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EUA testaram armas biológicas em ilha japonesa nos anos 1960
Exército norte-americano dispersou fungos em plantações de arroz; alvo dos experimentos era China, revelam documentos
O exército dos Estados Unidos conduziu testes com armas biológicas na ilha japonesa de Okinawa durante a década de 1960. De acordo com documentos revelados, os EUA também empreenderam os mesmos experimentos em Taiwan.
Segundo documentos secretos publicados neste domingo (12/01) pela agência de notícias japonesa Kyodo, forças norte-americanas levaram a cabo os experimentos ao menos doze vezes em campos de cultivo de arroz para entender como a arma afetava a plantação. “Acredita-se que os EUA tinham a China e a região do sudeste asiático em mente ao desenvolver tais agentes biológicos”, noticia a agencia japonesa, que diz ter obtido acesso aos papéis.
Os EUA utilizaram um patógeno vegetal que infecta a planta de arroz, causando consequência desastrosas à plantação. O fungo prende-se à planta, lesiona seu caule e sua folha e depois se reproduz. Uma única lesão pode gerar milhares de esporos em apenas uma noite; um ciclo completo de uma semana pode devastar a plantação.
De acordo com os documentos publicados, os testes com armas biológicas renderam “informações úteis” aos Estados Unidos no contexto internacional do auge da Guerra Fria.
Convenção internacional
Em 1969 — depois de um acidente químico que deixou dezenas de oficiais norte-americanos doentes —, os EUA descartaram seu arsenal de armas biológicas e descontinuaram seus testes em Okinawa.
Seis anos depois, em 1975, Washington assinou uma convenção internacional contra a produção e a posse de armas biológicas.
O governo dos EUA já havia revelado a existência de testes com armas biológicas na época; mas apenas nos territórios norte-americanos de Porto Rico (território sem personalidade jurídica dos EUA) e também nos estados de Utah e Havaí.
O arquipélago de Okinawa, no sul do Japão, esteve sobre controle norte-americano desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, até o ano de 1972. Atualmente, abriga mais da metade dos cerca de 48 mil soldados norte-americanos estacionados no Japão.
A presença dos EUA na região é uma fonte constante de instabilidade: são comuns delitos cometidos por oficiais em serviço, além da perturbação causada pelos voos militares na região.
Fonte: operamundi.uol.com.br