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Fortalecimento da economia resgata prestígio de Obama
O país está crescendo, o desemprego diminuiu, o petróleo ficou mais barato, voltou a haver um clima de otimismo nos Estados Unidos. Outras medidas como o direito do casamento gay, a reaproximação com Cuba são fatores positivos no governo do presidente
Sem maioria no Congresso e aproximando-se no final do segundo mandato, o presidente Barack Obama provocou a oposição republicana com um discurso reafirmando programas que ele não conseguiu implementar, especialmente no campo social. A situação dele melhorou. Em seu discurso pediu ao Congresso uma resolução autorizando o uso da força contra o Estado Islâmico, pois ele quer ampliar os ataques. Também solicitou que o debate político melhore. Em vez de se atacar, os políticos em Washington concordam em discordar. O momento político mudou, pois Obama ganhou a aprovação de metade dos americanos depois de propor reformas na imigração, no controle da poluição industrial, depois de insistir na negociação com o Irã e de reatar relações com Cuba. Outro favor preponderante foi a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, que garantiu a continuação do progranma de saúde conhecido como Obamacare e o direito do casamento gay para casais homossexuais. O presidente disse que a mudança ressalta a igualdade dos norte-americanos. “Quando todos os americanos são tratados como iguais, nós todos somos mais livres”, ressalta.
Mas o que dá impulso ao momento político no governo de Obama é a economia. O país está crescendo, o desemprego diminuiu, o petróleo ficou mais barato, voltou a haver um clima de otimismo nos Estados Unidos. E ele está usando isso para propor reformas que não avançaram antes. Obama quer dar incentivos fiscais para os que ganham menos, e quer criar programas educacionais que protegem os mais pobres e os que estão entrando na classe média.
Obama propõe que a conta disso, de US$ 320 bilhões, seja paga pelos mais ricos, que terão aumento nos impostos, por instituições financeiras, que pagarão taxas de operação mais altas e nos impostos sobre as heranças. Os republicanos são contra qualquer aumento de impostos em geral e não se entusiasmam com a iniciativa de Obama. Resta ver o custo político dessa tomada de posição para eles, porque o argumento do presidente americano é que, enquanto o país fica mais rico, todos têm que se beneficiar.
E após a decisão apertada da Suprema Corte dos Estados Unidos, por cinco votos a quatro, que garantiu o direito do casamento gay para casais homossexuais, os tribunais estaduais não podem mais proibir a união e todos os 50 estados devem obedecer a lei.
Um dos juízes mais conservadores, Anthony Kennedy, escreveu em nome da corte que a decisão é uma esperança para os homossexuais que querem se casar. “As pessoas que querem uma união com o mesmo sexo, já não serão condenadas a viver na solidão, excluídas das mais antigas instituições de nossa civilização. Elas pedem a mesma dignidade aos olhos da lei. A Constituição lhes garante esse direito”.
Antes de se pronunciar na Casa Branca, Barack Obama comentou a decisão em sua conta no Twitter e no Facebook. “Hoje damos um grande passo na busca da igualdade. Agora os casais do mesmo sexo podem se casar”. Ele usou a hashtag #lovewon (o amor ganhou) no Twitter e postou uma foto em seu perfil no Facebook. Milhares de usuários compartilharam a mensagem de Obama.
Na questão imigração, continua o embate entre a Casa Branca e o tribunal que bloqueou a implementação da Ordem Executiva, assinada em novembro do ano passado pelo presidente, que irá beneficiar cerca de cinco milhões de indocumentados. O bloqueio foi sugerido pelos governadores de 26 estados, em sua maioria governados por republicanos, que consideram ilegal a proposta presidencial. A Casa Branca anunciou, então, que apelaria e pediu que a decisão do juiz do tribunal de Brownsville não seja efetivada enquanto o tema não for analisado em profundidade. Enquanto isso, cerca de 11 milhões de pessoas, em sua maioria mexicanos, vivem e trabalham de forma clandestina nos Estados Unidos. Obama continua batendo firme na causa e garante que antes do final de seu mandato haverá solução plausível.
Embaixada em Cuba
Outro tópico importante no governo Obama foi a reaproximação com Cuba, após 53 anos, e a abertura da Embaixada Americana em Havana, ficando oficialmente restabelecidas as relações diplomáticas com os Estados Unidos e que será realizada a cerimônia de abertura da embaixada cubana em Washington. No início do mês, os governos dos Estados Unidos e Cuba anunciaram formalmente sua decisão de restabelecer relações diplomáticas plenas e proceder com a reabertura de suas embaixadas, deixando para trás mais de meio século de ruptura, tensões e desconfiança mútua. O anúncio coroou seis meses de intensas negociações entre os dois países, desde o histórico anúncio de 17 de dezembro sobre o início de uma reaproximação que naquele momento era encarada quase como impossível.
Acordo nuclear com Irã
O Presidente Obama Obama, celebrou o acordo nuclear fechado entre o Irã e seis potências mundiais, incluindo os EUA, no dia 14 de julho mas reforçou que ele não é baseado apenas em confiança entre os países, mas em verificações de que está sendo cumprido.
“Este acordo não está baseado na confiança. Está baseado em verificações. Os inspetores poderão ter acesso nas 24 horas do dia às instalações nucleares iranianas chaves”, disse Obama.
“Todos os caminhos em direção a uma arma nuclear estão cortados”, disse em um discurso à nação a partir da Casa Branca, acompanhado pelo vice-presidente Joe Biden. “Este acordo mostra que a diplomacia americana pode trazer mudanças significativas”, acrescentou.
Obama citou um de seus ilustres antecessores, John F. Kennedy – “Nunca negociamos sob a influência do medo, mas nunca temos medo de negociar” -, para ressaltar que o texto assinado em Viena demonstra que a diplomacia americana pode trazer “mudanças reais e significativas, mudanças que podem fazer com que este país e o mundo sejam mais seguros”.
Obama, que considerava este acordo uma das prioridades de sua política externa, advertiu o Congresso americano contra uma eventual rejeição “irresponsável” do mesmo.
“Pensem no que poderia ter acontecido sem este acordo”, disse, em uma mensagem aos congressistas, antes de insistir no risco que representaria uma corrida armamentista nuclear na “região mais instável do mundo”.
“Não duvido nem por um instante que, dentro de 10 ou 15 anos, a pessoa que ocupar a Casa Branca estará em uma posição muito melhor com um Irã afastado das armas nucleares”, completou.