Ex-São Paulo, Juninho faz planos de naturalização para defender os EUA

Ex-São Paulo, Juninho faz planos de naturalização para defender os EUA

Há cinco anos nos Estados Unidos, volante dos Los Angeles Galaxy enxerga seleção americana como caminho mais fácil para realizar o sonho de ir à Copa do Mundo

Juninho é um dos destaques dos Los Angeles Galaxy, dos Estados Unidos (Foto: LA Galaxy/ Divulgação)
Juninho é um dos destaques dos Los Angeles Galaxy, dos Estados Unidos (Foto: LA Galaxy/ Divulgação)

Pelas ruas de São José dos Campos, interior de São Paulo, Juninho é um cidadão comum. Na cidade onde nasceu e foi criado, é para muitos apenas mais um joseense. Assim acontece se circular por qualquer lugar do Brasil. Somente os mais fanáticos por futebol o parariam na rua para tirar uma selfie ou, até mesmo, pedir um autógrafo. Segundo ele, uma realidade um pouco diferente da que vive nos Estados Unidos, onde joga há cinco anos e é um dos destaques do Los Angeles Galaxy, ex-time de David Beckham.

Com três títulos da MLS (Major League Soccer), o volante diz ter mais reconhecimento na “Terra do Tio Sam” do que no Brasil. Não chega a ser semelhante ao prestígio dos atletas de basquete, futebol americano ou beisebol. Mas, com o crescimento do “soccer” no país, passou a ser mais conhecido. A diferença de realidades faz o jogador de 25 anos, irmão do atacante Ricardo Goulart, pensar em se firmar, de vez, nos EUA. Sonha em disputar uma Copa do Mundo. E vê a seleção norte-americana como um caminho mais fácil para atingir a meta.

– Manifestei a minha vontade de jogar pela seleção americana. Acho que está bem mais próxima a seleção de lá do que a brasileira. Pelos cinco anos que estou lá, pelo conhecimento da Liga, das pessoas… Convivi muito com o Donavan. Ele sempre me abria a cabeça. Ela não está tão distante – comentou o jogador.


______continua após a publicidade_______

seguro


No Brasil, Juninho começou a jogar futebol na escolinha Moreira Sport’s, berço também do volante Casemiro, em São José dos Campos. Aos 15 anos, transferiu-se para as categorias de base do São Paulo. Ficou lá até os 20 anos, quando, já integrante do time profissional, foi emprestado ao Los Angeles Galaxy por meio de uma parceria antiga entre o Tricolor e o Los Angeles. Ficou um ano emprestado e, na sequência, foi comprado em definitivo.

Juninho diz estar feliz nos Estados Unidos. Comemora o crescimento do esporte no país e as oportunidades que já teve por lá. Uma delas foi jogador ao lado de atletas como David Beckham e Landon Donovan.

– O Beckham, mesmo com 37 anos, puxava fila, fazia treinamento físico… Fazia tudo o que um jogador jovem faz. É surpreendente. Você olhava o cara do seu lado e via que estava cansado como você, dedicando como você. Onde a gente passava, o Beckham era um cara lembrado. Tinha sempre honras para ele do país. Foi um grande parceiro, é um grande amigo meu. Foi um prazer enorme poder atuar ao lado dele. Jogar três anos ao lado dele foi uma honra. – destacou.

Astros nos EUA

O crescimento do futebol (ou soccer) nos Estados Unidos é algo que vem sendo alcançado nos últimos anos. Apesar de Pelé ter atuado nos EUA na década de 1970, foi no fim dos anos 1990 e começo dos anos 2000 que o esporte passou a ganhar mais espaço. Com a criação da MLS e a chegada de jogadores conhecidos, vem crescendo no país. Em 2007, a contratação de David Beckham pelo Los Angeles Galaxy voltou as atenções do mundo para o futebol norte-americano. Fato semelhante aos que aconteceram recentemente.

Kaká e o Gerrard, por exemplo, acertaram em 2014 a transferência para disputar o nacional dos EUA nesta temporada. Ronaldo Fenômeno é outro que está apostando as fichas no soccer, ao ser o novo sócio-proprietário do Fort Lauderdale Strikers, da Flórida, que disputa a NASL. O torneio é considerado a segunda liga mais importante dos Estados Unidos. O espanhol Raúl, ídolo Real Madrid, vai disputar a competição pelo New York Cosmos. O pentacampeão Kléberson atua pelo Indy Eleven.

Juninho vem acompanhando de perto o crescimento do esporte no país. Segundo ele, os jogos do Los Angeles Galaxy costumam ter, em média, 20 mil torcedores nas arquibancadas. A rotina de treinos também é diferente. Apenas uma atividade por dia e um treino coletivo por semana. O jogador ressalta que o futebol ainda tem mais pontos a crescer nos EUA, como a qualidade dos times. Vê a ida de famosos para lá como importante para isso e mais outros aspectos.

– Estou lá desde 2010. Quando cheguei, a Liga era boa, mas não tinha tantos estrangeiros com uma qualidade maior. Esperava um nível maior, um nível melhor quando cheguei. Vi que estava bem no começo. Tomei um choque, fiquei meio surpreso. Apesar de ter jogadores como o David Beckham, o Donavan, os demais eram atletas de universidade, que vinham para complementar. Mas ela foi crescendo com o tempo. Com as chegadas de astros, como Gerrard, Lampard, o Kaká, a Liga só tem a ganhar, a crescer.

O volante vê o impacto das chegadas de Kaká e Gerrard como semelhante ao anúncio de David Beckham em 2007.

– Espero que os brasileiros possam apreciar um pouco mais a nossa liga com a chegada do Kaká. Acho que ele tem tudo para dar certo lá também. (…) Atletas ingleses, de peso, também vão trazer muita visibilidade. Todo mundo vai querer saber: “Onde está o capitão da Inglaterra (Gerrard)?”. Os ingleses vão começar a dar mais valor para a liga. Pensando por este lado, foi bem estudado isso – comentou.

Fonte: globoesporte.globo.com



____________________publicidade___________________

seguro

anuncie