporte de Fato – O que achou da inclusão do surfe como categoria olímpica, nos Jogos Tóquio 2020?
Jessica Bianca – Sem dúvidas vai contribuir muito para a evolução do esporte. Com certeza vai abrir muitas portas para nós atletas e seremos vistos com outros olhos. Acredito também que o mundo irá acompanhar mais o surfe feminino com o esporte nos Jogos.
Esporte de Fato – Como avalia as possibilidades do surfe feminino brasileiro nas Olimpíadas?
Jessica Bianca – Acredito que eles vão seguir o ranking da WSL. Vão se basear nisso. E se tratando disso não tenho dúvida de que o Brasil estará muito bem representado! Estou ansiosa para isso!
Esporte de Fato – Chegou a acompanhar os Jogos Rio 2016?
Jessica Bianca – Sim, acompanhei algumas modalidades. Foi lindo! Por ter sido aqui no Brasil, acabou se tornando ainda mais encantador! E os Jogos Paraolímpicos também foram muito emocionantes.
Esporte de Fato – Como acredita que o surfe possa se desenvolver como esporte no Brasil?
Jessica Bianca – O surfe evoluiu muito. Somos muito mais respeitados do que antigamente. Vejo isso pelas histórias que o meu pai conta. E acredito que por se tornar um esporte olímpico vai nos ajudar a ser mais valorizados. O surfe brasileiro ainda não tem o respeito que merece ter. É triste ver atletas planejando ir morar fora do país por conta disso tudo. Para o surfe feminino, é ainda mais complicado!
Esporte de Fato – O universo do surfe ainda é dominado pelos homens. É mais difícil para as mulheres se profissionalizarem no esporte?
Jessica Bianca – Sim, sem dúvidas. Ainda existe aquele desrespeito dentro da água, aquilo de te ‘rabearem‘ na boa, de não te darem preferência nas melhores ondas porque você é mulher. Poderíamos ter muito mais atletas no circuito mundial, mas falta investimento, falta acreditar, faltam oportunidades para as surfistas brasileiras! O surfe feminino nacional passou por fases bem difíceis, mas acredito que as coisas estão melhorando. As meninas estão animadas novamente!
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