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EUA: negociação com republicanos progride e acordo pode sair nesta 6ª
Há clima de otimismo nos Estados Unidos para que a crise orçamentária do país tenha uma solução neste sexta-feira. Na quinta, o deputado republicano Pete Sessions se disse esperançoso que seus partidários da Câmara dos Deputados e o governo do presidente Barack Obama possam chegar a um acordo sobre o financiamento do governo federal e o aumento do limite da dívida americana.
Sessions, presidente do Comitê de Regulamentação da Casa, afirmou que “ao longo das próximas horas”, a Casa Branca e os republicanos da Câmara vão trabalhar para “definir parâmetros para ver se podemos fazer progressos.”
Mais cedo, Obama e líderes republicanos realizaram um encontro considerado “útil” para destravar a negociação sobre o aumento do teto da dívida, mas sem alcançar ainda um acordo para resolver a paralisação parcial da administração.
Pela primeira vez desde o início da paralisia do governo, há dez dias, tanto a Casa Branca como líderes da oposição pareceram avançar rumo a uma negociação orçamentária que permita elevar o teto da dívida, sete dias antes que se alcance esse limite, e reabrir a burocracia federal.
A bancada republicana, que sofreu uma queda nas enquetes por causa da paralisia, ofereceu um plano que estende por seis semanas o teto da dívida nacional, em uma espécie de concessão encaminhada a permitir uma negociação orçamentária ampla.
Obama se reuniu primeiro com os democratas no Senado e depois com um grupo de 20 negociadores republicanos da Câmara, determinado a conseguir uma trégua.
“Após uma discussão sobre possíveis caminhos, não se tomou uma determinação específica. O presidente espera seguir fazendo um progresso contínuo com membros de ambos partidos”, disse a Casa Branca em comunicado, ao término da reunião de aproximadamente uma hora e meia com os republicanos.
“A meta do presidente continua sendo assegurar que pagamos as contas nas quais incorremos, reabrir o governo e retornar ao assunto do crescimento da economia, da criação de empregos e do fortalecimento da classe média”, especificou a nota.
A reunião com os republicanos incluiu o vice-presidente Joseph Biden, o secretário do Tesouro, Jack Lew, o chefe de Gabinete da Casa Branca, Denis McDonough, e seu “número dois”, Rob Nabors.
O presidente da Câmara, John Boehner, não fez comentário algum ao sair dessa reunião, o que gerou especulações sobre o fracasso dos contatos.
No entanto, o líder da maioria republicana na Câmara, Eric Cantor, disse que a reunião foi “útil” e ambas partes decidiram “continuar as discussões”.
“Continuaremos esta noite e esperamos ter uma via mais clara mais para frente”, disse Cantor.
Por sua vez, o escritório de Boehner informou que durante a reunião, os republicanos apresentaram sua proposta, designaram os negociadores de um plano orçamentário, começaram as discussões para a reabertura do governo e concordaram em continuar o diálogo.
“Não foram tomadas decisões definitivas; no entanto, foi uma conversa útil e produtiva… os republicanos da Câmara seguem comprometidos com as negociações de boa fé com o presidente, e nos agrada que tenha havido oportunidade de iniciar um diálogo construtivo”, declarou a nota.
Horas antes, o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, comentou ao sair da reunião com Obama que não haverá acordo orçamentário mais amplo, como exigem os republicanos, a menos que estes tomem medidas para destravar o governo.
O plano de Boehner depende de que Obama aceite negociar um acordo orçamentário de longo prazo, e não resolve a paralisação parcial do governo.
O jornal “The New York Times” afirmou que Obama “rejeitou” a oferta republicana, mas nem os republicanos nem a Casa Branca confirmaram esse dado.
Por sua parte, os republicanos do Senado, que amanhã se reunirão com Obama, promovem seu próprio plano para reabrir o governo e aumentar o teto da dívida por até três meses.
O ponto morto nas negociações se deve em parte ao fato de muitos republicanos insistirem em condicionar a reabertura do governo a maiores cortes fiscais, enquanto a Casa Branca deixou claro que Obama “não pagará um resgate” em troca que o Congresso cumpra seu trabalho de aprovar um orçamento e elevar o teto da dívida.
Em paralelo ao vaivém de negociações, os democratas lançaram uma campanha propagandista nas redes sociais na qual culpam líderes republicanos pela paralisação parcial do governo, que há dez dias afeta cerca de 800 mil funcionários públicos.
Fonte: terra.com.br (com informações da Reuters e da EFE)