A intenção dos mentores da nova escalada política de ex-primeira dama é que não se repitam os erros que frustraram suas aspirações presidenciais em 2008
Da Redação
Hillary Clinton iniciou campanha para recrutar antigos assessores do Presidente Barack Obama com intuito de reforçar o seu time para o embate presidencial que prevê uma “guerra” de forças, pois os Republicanos repudiam a ex-secretária de Estado e apostam que ela não irá emplacar. Estratégia infundada, pois o índice de aprovação de seu trabalho no Governo Obama lhe dão munição o suficiente para mudar os rumos da política no país. Uma operação minuciosa, agregando simpatizantes e fortes empresários, vem tomando pulso nos bastidores dos Democratas, em aliança à ex-primeira dama. A intenção dos mentores da nova escalada política de Hilary é que não se repitam os erros que frustraram suas aspirações presidenciais em 2008. Portanto, a trajetória para 2016 é o segredo mais mal guardado nos Estados Unidos. E é dada como certa que, salvo a força maior, que ela estará na Casa Branca, mas desta vez, como presidenta.
Para suceder Barack Obama, Hilary recorreu à mulher responsável por fazer de Michelle Obama a primeira-dama americana mais popular desde Jack Kennedy. Trata-se da ex-chefe de comunicação da mulher de Obama, a relações públicas Kristina Schake, o grande trunfo da equipe de marketing de Hillary. Com Michelle, Kristina testou algumas táticas arriscadas, mas bem-sucedidas, como por exemplo a ida da primeira-dama à loja de departamentos Target, nos subúrbios de Virgínia, e o debochado tutorial de como mães dançam durante participação no talk show “Late Night With Jimmy Fallon”.
O “The New York Times”, publicou que Kristina se inspirou na obra de Caravaggio, o pintor italiano que sempre retratava Jesus Cristo descalço, uma metáfora de simplicidade. A mesma reportagem relembra à corrida presidencial de 2008 para explicar a escolha de Kristina. Na época, os assessores de Hillary decidiram apostar em sua longa experiência política como estratégia de marketing. A decisão foi apontada como um erro, responsável por reforçar sua imagem elitista e afastá-la dos seus eleitores – ela acabaria perdendo a indicação do Partido Democrata para Barack Obama. Outro nome cogitado para a campanha é o de John Podesta, assessor de Obama e antigo chefe de gabinete no governo de Bill Clinton.
Hillary Clinton é, provavelmente, a primeira mulher que tem possibilidades reais de se tornar presidenta dos Estados Unidos, mas, se vencer as primárias, não será a primeira mulher a disputar as eleições. A pioneira foi Victoria Woodhull, do Partido dos Direitos Iguais, em 1872 – ou seja, há 143 anos. Woodhull foi também a primeira mulher a comandar uma corretora de ações em Wall Street, junto com sua irmã, e uma das primeiras mulheres a criar uma publicação, o “Woodhull & Claflin’s Weekly”, em 1870. Tinha 33 anos quando foi candidata, e seu companheiro de chapa foi Frederick Douglass, escritor e político abolicionista que teria sido o primeiro vice-presidente negro da história.
Além de ser fundadora de um grupo de defesa às crianças e às famílias do Arkansas e de ter dado início ao projeto de saúde pública que hoje é conhecido como Obamacare, Hillary se mostrou uma das Secretárias de Estado mais influentes da história recente do país. Coube a ela abrir caminho, por exemplo, para a retomada das conversas dos Estados Unidos com o Irã, quando ocupava o cargo de secretária de Estado. Ela é a mulher mais admirada, criticada e analisada da História dos Estados Unidos e, apesar de ser uma figura pública há 37 anos, aos 67, Hillary Clinton quer, mais uma vez, seduzir o país.
Arquivos expostos
Quem nos Estados Unidos não se sente familiarizado com a vida de Hillary e Bill Clinton? Eles sobreviveram a muitas coisas sob os olhares do público desde 1977, um ano antes de Bill ser eleito governador do estado do Arkansas. Parte dos arquivos de Hillary como primeira-dama já se tornaram públicos e documentos de sua confidente Diane Blair, falecida no ano 2000, estão disponíveis na Universidade do Arkansas. As aventuras sexuais de seu marido estão ali expostas com todos os detalhes. A própria Hillary lembra a raiva contra seu marido e mentor depois do escândalo Monica Lewinsky, as ameaças de divórcio e as sessões de terapia de casal. Vinte e dois anos depois, após um mandato como senadora e quatro anos à frente da diplomacia no governo Obama, ela permanece onipresente aos olhos do público.
Hillary Diane Rodham nasceu em 26 de outubro de 1947 e se criou em uma casa de classe média em Park Ridge, subúrbio de Chicago. Sentia adoração pela mãe, Dorothy, mas descreveu o pai, Hugh (descendente de imigrantes galeses), como uma pessoa rígida. Hugh Rodham impôs sua ética à filha Hillary e, inclusive suas convicções conservadoras ligadas ao Partido Republicano. A família é metodista e Hillary se manteve próxima a esta igreja na atualidade. Na década de 1960, à medida que avançavam seus estudos, Hillary conheceu de perto as lutas pelos direitos civis e pela igualdade de gênero. Em 1969, foi estudar Direito na prestigiosa Universidade de Yale e conheceu Bill Clinton, um loiro alto que mudaria o curso da sua vida. Em 1974, Hillary instalou-se brevemente em Washington e rapidamente foi morar com Clinton no Arkansas. Enquanto Bill preparava seu caminho para o cargo de governador deste estado, Hillary se incorporou a um respeitado escritório de advogados.
Outros presidenciáveis
Existem agora três legisladores que entram na disputa presidencial. Pelo Texas o senador Ted Cruz e o senador Rand Paul, que correm para a nomeação republicana, e um terceiro, representante da Flórida, o senador Marco Rubio, que entrou na corrida recentemente. Já o senador republicano Lindsey Graham, da Carolina do Sul, e o independente Bernie Sanders, senador de Vermont, também estão cogitando a disputa presidencial.
As mulheres na Presidência
A diplomata Kolinda Grabar-Kitarovic se tornou a primeira mulher presidente da Croácia ao vencer as eleições recentemente, com uma margem pequena de votos. Ela é um membro conservador da União Democrática Croata, que pressionou pela independência do país da ex-Iugoslávia, em 1991. Foi ministra das Relações Exteriores e assistente do secretário-geral da Otan. No Brasil, Dilma Rousseff foi a primeira mulher eleita presidente em 2010. Após uma disputa acirrada, ela conseguiu mais um mandato em 2014, em meio a críticas de setores da esquerda e da direita. Pediatra de formação, Michelle Bachelet foi reeleita presidente do Chile em 2013 com uma margem expressiva de votos. Seu primeiro mandato durou de 2006 a 2010.
Cristina Kirchner, da coligação de esquerda Frente para a Vitória, é a primeira presidente eleita da Argentina. Antes dela, no entanto, Isabel Perón ocupou a presidência – de 1974 a 1976 – após a morte de seu marido, Juan Domingo Perón. Cristina também sucedeu seu marido, Nestor Kirchner, que cumpriu mandato presidencial de 2003 a 2007 e faleceu em 2010. Já Catherine Samba-Panza se tornou prefeita da capital da República Centro-Africana, Bangui, em 2013. Pouco depois, ela foi eleita presidente interina no país – a primeira mulher a ocupar o cargo. Já conhecida como executiva e advogada corporativa de sucesso, ela é considerada politicamente neutra e pediu o fim da violência sectária no país em seu discurso de vitória.
Ex-pesquisadora científica, Angela Merkel se tornou a primeira mulher chanceler da Alemanha em 2005. A revista americana “Forbes” a elegeu como a mulher mais poderosa do mundo em 2014. Seu apelido, “Mutti” (“mamãe” em alemão), teria sido criado por oponentes de seu partido, o CDU, para tratá-la de forma condescendente. No entanto, a brincadeira se tornou uma poderosa arma em sua campanha. Já Marie Louise Coleiro Preca sucedeu George Abela e se tornou a nona presidente de Malta e a segunda mulher a ocupar o cargo. Ela tinha 55 anos quando assumiu a Presidência no ano passado, o que a torna a chefe de Estado mais jovem que o país já teve. Antes de ser eleita, ela foi ministra da Família e Solidariedade Social.
Apoio a Hilary
Um Comitê em prol à Campanha de Hilary Clinton será montado em Orlando, com apoio de líderes comunitário e do “Jornal Nossa Gente”. As informações sobre a trajetória política de ex-primeira dama serão divulgadas em nossas edições. Acompanhe.