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Harmonizando pratos brasileiros
A riqueza e diversidade da gastronomia brasileira trazem à tona sabores e influências que colocam em cheque os nossos conhecimentos enológicos padrões, como peixes combinar com vinhos brancos e carnes vermelhas com vinhos tintos. Confira abaixo algumas sugestões de harmonizações que enaltecem as maravilhosas comidas brasileiras, de leste a oeste, de norte a sul
Edição de maio/2019 – p. 36
Harmonizando pratos brasileiros
Moqueca
Esse tradicional prato costeiro, normalmente de peixe e/ou camarão sempre leva em suas variadas receitas 3 ingredientes indispensáveis: cebola, tomate e coentro. Por isso o vinho ideal deve levar essas nuances de sabor em consideração – nada muito suave, mas também nada que “cale” o perfil do prato.
Logo, uvas típicas da região de Veneto formam os pares ideais: Corvina, Rondinella, Molinara, Corvinone, dentre outras, normalmente encontradas num Valpolicella, vinho tipicamente menos amadeirado, rico em notas florais.
Pato no Tucupi
Tradicionalmente, pratos com carne de pato harmonizam bem com vinhos tintos suaves e aromáticos, de uvas como Pinot Noir, Sangiovese e Grenache. Porém quem já teve o privilégio de experimentar o verdadeiro Pato no Tucupi, sabe que a base de mandioca e os temperos indígenas mudam completamente o padrão de sabor associado à ave. Levando isso em consideração, a melhor pedida de vinho é um belo Torrontés argentino, de acidez moderada e aromas de Damasco e Pêssego, duas frutas que apesar de não estarem presentes na receita, se revelam no mix de cores e sabores desta joia amazônica.
Pão de Queijo
Iniciemos pelo fato que nada se compara ao verdadeiro pão de queijo mineiro, feito com os maravilhosos queijos da região. Porém é inegável que esses mesmos queijos apresentam sabores extremamente similares ao queijo Parmeggiano italiano, ou sua versão mais popular: o parmesão. Desta forma, vinhos com taninos um pouco mais fortes, caem super bem com esse lanchinho da tarde que pode rapidamente se tornar um delicioso aperitivo para o jantar. Sugerimos Syrrah francês, que tem características de frutas vermelhas escuras, mas com um certo tempero, já que notas de pimenta do reino e cravo são claramente destacadas nesta uva.
Acarajé
Se você entende a diferença entre um acarajé e um acarajé quente, essa dica é especialmente para você. Poucos pratos apimentados conseguem reproduzir toda a riqueza de sabores presentes no acarajé, que une ingredientes tão tipicamente do Nordeste: do feijão Fradinho ao azeite de Dendê. Do vatapá aos camarões secos. Mas o que “fecha” o prato, são as deliciosas pimentas baianas. Por isso o vinho que traz à tona o melhor desse prato é um igualmente tradicional Riesling seco alemão, particularmente da região de Mosel.
Feijoada
Antes de mais nada, como Sommeliers, reconhecemos que não há melhor harmonização de bebida para uma feijoada que uma boa caipirinha. Entretanto, como nosso papo é sobre vinho, não poderíamos deixar de dar uma recomendação que consideramos justa e adequada a esse ícone da gastronomia brasileira. Tendo em mente que se trata de uma receita rica em gordura e sabores fortes, um vinho ideal deve não só “casar” bem com o paladar, mas também com o processo de digestão. Por esta razão recomendamos espumantes de Shiraz australianos, que apresentam taninos, ainda que suavizados, e efervescência que “amortece” os efeitos dos ingredientes do prato.
Há muitos outros deliciosos e marcantes pratos da gastronomia brasileira que valem a pena ser testados com vinhos de todas as partes do mundo, e como sempre, recomendamos e encorajamos a experimentação: como apontamos acima, os vinhos servem não só para complementar aromas e sabores, mas também texturas e até funções fisiológicas. Considere ingredientes, clima, horário do dia, dentre outros fatores que podem transformar a experiência enológica em algo ainda mais prazeroso, sem ater-se tanto às regras e padrões preestabelecidos. Cheers!