JAN/13 – pág. 43
Tenho pesquisado sobre oportunidades na América desde que cheguei ao país há 17 anos e sempre deixei de lado o setor primário. Desde quando a concentração de novos investimentos tem sido voltada para o setor terciário (serviços), todos sonham em descobrir o novo website ou o novo modelo de telefone com o máximo de serviço possível. Foi ficando para trás o mais importante consumo para o ser humano: o alimento.
Vejo na experiência dos brasileiros em ter fazendas de gado ou de agricultura, como segundo negócio, um universo de oportunidades para investir nesse setor. Um exemplo que chama muito a atenção são os plantadores de laranja que saíram do interior do Estado de São Paulo para comprar processadores de suco de laranja e laranjais na Flórida. Em escala menor, conheci um apicultor que saiu de Pernambuco para estruturar uma instalação de produção de mel. Negócio simples e lucrativo para quem conhece o setor.
No setor de flores, a demanda não para de crescer no mercado da Flórida, seja para flores ornamentais, seja para flores de jardim – que a cada dia tornam-se mais populares. As importações de flores da Colômbia e da América do Sul batem recordes todos os anos.
Há alguns anos, fiz negócio com uma empresa de produção de queijos que estava se mudando de Cocoa para Orlando e fiquei muito impressionado com o lucro e a demanda que tinham para os produtos de origem latina. Se eles tivessem entrado com produtos de uso do mercado americano, eu acredito que teriam tido muito mais demanda, no entanto, estavam muito satisfeitos com a demanda dos latinos.
Outros periféricos à agricultura, como sementes, maquinários, serviços de irrigação e de fertilização, são possibilidades de atender esse setor de forma indireta. Porém, seriam mais bem empregados os recursos que fossem diretos ao campo produtor. Não nos esqueçamos da pecuária e da avicultura. Um pequeno criador de galinhas, sediado em Orange e de origem russa, passou seu pequeno negócio de 100 dúzias por semana para 500, isso em menos de 2 anos produzindo.
Como o brasileiro conhece muitos empregados com qualidades agropecuárias, além da facilidade de trazer empregados qualificados para viver aqui, não é má ideia comprar uma pequena propriedade rural e trazer alguns dos nossos agricultores para começar a plantar e criar animais com uso comercial. Basta evidentemente atender a legislação do departamento de agricultura, o que não é muito diferente de qualquer lugar do mundo. Porém, um grande plus é a assistência que o Estado dá aos pequenos e médios produtores. Seja na forma de planejamento, seja na forma de assistência técnica.
Na fábrica de queijos a que me referi acima, o FDA – Food and Drug Administration – tinha um funcionário em período integral, vigiando e ajudando na inspeção dos produtos até que tudo estivesse dentro das normas do Estado.
Em termos de financiamento, os pequenos e médios negócios podem ser rapidamente financiados pelo SBA dentro de projetos de até $5 milhões. Também há uma verba federal – eu acredito – para o financiamento de plantações. Lembro que projetos de até $500mil, em certas áreas de desenvolvimento do Estado da Flórida, são passíveis de qualificar para o visto de investidor (EB-5). Um bom advogado de imigração o ajudará a escolher o projeto certo se estiver precisando de visto para tornar-se residente legal dentro do país.
No site do FDA – www.fda.gov, existe uma variedade de informações e todos os requisitos para importação, produção e comercialização dos produtos agrícolas. Vale conhecer mais essa opção de investimento antes de tomar a decisão de comprar o posto da esquina.
Antonio Romano
www.atlanticexpress.com
antonioromano@gmail.com