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Entrevista com o diretor de núcleo de “Verdades Secretas”, Mauro Mendonça Filho
O primeiro trabalho como diretor foi em 1990, a minissérie ‘A.E.I.O. Urca’, de Doc Comparato e Carlos Manga. Mauro Mendonça Filho tem formação em comunicação, cinema, artes dramáticas e direção de teatro. Dirigiu ‘Dona Flor e Seus Dois Maridos’, ‘Gabriela’, ‘O Astro’, ‘Dupla Identidade’ e ‘Amor à Vida’. Os dois últimos foram os trabalhos mais recentes do diretor e pelo ‘O Astro’ recebeu o prêmio Emmy Internacional.
O elenco de ‘Verdades Secretas’ passou por uma preparação intensa, bem antes das gravações começarem. Como foi esse processo?
Nós ensaiamos por três meses. O elenco jovem, principalmente Camila Queiroz, Ágatha Moreira e Gabriel Leone, ensaiaram um pouquinho mais. A Camila, por exemplo, nunca tinha feito nada na TV, embora tenha um enorme talento e muita disciplina. Fizemos uma preparação completa, envolvendo um trabalho corporal e de voz e workshops. Eu fiz leituras com o grupo e realizamos ensaios que foram gravados em vídeo para analisarmos as evoluções. Já a turma mais experiente entrou um pouco mais tarde, e participou de outra etapa da preparação, que durou 45 dias. Foi um ótimo processo. Eu tenho bagagem de teatro e estou acostumado a ensaiar. A câmera de televisão é um funil. Você comprime o seu arquivo para passar naquele buraquinho. Esse buraquinho é a lente, é o áudio, é tudo! Com o tempo, você vai chegando no personagem, no jeito de andar e falar, no texto, no tom. Não dá mais para perder um tempo no set para o ator “pegar” o personagem. No set, ele tem que fazer de cara, logo no primeiro dia. Esse tipo de trabalho será, cada vez mais, comum no meu processo de trabalho. Esses resultados dão segurança em cena.
Você falou na Camila Queiroz, a protagonista da história. Embora seja o seu primeiro trabalho como atriz , parece que a personagem Arlete/Angel foi escrita para ela. Como Camila foi encontrada?
Ela estava fazendo curso de teatro em Nova York e trabalhando como modelo lá. Nós fizemos uma busca no Brasil, em Los Angeles, em Nova York e em Londres. Quando a pessoa tem uma verdade, é um dom desta pessoa. A Camila é verdadeira. É uma pessoa séria, profissional, trabalhadora. E está trabalhando para se desenvolver como atriz, para fazer este trabalho. Ela sabe da responsabilidade do papel, tem gana e coragem. E está inteira. Foi a Bruna Bueno (produtora de elenco) que a descobriu. Não poderia ter alguém mais perfeito para o papel. Camila tem cara de menina, mede 1,78m, tem formação de modelo, passarela e fotografia. E tem emoção. Obviamente que trabalhamos este talento. Mas a verdade ela já tem. Ela tem uma carreira gigante pela frente.
‘Verdades Secretas’ vai abordar temas delicados e complexos. Que tipo de tratamento esses assuntos terão dentro do set?
São assuntos que estão aí. Não existe um voyeurismo nesses temas, nem nenhuma bandeira para levantar. Tampouco há excesso de compaixão ou de crítica. Vamos mostrar que a barra pesada existe, e existe para todo mundo. Por mais que tenhamos uma história que trate do mundo da beleza, vamos mostrar que por trás deste universo há uma coisa muito dolorosa, doída. Há um preço para tudo. Tivemos a preocupação de fazer tudo com a elegância, que é a melhor forma de equilibrar assuntos delicados. Além de bom gosto, senso de ética e respeito.
Mais uma vez você e Walcyr Carrasco estarão juntos. O que esse autor tem de tão especial que o estimule a fechar novas parcerias?
Walcyr é um cara que consegue falar sobre temas delicados como se estivesse em uma mesa de bar. O texto flui. Acho até que a grande virtude dele são os assuntos delicados. Há uma verdade. Aquilo poderia estar acontecendo ou você já ouviu algo parecido. Não há um didatismo em falar de assuntos complexos.
‘Verdades Secretas’ está trazendo para a TV um formato inovador na forma de gravar as cenas. É possível afirmar que há uma proximidade maior com o cinema?
Houve uma revolução na TV mundial, formato que podemos ver nas séries americanas, seja no roteiro, nos assuntos tratados, na fotografia… O seriado é o híbrido mais importante, que mistura TV e cinema. A exigência do público é muito grande em querer acreditar que aquelas histórias são de verdade. E isso nos obriga a desenvolver novas linguagens. As nossas novelas são críveis e muito bem realizadas, mas é sempre bom aprimorar. Em ‘Verdades Secretas’ usamos lente fixa no estúdio. São lentes de cinema no estúdio. É um trabalho para dar realismo, para que o público não faça distinção entre estúdio e externa.
A novela tem algum cuidado especial no que se refere à fotografia, uma vez que há uma aposta na imagem?
A gente buscou na fotografia um “colorido dark”. Parece ser uma proposta estranha, porque quando se fala em dark, a pessoa normalmente pensa em preto e branco. Mas usamos cores expressionistas, bem jovens. Cores ácidas, tons de verde, azul, roxo, laranja. Eu acho que São Paulo é uma cidade bastante colorida, alegre. É uma cidade divertida. Um lugar para curtir. É o tom que a gente está dando a essa cidade, pulsante, cheia de guetos, becos e lugares diferentes, com atitudes diferentes. É um colorido dark de São Paulo.
Você falou muito em juventude. Isso também aparecerá na trilha sonora?
Claro. A trilha, cujo produtor é João Paulo Mendonça, é jovem, mais pop. Temos um universo jovem da moda, que conversa com o que é pop, rock’n roll, tecno, blues e soul.