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Lília Cabral volta em novela histórica
Vivendo a cafetina e ex-prostituta Virgínia, a personagem da veterana atriz tem participação intensa no movimento que luta pela independência do Brasil em “Liberdade, Liberdade”, na Globo
A veterana atriz, Lília Cabral, volta a atuar após o sucesso de “Império”, na Globo. Ela está na novela “Liberdade, Liberdade”, de Márcia Prates, interpretando a cafetina e ex-prostituta Virgínia. Lília será também a mãe do personagem de Mateus Solano, o Félix de “Amor à Vida”, que vive o Rubião. Virgínia surpreendeu Lília por sua participação intensa no movimento que luta pela independência do Brasil porque é no seu cabaré que os rebeldes se encontram e onde ela colhe informações preciosas. Mas não se engane, esta não é mais uma história sobre Tiradentes, figura que marcou a luta pela independência do Brasil. Esta é a trama ficcional de Joaquina (Mel Maia/Andreia Horta), a filha de Tiradentes (Thiago Lacerda) e Antônia (Leticia Sabatella). Nascida no Brasil, Joaquina fica órfã e é criada por um amável estranho em Portugal. Essa mulher é capaz de retornar ao país onde seus pais morreram para se tornar o símbolo da luta contra a coroa portuguesa.
E entre gravações e troca de roupas, em um ambiente amigo e cortes, Lília não esconde o incomodo das altas temperaturas no set das filmagens, colocando a boca no mundo, mas de forma extremamente diplomática. “É um calor horroroso, tudo que possa imaginar. Mas, em compensação, a novela me leva para um mundo que jamais imaginei. Quando entro no set, a minha vida parece muito distante. A minha realidade é aquela, grotesca, suja. Isso tem sido importante para mim, principalmente porque sou fresca. Estou tendo que me desconstruir, fico suada, isso tudo é um teste para mim. E estou me comportando muito bem”, desabafa com bom humor.
E quando indagada sobre a sua personagem na novela, a veterana atriz fala com total domínio. “Ela sofreu uma grande decepção amorosa e o caminho dela foi à prostituição. Isso não significa que ela seja inferior, é uma mulher independente. Cada mulher que engravidava e era rejeitada pela família ia por esse caminho do abandono. Mas acho que ela conseguia perceber um jeito de existir como mulher e não ficar submissa à família, aos valores tradicionais. O fato de ela ser conspiradora a gente pouco ouve falar, mas outro dia li uma reportagem sobre mulheres revolucionárias no século 18. Pensei: ‘Estamos no caminho certo”, diz a atriz que se considera uma feminista. “Luto pelos meus direitos sim”, afirma.
Com trajes sensuais, de acordo com a época em que passa a história, conta Lília que não teve a preocupação de sensualizar a sua personagem, apesar de lidar com a prostituição, afirmando o seguinte: “Uma coisa é ser sensual, outra coisa é ser erotizada. Não fiquei procurando me colocar de forma diferente, entro na cena com despojamento, e as pessoas já devem sentir que existe uma mulher sensual ali. Mas fui por um caminho doce, nunca vou pela obviedade. Todos os figurinos são ousados, os peitos estão sempre protuberantes”, conta.
A trama começou assim
Após a morte de Tiradentes e de Antônia, a pequena Joaquina é resgatada por Raposo (Dalton Vigh), até então simpatizante pela luta dos inconfidentes. Ao ver a pequena testemunhar a morte do próprio pai, ele se compadece de seu sofrimento e assume sua criação. Juntos, embarcam para Portugal. Lá, a menina passa a se chamar Rosa, para despistar os que ainda perseguiam os inconfidentes e desprezavam seus descendentes.
Carreira
Lília é brasileira, filha de pai italiano (Gino Bertolli) e mãe portuguesa (Almedina Cabral, natural de São Miguel, Arquipélago dos Açores). Sua mãe faleceu quando Lília tinha por volta dos 20 anos de idade, antes de ela começar a atuar na TV, fato que lamenta bastante, já que esta nunca teve a oportunidade de vê-la trabalhar como atriz. É paulistana do bairro da Lapa, mas vive no Rio de Janeiro há mais de vinte anos. O seu primeiro casamento, ainda muito jovem, foi com o cineasta João Henrique Jardim, mas este matrimônio durou pouco tempo. É casada desde 1994 com o economista Iwan Figueiredo, pai de sua única filha, Giulia, que nasceu quando Lília tinha 38 anos. A gravidez não foi planejada já que, pouco tempo antes de engravidar, Lília tinha sofrido três abortos espontâneos.