Mergulhar é preciso

Mergulhar é preciso

Da plataforma de 10 metros, Hugo Parisi quer saltar na final olímpica no Rio de Janeiro

por Luiz Humberto Monteiro Pereira

jogoscariocas@gmail.com

Parisi, da seleção brasileira de saltos ornamentais, que irá representar o Brasil nas Olimpíadas do Rio de Janeiro na plataforma de 10 metros - Foto: Arquivo pessoal (hugoparisi.com)
Parisi, da seleção brasileira de saltos ornamentais, que irá representar o Brasil nas Olimpíadas do Rio de Janeiro na plataforma de 10 metros – Foto: Arquivo pessoal (hugoparisi.com)

Em fevereiro, ao final da XX Copa do Mundo de Saltos Ornamentais, no Rio de Janeiro, o brasiliense Hugo Parisi teve a grande notícia: vai pela quarta vez às Olimpíadas. Aos 31 anos, o especialista na prova de plataforma de 10 metros está desde 1999 na seleção brasileira da modalidade. E conta com a experiência nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012 para tentar sua primeira final olímpica no Rio de Janeiro, em agosto. “Com certeza a coisa mais emocionante na vida de um atleta é competir em Jogos Olímpicos. A gente treina a vida inteira para chegar nessa competição“, avalia Hugo, que compete pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie de Brasília e é patrocinado pelos Correios, Cartão BRB e Cooplem Idiomas, além de fazer parte do Programa Olímpico da Marinha e de receber a Bolsa Atleta do Ministério dos Esportes.


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Jogos Cariocas – Como se aproximou dos saltos ornamentais?

Hugo Parisi – Comecei nos saltos ornamentais aos 7 anos, por que meus pais gostavam e achavam bonita a modalidade. De lá para cá já se foram quase 25 anos. Mas o esporte só começou a ficar coisa séria aos 16, quando comecei a ser convocado para a seleção brasileira de saltos ornamentais.

Jogos Cariocas – Praticar saltos ornamentais desde tão cedo influiu na sua personalidade?

Hugo Parisi – Meu esporte é muito desafiador. Você lida com o medo o tempo todo e isso influencia no seu jeito de ser. Me sinto muito mais preparado para lidar com situações complicadas no dia a dia. Sou uma pessoa bem tranquila. Tento pensar em tudo antes de agir.

Jogos Cariocas – O que é mais sedutor em praticar os saltos ornamentais?

Hugo Parisi – O legal de praticar saltos ornamentais é que você nunca tem uma zona de conforto. Bobeou, cai errado na água. Tem que estar com 100% da atenção o tempo todo. Normalmente o que os atletas reclamam um pouco é o quanto tem que treinar. Mas, no meu caso, eu gosto muito de treinar, de estar na piscina.

Jogos Cariocas – Como é sua rotina de treinos?

Hugo Parisi – Eu divido meu treino entre o Colégio Mackenzie de Brasília, que é o time que defendo, e o Centro de Excelência em Saltos Ornamentais na Universidade de Brasília, que é a casa da seleção brasileira. Hoje minha rotina é acordar cedo, tomar café da manhã, treinar de 8 h a meio-dia, almoçar e à tarde ir para a academia ou para a fisioterapia, quando não tem outro treino. No geral, são umas 6 horas de treino por dia, de segunda a sábado.

Jogos Cariocas – Como estão as chances dos saltos ornamentais do Brasil nas Olimpíadas? Tem ideia de quem serão seus principais adversários?

Hugo Parisi – Nestes Jogos Olímpicos, o Brasil terá seu maior número de atletas numa mesma edição. Por sermos sede, temos direito às vagas do salto sincronizado. Já no individual, foi preciso conquistar as vagas. Nos saltos ornamentais, o maior adversário é sempre você mesmo. Quem vai saltar precisa prestar atenção absoluta no que tem que fazer e esquecer os outros. Um bom resultado depende de uma boa competição, e para fazer uma boa competição só depende de você.

Jogos Cariocas – O fato de estar em casa pode representar uma vantagem para os saltadores brasileiros?

Hugo Parisi – É uma vantagem ter a torcida do seu lado. Ela pressiona os juízes. Caso fiquem na dúvida de dar um 8 ou 8,5, tenho certeza que vão optar pelo 8,5 se a torcida fizer barulho…

Jogos Cariocas – Já sonhou com os Jogos Rio 2016?

Hugo Parisi – Os Jogos Rio2016 serão minha quarta participação em Olimpíadas. Depois que você quebra a barreira de chegar às primeiras Olimpíadas, não existe outra alternativa a não ser estar na próxima. Todo o trabalho é feito para este momento.

Jogos Cariocas – Alguns atletas estrangeiros se queixaram do Parque Aquático Maria Lenk ser aberto, argumentando que estão acostumados a competir em locais fechados e climatizados, sem ventos ou outras influências climáticas. Como vê essas reclamações?

Hugo Parisi – Numa piscina coberta, você pode programar melhor os treinos, sabe que sempre terá a mesma condição climática dentro. Como legado, seria interessante ter uma piscina assim. No caso específico dos Jogos do Rio serem em piscina aberta, eu não vejo problemas. Caso esteja ventando, chovendo ou frio, esta condição será igual para todos. Quem lidar melhor com as adversidades sairá vencedor.

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