Ministro diz que explicações dos EUA sobre espionagem foram falsas

Ministro diz que explicações dos EUA sobre espionagem foram falsas

Paulo Bernardo disse que Brasil ainda não recebeu nova explicação.
Nesta segunda, governo chamou espionagem sobre Dilma de ‘inaceitável’.

Foto: ABr
Paulo Bernardo – Foto: ABr

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse nesta terça-feira (3) que foram “falsas” as explicações já dadas pelos Estados Unidos a respeito das denúncias de espionagem no Brasil. Reportagem do Fantástico revelou que a presidente Dilma Rousseff e seus assessores foram alvos de espionagem do governo norte-americano.
Nesta segunda-feira (2), o governo brasileiro – por meio dos ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores) – exigiu uma resposta por escrito dos Estados Unidos e classificou como “inadmissível” e “inaceitável” a espionagem, se comprovada.

Paulo Bernardo disse nesta terça que o Brasil ainda não recebeu nenhuma nova explicação do governo americano.

“Não deram nenhuma explicação razoável. Aliás, todas as explicações que nos foram dadas desde o início desses episódios revelaram-se falsas. Quer dizer, as explicações que recebemos da Embaixada e depois nas visitas que fizemos aos Estados Unidos, os acontecimentos posteriores mostram que não se sustentavam as alegações que foram apresentadas, portanto, nós continuamos esperando as explicações”, declarou o ministro.


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Paulo Bernardo falou com a imprensa ao chegar para a noite de autógrafos do jornalista da GloboNews, Gerson Camarotti, que lançou em Brasília a segunda edição do seu livro “Segredos do Conclave”.

O ministro disse ser “absolutamente injustificável” a atitude dos EUA. O governo brasileiro, afirmou, não tem “nenhuma ilusão” de que aquele país esteja espionando o Brasil “para achar alguém tramando algum ataque ou coisa parecida”.

“Acho que essa espionagem indiscriminada não tem a ver a com segurança nacional”, declarou Bernardo. “É uma espionagem com um caráter comercial, industrial, interesse em saber questões como o pré-sal e outras de peso econômico ou de peso comercial. Portanto, é mais grave do que fica parecendo à primeira vista”.

“O mundo civilizado está, com certeza, estarrecido com essa saliência”, afirmou o ministro, que evitou comentar sobre a viagem que a presidente Dilma Rousseff fará aos Estados Unidos em Washington.

CPI da Espionagem
O ministro das Comunicações disse que a presidente Dilma Rousseff pediu que o governo colabore com a recém instaurada comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investigará as denúncias contra dos Estados Unidos.

“Ela [Dilma Rousseff] disse o seguinte: ‘nós temos que colaborar com as informações que nos forem solicitadas’. A CPI é do Senado, não é do governo, não é da Câmara. Então, aquilo que nos for solicitado, se chamarem algum ministro para prestar depoimento, nós vamos certamente cooperar. Mas não é um trabalho do governo”, disse.

Segundo informou o blog do jornalista Gerson Camarotti, Dilma cogita adiar a visita de Estado que está marcada para outubro em Washington. “Isso com certeza ela vai ter que decidir junto com a sua equipe que trata de relações exteriores, eu acho que o governo fez parece adequado, exigir explicações do governo americano”, afirmou Paulo Bernardo.

O presidente em exercício da República, Michel Temer – que também compareceu à noite de autógrafos do livro “Segredos do Conclave” –, disse esperar que a situação com os Estados Unidos se resolva a tempo de Dilma fazer a viagem oficial.

“Acredito que em brevíssimo tempo, diplomaticamente, se resolverá essa questão mantendo, em primeiro lugar, a soberania e sobranceria do Estado brasileiro e da figura da presidenta da República. Acho que na via diplomática isso se resolverá a tempo de a presidente poder ir aos Estados Unidos, se houver essa solução harmonizadora, e realizar a tarefa que lá iria realizar”, afirmou.

Fonte: g1.globo.com



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