Entrevista com os autores Rosane Svartman e Paulo Halm

Entrevista com os autores Rosane Svartman e Paulo Halm

Foto: Rosane Svartman e Paulo Halm
Foto: Rosane Svartman e Paulo Halm

Vocês já têm um histórico de trabalho juntos, como a consultoria de Paulo Halm no longa “Desenrola” e ‘Malhação’ em 2012, escrita em parceria com Glória Barreto. Como é agora assinarem a série juntos? A presença das artes é alguma identificação pessoal de vocês?

Rosane: O Paulo (Halm) vem do cinema e, na minha opinião, é um dos maiores roteiristas do Brasil. Foi meu grande consultor no filme “Desenrola” e um dos roteiristas da temporada 2012. Sempre achei um privilégio tê-lo na equipe e agora conseguimos assinar juntos um projeto. Temos em comum gostar do universo adolescente e de falar diretamente com esses jovens e todos que estão a sua volta.

Paulo: Eu sempre quis trabalhar com essa faixa etária e acredito que na TV tem mais espaço e se chega mais fácil neles. Coincidiu também de termos esse gosto pelos musicais e pelo mundo lúdico. Nós temos um raciocínio muito parecido e seguimos a mesma linha para escrever os roteiros. Está sendo muito divertido e prazeroso.


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‘Malhação Sonhos’ tem uma trama diferenciada que foge do tradicional mundo escolar. Como foi esta escolha?

Rosane: Na temporada de 2012 percebi que chamavam mais atenção do público os momentos lúdicos da trama, como o sarau, a semana de cultura e as atividades extracurriculares nos finais de semana. Além do prazer de criar essas cenas. E usamos esse mundo fantasioso das artes para criar o contraponto, que é a luta. Os esportes também estão muito presentes na vida dos adolescentes hoje em dia. São situações metafóricas que representarão dilemas e questões com as quais os jovens se identificam. Nesta temporada enxergamos outra possibilidade de discutir a juventude que não seja necessariamente o ambiente familiar ou o da escola.
Para desenvolver a trama, contamos com uma excelente equipe de redatores composta por Marcio Wilson, Nathalia Sambrini, Diego Miranda, Juliana Lins, Claudia Sardinha, Fabrício Santiago e pela pesquisadora Renata Lacombe.

Paulo: Na Ribalta e na Academia de Lutas do Gael temos adolescentes convivendo com jovens um pouco mais velhos. A escola ainda existe na série, mas não é mais o centro de ações. Temos vários ingredientes para contar os dilemas do cotidiano de tantas escolhas, como dança, luta e música. Essa busca pelos sonhos é o diferencial: eles devem se aperfeiçoar e melhorar, mas não é simples. Vão enfrentar diversos obstáculos para conquistar aquele objetivo. É nesse ponto que apresentamos a superação dos jovens.

Os adultos têm grande destaque e importância na série. Eles também estão atrás dos sonhos deles. Como a busca dos jovens os influencia?

Rosane: Os pais e professores estão vendo que os filhos e alunos estão vivendo, crescendo, e isso repercute diretamente na vida deles. Seja para lidar com esses dilemas dos jovens ou para também irem atrás de seus sonhos.

Paulo: Eles também estão nessa experiência de serem pais ou educadores. Querem saber como agir e, de certa forma, serão motivados a seguir seus desejos, o que vai impactar na vida dos jovens envolvidos.

Qual é a grande chave dos sonhos desses jovens?

Rosane: A grande questão desta ‘Malhação’ é a busca por esses sonhos. Eles têm sonhos diferentes e são de universos distintos. A juventude é uma fase de descobertas e buscas que impactam todos que estão a sua volta. E de construção também. O ser humano se projeta a vida inteira.

Paulo: Eles estão vivendo esse momento de correr atrás das coisas, e a vida é exatamente isso, a busca por tudo aquilo que se deseja. É uma trama que se encaixa em qualquer momento, na infância, juventude, fase adulta e idosa. É fácil se identificar com a busca pelos sonhos e até mesmo se inspirar nessa vontade alheia e seguir o seu caminho também. Temos também o núcleo mais popular, de Marechal Hermes, que traz a questão da superação, pessoas que têm origem humilde e querem conquistar o sonho a qualquer custo.

Os personagens têm perfis bem diferenciados. Podem falar mais sobre essas personalidades?

Rosane: Eles são muito humanos e possíveis. Não criamos nenhum vilão. Claro que têm alguns que são mais maldosos, mas eles também têm um lado bom. Como todos nós. Eles apresentam as qualidades e defeitos.

Paulo: As histórias vão se explicando ao longo da trama, sobre as atitudes, medos e alegrias dos personagens. Existe um porquê de cada um ser dessa maneira. Como as atitudes estranhas do Cobra, interpretado pelo Felipe Simas, e da Jade (Ana Julia Dorigon), que foi inspirada no filme “O Cisne Negro”.

Esse estilo mais musical foi inspirado em séries de sucesso?

Rosane: Vamos fazer de forma original, para usar esse lúdico como forma de busca pelos sonhos. E para criar temos sim referências de Glee, Fame, Karate Kid etc.



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