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Estudante preso nos EUA por falsa ameaça a voo volta ao Brasil
Ele foi preso em janeiro de 2014, quando embarcava de Miami para o Brasil. Francisco enviou para a polícia americana emails com ameaça ao voo.
O estudante brasileiro que ficou um ano preso nos Estados Unidos, depois que mandou emails alertando para falsas ameaças de bomba em um avião, já está em Sorocaba, no interior de São Paulo. Francisco Fernando Cruz disse que não sabia que estava cometendo um crime.
A viagem de volta para casa foi longa. Francisco passou dois dias sem dormir. Ele deixou o aeroporto de Atlanta, nos Estados Unidos, parou no Aeroporto Internacional Tom Jobim , no Rio de Janeiro, onde se encontrou com a mãe, e embarcou para Viracopos, em Campinas. O estudante e a mãe seguiram de ônibus até Sorocaba, onde a família mora.
Franciso foi preso em janeiro do ano passado no Aeroporto de Miami, quando estava no avião, prestes a embarcar para o Brasil. Um dia antes, ele enviou para a policia americana e para uma empresa aérea brasileira emails com ameaça ao voo em que ele mesmo estaria. “Voo não deve decolar. Marcado. Vai cair. Retaliação. A carga é perigosa. Estejam avisados”, dizia a mensagem.
A polícia de Miami rastreou o email e descobriu que ele foi enviado da Universidade de Montclair, em Nova Jersei, e teve acesso às imagens do terminal usado por Francisco. O brasileiro estava há dois anos nos Estados Unidos, onde trabalhava e estudava marketing.
O sonho de se formar nos Estados Unidos terminou por causa de um brincadeira com amigos. Francisco diz que foi desafiado a fazer algum alerta para a polícia americana sobre o voo que pegaria. “Um grupo de amigos online, a gente fazia desafios um com o outro, foi isso”, relata.
Por causa da brincadeira de mau gosto, o estudante ficou quase um ano preso. Passou por dois presídios americanos e depois foi transferido para um centro de imigração onde ficou por três meses. Antes de voltar para o Brasil, foi algemado e depois escoltado durante todo o voo. Só ganhou a liberdade ao ser apresentado à Policia Federal, no Rio de Janeiro.
“Se eu esperasse tudo isso, eu nunca teria feito o que eu fiz, eu não esperava que fosse… Eu não sabia nem que era um crime e mesmo que eu soubesse que era um crime eu não esperava uma sentença tão grande assim”, diz o estudante.
Quem também sofreu bastante foi a mãe do jovem, Claúdia Cruz, que chegou a ficar três semanas sem notícias do filho: “Agora é futuro, voltar a estudar, tudo que ele tinha que pagar já pagou. Vamos tocar nossa vida para frente”.
Por causa da deportação, o estudante não pode voltar aos Estados Unidos nos próximos dez anos. Mas bastou um dia para que ele aprendesse a lição: “Eu sempre vou pensar duas vezes, três vezes, quatro vezes, várias vezes, mas eu já tinha aprendido a lição no primeiro dia, nunca mais fazer isso”.
Fonte: g1.globo.com