Flórida aperta o cerco contra imigrantes; ONGs, agora, na mira de investigações  

O sistema federal “E-Verify” para identificar status de imigração dos trabalhadores será mais rígido, diz documento

O relatório do júri estadual, de 146 páginas, solicita uma série de medidas para tentar conter a imigração ilegal, dizendo que “caberá à Flórida e a outros estados ajudarem-se, pelo menos no curto prazo.” ONGs serão investigadas

Da Redação – O “Supremo Tribunal da Flórida” endurece o jogo e recomenda medidas mais austeras contra imigrantes indocumentados em todo o estado. Foi publicado um relatório do júri nesta semana, que inclui apelo a novas tentativas de reprimir as empresas que contratam pessoas em condições de ilegalidade perante a lei – SB 1718 –, em vigor desde o dia 1º de julho de 2023. ONGs também são alvos de investigações, “pois recebem dinheiro federal para ajudar imigrantes indocumentados”, diz o documento. 

O relatório do júri estadual, de 146 páginas, solicita uma série de medidas para tentar conter a imigração ilegal, dizendo que “caberá à Flórida e a outros estados ajudarem-se, pelo menos no curto prazo”. Portanto, empresas que contratarem indocumentados serão investigadas.


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“Aprendemos que, na verdade, muitos moradores da Flórida são – assim como éramos antes de iniciar esta investigação –, quase perigosamente ingênuos e inconscientes da verdadeira magnitude e malevolência da indústria da imigração ilegal”, disse o grande júri no relatório. “O que descobrimos foi, em diferentes momentos, preocupante, perturbador, deprimente e motivo de grande indignação”, relata o documento.

O júri, formado no ano passado a pedido do governador Ron DeSantis, também emitiu quatro relatórios que investigam uma vasta gama de questões, tais como os esforços para impedir os empregadores de contratar imigrantes indocumentados. A exigência de que empresas com 25 ou mais funcionários usem o sistema federal “E-Verify” para verificar o status de imigração dos trabalhadores.

O relatório apela à abordagem de questões relacionadas com o licenciamento de empreiteiros gerais. Aponta lacunas nas quais os construtores “simplesmente transferem toda a responsabilidade pela verificação da elegibilidade dos funcionários para trabalhar para terceiros – geralmente um subcontratado ou uma agência de recrutamento. Existem ‘subcontratantes de subcontratantes’ em alguns projetos.”

Atuação de ONGs

O júri também criticou duramente algumas agências não governamentais, ou ONG, que recebem dinheiro federal para ajudar imigrantes indocumentados. O relatório alegou que “várias ONGs obstruíram ativamente a nossa investigação, recusando-se a fornecer as informações solicitadas e recusando-se a responder a algumas perguntas diretas. Essas ONGs não operam verdadeira ou exclusivamente como organizações humanitárias”, diz o relatório.

O documento também destaca atenção quanto a remessas em dinheiro enviadas por imigrantes nos EUA para outros países. Alerta que esses envios podem estar ligados a atividades criminosas, como lavagem de dinheiro e tráfico de pessoas. O júri recomendou que a Flórida cobrasse uma taxa significativa por transações envolvendo dinheiro que saísse do estado com destino a outros países.

No ano passado, DeSantis pediu ao “Supremo Tribunal” que aprovasse a composição do grande júri, enquanto ele e o procurador-geral Ashley Moody se concentravam principalmente nas questões de imigração. 

Moody, entre outras coisas, assinou ações judiciais contra a administração do presidente Joe Biden, que desafia as políticas fronteiriças federais. Criticar as políticas federais também fez parte da campanha presidencial de DeSantis. O grande júri foi convocado no “Décimo Circuito Judicial”, composto pelos condados de Polk, Hardee e Highlands. O grande júri estava previsto para terminar em 1º de novembro, mas em agosto o “Supremo Tribunal” aprovou a prorrogação do seu mandato até abril de 2024.



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