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Estejamos contentes
AGO/2016
“Tendo porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes”. Paulo (I Timóteo, 6:8)
O ensino de Paulo a Timóteo parece muito rigoroso. Difícil de ser aplicado. Entretanto, é necessário considerar a realidade daquela época, e o fato de tratar-se de pessoas dispostas a se dedicarem totalmente à divulgação, pela palavra e pelo exemplo, dos ensinos do Mestre Jesus. O sustento e o agasalho, ou seja, o estritamente necessário para atender às necessidades do corpo. Paulo, como é sabido, dedicava-se à atividade de tecelão. Mesmo em viagem, obtinha, com o seu trabalho, os recursos para sua manutenção, “para não ser pesado a ninguém”. Evitava o profissionalismo religioso, conservando-se independente para a nobre tarefa de ensinar.
O aprendiz do evangelho, hoje, por mais desapegado que seja, necessita da moradia e de algum recurso para atender às necessidades próprias e de sua família. A recomendação de Paulo ao seu discípulo nos alerta quanto à necessidade do desapego dos bens materiais. Considera Emmanuel que “o monopolizador de trigo não poderá abastecer-se à mesa senão de algumas fatias de pão. O proprietário da fábrica de tecidos só pode usar alguns metros de tecido, para a confecção de sua roupa. Não é recomendável esperar o banquete, a fim de oferecer algo ao faminto; nem reclamar um tesouro, para ser útil ao necessitado. A caridade não depende da bolsa; nasce do coração. Ser previdente é correto, mas não subordinar a prática do bem ao cofre recheado”.1
A propósito, vem-nos à mente a estória do sábio que ensinava a muitos e, buscando vivenciar o que ensinava, desfez-se de tudo que possuía. Vendeu todos os seus bens, distribuindo-os aos pobres e só conservou o livro que estimava. Dormia onde lhe ofereciam abrigo, alimentava-se com o que lhe davam; vivia com simplicidade sem nada possuir, além do livro de estimação. O rei, sabendo daquele mestre e dos seus ensinos, convidou-o a morar, por algum tempo, no palácio, para aprender com ele. O sábio aceitou o convite, com a condição de residir em aposento simples, fora do palácio, mantendo seus hábitos. Certo dia, o rei convidou-o para um passeio e quando voltavam constataram que um incêndio havia acabado com o palácio e as dependências próximas, nada restando do que lá estava. O rei aceitou o fato com naturalidade e informou ao companheiro: felizmente o que tenho aprendido com o senhor me leva a aceitar o ocorrido, sem grande dificuldade, embora valores elevados e documentos preciosos tenham sido destruídos. Entretanto, o sábio, muito irritado, reclamava ter perdido o seu livro precioso, não se conformando com o acontecido. Passado o momento de maior emoção, o hóspede do rei refletiu sobre o comportamento de ambos e pediu para continuar morando, próximo ao palácio, por mais algum tempo, pois percebeu que ele é quem devia aprender com o rei.
O apego se manifesta nos grandes, como nos pequenos.
Às vezes achamos que, quando tivermos um ganho mais alentado, ou quando nos aposentarmos, ou quando desfrutarmos de uma situação econômica mais sólida poderemos nos dedicar à causa do bem comum. Porém, essas situações desejadas podem não chegar; ou, se chegam, a meta pode ser colocada mais adiante, e nunca estamos prontos ao trabalho no Bem.
Posses desnecessárias, disse alguém, são cargas desnecessárias. As necessidades das pessoas não são as mesmas; o que queremos dizer é que qualquer coisa, além do necessário, tende a tornar-se uma carga. É como o viajante que chegou à margem de um rio e, para atravessá-lo construiu uma canoa. Atravessou o rio e, como a canoa ficara ótima, não quis abandoná-la. Resolveu levá-la consigo, embora sabendo que não mais necessitaria dela.
Há um viver a ser doado, ao invés de obtido. Emmanuel, finalizando a página em que analisa o versículo citado de início1, convida: “Estejamos alegres e auxiliemos a todos os que nos partilhem a marcha, porque, segundo a sábia palavra do apóstolo, se possuímos a graça de contar com o pão e com o agasalho para cada dia, cabe-nos a obrigação de viver e servir em paz e contentamento”.
Bibliografia:
1 – XAVIER, Francisco C./Emmanuel, Fonte Viva – Cap. 9
2 – Doze Passos Rumo à Paz Interior – Peregrina da Paz, tradução de Luiz Antônio Milleco
José Argemiro da Silveira
Autor do livro: Luzes do
Evangelho, Edições USE