Anvisa suspende partida entre Seleções do Brasil e Argentina; declarações sanitárias falsas
Agentes da Polícia Federal e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) entraram em campo neste domingo, em São Paulo, na partida entre Brasil e Argentina, para retirada de quatro jogadores argentinos. Segundo a Anvisa, eles fizeram declarações sanitárias falsas no formulário ao entrar no Brasil, infringindo as leis sanitárias brasileiras. O jogo foi suspenso, gerando tumulto e discussão
Da Redação
A suspensão do tão aguardado jogo entre Brasil e Argentina, domingo à tarde em São Paulo – na Neo Química Arena –, pelo descumprimento de quarentena de quatro jogadores argentinos – apresentação de declarações falsas –, vem gerando duras críticas da imprensa Argentina. Público atento, jogadores de ambas as seleções se aquecendo em campo quando agentes da Polícia Federal e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entraram em cena e paralisaram a partida para a retirada dos argentinos infratores. Houve tumulto, com a presença das estrelas Neymar e Messi tentando contornar a situação, mas não adiantou: a competição foi mesmo suspensa.
Tumulto entre jogadores e Anvisa – Os quatro jogadores argentinos, Emiliano Martínez, Buendía, Cristian Romero e Giovani Lo Celso, fizeram declarações sanitárias falsas no formulário ao entrar no Brasil, segundo a Anvisa. E segundo o diretor responsável pela área de aeroportos, portos e fronteiras da agência, Alex Machado Campos, a postura desrespeitosa dos atletas com autoridades sanitárias, levou à suspensão da partida. Eles foram notificados a deixar o Brasil na noite de domingo, segundo a Polícia Federal, não foram deportados.
Os argentinos foram ouvidos por policiais federais no pavilhão de autoridades, na área interna do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. Não houve depoimento formal, apenas foram ouvidos sem serem averiguados.
Em declaração à imprensa, a Anvisa explica que tentou estabelecer a quarentena desses quatro jogadores desde sábado. No comunicado, a Agência especificou que: “Desde a tarde deste sábado (4/9), a Anvisa, em reunião ocorrida com a participação de representantes da CONMEBOL, CBF e da delegação argentina recomendou a quarentena dos quatro jogadores argentinos, ante a confirmação de que os jogadores prestaram informações falsas e descumpriram, inequivocamente”
“A Portaria Interministerial nº 655, de 2021, a qual estabelece que viajantes estrangeiros que tenham passagem, nos últimos 14 dias, pelo Reino Unido, África do Sul, Irlanda do Norte e Índia, estão impedidos de ingressar no Brasil”, diz a nota.
Depois, no domingo pela manhã, a Anvisa acionou a Polícia Federal “a fim de que as providências no âmbito da autoridade policial fossem adotadas de imediato”.
“No exercício de sua missão legal, a Anvisa perseguiu, desde o primeiro momento, o cumprimento à legislação brasileira, que, nesse caso, se restringia à segregação dos quatro jogadores envolvidos e a adoção das medidas sanitárias correspondentes. Desde o instante em que tomou conhecimento da situação irregular dos jogadores – no mesmo dia da chegada da delegação – a Anvisa comunicou o fato às autoridades brasileiras em saúde, por meio do CIEVS – o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde”, diz o texto.
O Ministério da Saúde afirmou “que apoia e reconhece as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), autoridade em saúde responsável pelas ações de vigilância sanitária do país”.
Imprensa argentina contesta
Em contrapartida, a imprensa argentina contestou a suspensão da partida, alegando que autoridades brasileiras foram contundentes com jogadores da Seleção Argentina. O ato de suspensão da partida foi considerado “um escândalo” para o futebol, segundo comentaristas esportivos em Buenos Aires.