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Flórida, apesar de seu impressionante poder de atrair visitantes e turistas, ainda é um dos últimos colocados em matéria de iniciativas e empreendedorismo. O estudo que a Universidade de Nebraska realiza todo ano – de domínio público – é publicado pelo “U.S. Department of Labor and U.S. Department of Commerce and U.S. Patent and Trademark Office”, e baseia-se em cinco diferentes indicadores para chegar ao resultado final.
São computados:
1.Crescimento no número de estabelecimentos ou negócios;
2.Crescimento no número de estabelecimentos por habitante;
3.Formação de novos negócios (por número de habitantes);
4.Novas patentes por milhares de habitantes;
5.Média de renda por habitante não relacionada à agricultura.
O estudo feito pela Universidade de Nebrasca monta índice médio para cada um dos componentes e depois os qualifica pela média de todos os indicadores. Parece complicado, mas a ideia é mostrar resultados mais apurados do crescimento do país do que o que é mostrado na TV, baseado somente no número de desempregados e criação de empregos.
A tabela mostra como o país é rico em estados criadores de novas empresas, novas patentes e crescimento de renda. São estados que não atraem turistas como Norte Dakota, o quarto do ranking, e que trabalham para o crescimento da sua economia, independente do “chororó” dos candidatos desse ou daquele partido.
Quando o turista vem para a Flórida, principalmente o brasileiro que não é bem informado, pensa que o país está em dificuldades, porque os moradores que trabalham reclamam de salários e de desemprego. Esse turista acaba extrapolando esses dados para todo o país e concluindo que os Estados Unidos estão mal. Não é bem assim. Uma crise localizada em certo setor ou em determinado estado não se reflete em toda a economia como catástrofe, é muito mais o provocador de flutuação dos índices econômicos do que uma crise generalizada.
Por esses índices, os dirigentes do Estado da Flórida procuram de toda maneira corrigir as falhas para poder melhorar a performance do Estado. Na região de Orlando, o governo está se dedicando a promover o crescimento da indústria hospitalar com a criação do Medical City, o que representa $3bilhões de investimentos que tendem a trazer resultados de médio e longo prazo para tentar reverter a curva de falta de empreendedores e aumentar a média de renda dos trabalhadores, criando vagas para os mais qualificados e melhor remunerados.
Na região de Lake Mary, implantou-se uma área de desenvolvimento tecnológico há 6 anos e já se pode sentir a melhora nas condições demográficas daquela área, casas mais caras e negócios de melhor qualidade.
Não há motivo para se desprezar números. Não se pode também confiar só neles, mas quando um governo tem números para basear-se e medir seu desempenho, sua probabilidade de acertar nas decisões aumenta proporcionalmente a confiabilidade desses indicadores.
Em matéria de investimento e de retorno, a Flórida seguramente fornece grandes oportunidades no decorrer do tempo. É melhor estar investindo em um local onde a economia ainda está se formando do que em territórios onde não há mais espaço para negócios e inovações. Aproveite para investir onde a qualidade de vida é uma das mais altas no mundo com chance de grandes retornos.
Antonio Romano
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