Menina com paralisia é operada nos EUA após obter US$ 42 mil da União

Menina com paralisia é operada nos EUA após obter US$ 42 mil da União

Júlia Marcheti Ferraz, de 5 anos, tem doença que dificulta sistema motor. Família lutou na Justiça para que o governo federal bancasse procedimento.

Júlia Marcheti e os pais, pouco antes da cirurgia nos Estados Unidos (Foto: Alexandre Ferraz/Arquivo Pessoal)
Júlia Marcheti e os pais, pouco antes da cirurgia nos Estados Unidos (Foto: Alexandre Ferraz/Arquivo Pessoal)

Foi realizada na quinta-feira (05/02), em St. Louis, nos Estados Unidos, a cirurgia na medula da menina com paralisia cerebral, moradora de Ribeirão Preto (SP), que conseguiu na Justiça que a União bancasse o procedimento, de US$ 42,2 mil. Júlia Marcheti Ferraz, de 5 anos, passa bem após a operação e deve ficar sedada por mais 24 horas, para recuperação, segundo o pai dela, Alexandre Ferraz, em entrevista nesta sexta-feira (6).

O procedimento conhecido como rizotomia dorsal seletiva foi realizado por uma equipe do St. Louis Children’s Hospital, no estado do Missouri, depois que a família de Júlia obteve decisão favorável do Tribunal Regional Federal para que o Ministério da Saúde pagasse pela cirurgia. O impasse fez com que a família criasse uma polêmica com o Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão Preto, que afirmou que também poderia fazer a operação.

Após dois meses de indefinição sobre a realização do tratamento nos EUA, o sentimento pós-cirurgia é de alívio, segundo o pai de Júlia. “Eu sinto somente a sensação que qualquer pai sentiria, de ter lutado por aquilo que era justo e ter a sensação do dever cumprido”, afirmou Ferraz, que acompanha a filha no hospital norte-americano.


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Sustentação muscular
Segundo ele, Júlia deve permanecer sedada ao menos até domingo (08/02), para pré-cicatrização da cirurgia. “A cirurgia foi um sucesso, mas precisa ficar sedada para evitar que se mova”, comentou. Após esse período, os médicos norte-americanos devem tentar colocá-la de pé. “É provável que já consiga ficar em pé, até para a ver a sustentação muscular, para ver como se comportará em um primeiro momento. Ela não vai sair andando, mas já é uma coisa bastante positiva”, afirmou Ferraz.

Júlia deverá permanecer internada nos EUA por pelo menos mais um mês, enquanto passa por sessões de fisioterapia. Em 30 dias, ela deve retornar a Ribeirão Preto, onde continuará o tratamento com a equipe de fisioterapeutas que já a acompanhava.

Depois de dois meses, a menina deve passar por novo procedimento, com um ortopedista de Bauru, que acompanha a equipe de médicos norte-americanos. “A cirurgia será para o alongamento dos tendões, que é considerada bastante corriqueira”, comentou o pai. A operação é necessária para reverter a atrofia nos tendões dos pés, que gerou o encurtamento dos músculos e a impede de se manter em pé.

O caso
Aos oito meses, Júlia foi diagnosticada com leucomalácia periventricular nível 3. A paralisia cerebral causa rigidez muscular e compromete os movimentos dos membros, podendo provocar atrofia. A menina só se locomove com a ajuda de um andador e depende dos pais para realizar as tarefas diárias.

A briga na Justiça pelo pagamento da cirurgia de Júlia começou em 10 de dezembro, logo após a família receber a aprovação do St. Louis Children’s Hospital para a internação da criança.
A primeira liminar, em 25 de dezembro, determinou que a União pagasse os US$ 42,2 mil pelo procedimento. O Ministério da Saúde, no entanto, não cumpriu o prazo estipulado pela Justiça para o depósito.

A família pediu, em 30 de dezembro, reapreciação da liminar e obteve parecer favorável no dia seguinte. Em 13 de janeiro, Ana Paula e o marido participaram de uma audiência na Justiça Federal em Ribeirão Preto junto a um auditor do Sistema Único de Saúde (SUS).

A última decisão da Justiça Federal deu prazo de 24 horas, a partir de 13 de janeiro, para que o depósito fosse efetuado, mas novamente a quantia não foi depositada.

No dia 19 de janeiro, o Ministério da Saúde informou que efetuou o pagamento, porém em uma conta em juízo. O TRF, no entanto, acatou recurso da União e suspendeu o repasse do dinheiro à família da menina.

Em audiência no dia 22 de janeiro, a família de Júlia apresentou o processo integral à desembargadora Alda Basto, o que garantiu a reconsideração da decisão e, finalmente, a liberação do dinheiro para a cirurgia nos Estados Unidos.

Fonte: g1.globo.com



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