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Music Never Stops
MAR/15 – pág. 70
Música como profissão, entretenimento ou terapia? Quais os verdadeiros poderes da música e como ela desencadeia processos incríveis na mente humana? As respostas físicas ou psíquicas à música variam. A linguagem da música é universal e transcende barreiras culturais e linguísticas. São muitos os estudos científicos sobre a sétima arte e todos eles revelam descobertas surpreendentes envolvendo seus poderes.
Resposta à música
No curto caminho que começa nos ouvidos até chegar ao cérebro, o poder da música – na mente humana – envolve muitos mistérios, motivos de pesquisa para principalmente servirem como ferramenta para melhorar a qualidade de vida do ser humano.
No Reino Unido, os pesquisadores concluíram que a música é importante ferramenta para o desempenho dos alunos e, portanto, escutar música melhora consideravelmente o aproveitamento deles. Os resultados são surpreendentes e não param aí. Ainda, de acordo com a pesquisa, estudar matemática, por exemplo, pode ser mais proveitoso se os alunos estudarem ao som de música clássica. Outro estudo (não menos interessante) aponta que cantar desenvolve a capacidade de aprendizado e memorização e, tratando-se de músicas em diferentes idiomas, também aprimora a pronúncia e a expansão do vocabulário.
Na Alemanha, pesquisadores observaram que o fato de ter aulas de música na infância aumenta o tamanho de determinadas regiões do cérebro. Segundo a pesquisa, a área cerebral utilizada para analisar o tom de uma nota musical é 25% maior nos músicos em comparação com as de pessoas que nunca tocaram um instrumento. Em Amsterdã, um estudo recente revelou que pacientes com problemas cardíacos apresentaram considerável melhora quando submetidos ao tratamento com música, independente do gênero musical. A pesquisa conclui que, ao ouvirmos o tipo de música que nos agrada, o cérebro produz endorfina que, por sua vez, ajuda no sistema circulatório. Os pacientes submetidos a esse tratamento melhoraram consideravelmente a capacidade aeróbica se comparados aos pacientes que apenas exercitaram sem o uso de música.
Nos Estados Unidos, pesquisadores descobriram, através de ressonância magnética, que submeter crianças à formação musical precoce melhora as áreas do cérebro responsáveis pelo funcionamento executivo, também conhecido como controle cognitivo. Cognição é a forma como o cérebro percebe, aprende, recorda e pensa sobre toda informação captada através dos cinco sentidos.
O estudo da música aprimora o desenvolvimento de funções como sensibilidade, coordenação, memorização e concentração. A redução dos níveis de ansiedade, diminuição da pressão arterial e da frequência cardíaca, e alteração dos níveis de cortisol e adrenalina no sangue, também estão incluídas entre benefícios diretos proporcionados pela música. Os benefícios psicológicos são múltiplos, desde o estímulo da comunicação, aumento da autoestima e favorecimento da introspecção, até a exposição a novas sensações e emoções através da música – mesmo porque apenas a linguagem verbal nem sempre é suficiente.
A Musicoterapia a serviço da saúde
A Musicoterapia, em sua forma atual, passou a existir nos Estados Unidos por volta de 1944, quando foi fundado o primeiro programa de graduação na Michigan State University e o primeiro programa de pós-graduação da Universidade de Kansas. A Musicoterapia utiliza a música, bem como seus elementos – ritmo, melodia e harmonia –, para a reabilitação física, mental e social de indivíduos ou grupos.
É uma ferramenta poderosa para a reabilitação motora, no restabelecimento de pacientes com deficiência mental, paralisia cerebral, dificuldades emocionais, pacientes psiquiátricos, gestantes, idosos e inclusive dependentes químicos. Em todos os casos, os pacientes têm resposta positiva e imediata com relação ao uso de música. A Biblioteca da Musicoterapia Brasileira tem uma infinidade de artigos muito interessantes, envolvendo musicoterapeutas consagrados.
Cérebro e música
As pesquisas apontam que a música e seus elementos atuam intensamente no cérebro. Essas áreas poderão ser trabalhadas, desenvolvidas e até recuperadas com a prática da música, com o estudo musical ou mesmo com o tratamento baseado na Musicoterapia.
Se dividirmos o cérebro em ‘hemisférios musicais’, o hemisfério esquerdo seria o responsável pelo ritmo, por estar melhor preparado para trabalhar com a sucessão de sons ou variadas combinações sucessivas de sons. No entanto, pesquisas também apontam que os conceitos básicos de ritmo não se limitam apenas ao hemisfério esquerdo. A harmonia, ou seja, a arte de combinar sons, localiza-se no hemisfério direito do cérebro – e então cantar, por exemplo, seria uma atividade localizada no hemisfério direito, segundo pesquisas.
Algumas funções específicas estão realmente divididas entre os hemisférios esquerdo e direito, e a música pode sim ser utilizada como ferramenta poderosa para o equilíbrio das funções entre ambos os hemisférios cerebrais.
Estudar música
Nos Estados Unidos, de forma geral, a música é matéria obrigatória na maioria dos sistemas escolares no país. É geralmente obrigatória nos primeiros anos das escolas públicas e eletiva nos últimos anos. As escolas oferecem classes de canto, com a prática de corais e, posteriormente, a formação de banda escolar. No país, são dezenas de universidades que oferecem o ensino de música, como a University of North Texas College of Music (Denton), além das conceituadíssimas Berklee College of Music (Boston), Manhattan School of Music (New York) e Musicians Institute (Los Angeles), responsáveis por formar um clã de músicos de primeiríssima qualidade.
A música é muito presente na vida dos norte-americanos, seja na religião, em tratamentos terapêuticos, ou simplesmente como entretenimento. Nos Estados Unidos, concentram-se as principais indústrias voltadas à fabricação de instrumentos musicais, bem como as maiores gravadoras de discos, mercados que movimentam dezenas de milhares de dólares. Portanto, podemos afirmar que, definitivamente, os Estados Unidos respiram música! A propósito, você já ouviu música hoje? Enjoy!
Sallaberry
Músico, produtor musical e bacharel em Publicidade e Propaganda, membro do Latin Grammy. Autor do Manual Prático de Produção Musical.