Embalagens de alimentos vão sofrer a maior alteração em 20 anos nos EUA

Embalagens de alimentos vão sofrer a maior alteração em 20 anos nos EUA

O governo americano quer facilitar a leitura e o entendimento dos rótulos nutricionais das embalagens para ajudar os americanos a fazer escolhas mais saudáveis na hora de se alimentar. O anúncio foi feito pela primeira-dama, Michelle Obama, a porta-voz de iniciativas saudáveis da administração. Para ela, os rótulos atuais são muito difíceis de serem decifrados.

Raquel Krähenbühl, correspondente em Washington
Michelle Obama visitou creche para promover novo programa REUTERS/Jonathan Ernst
Michelle Obama visitou creche para promover novo programa
REUTERS/Jonathan Ernst

Entre as principais alterações, o valor calórico deve aparecer maior e mais ressaltado, o açúcar deve ter mais destaque, e o tamanho das porções deve aumentar. Tudo para representar melhor como e o que os americanos comem, além de apontar o que deveriam estar comendo. As atualizações devem refletir os novos dados científicos sobre a relação entre dieta e doenças crônicas, como a obesidade.

Ao anunciar as mudanças, Michelle afirmou que agora “os pais serão capazes de ir ao supermercado, pegar um produto e entender se ele é bom ou não pra sua família”. O público vai ter 90 dias para comentar as mudanças antes do rótulo final ser desenvolvido e os fabricantes vão ter dois anos para aplicar as alterações, que devem custar cerca de US$ 2 bilhões.

Um valor pequeno se comparado com o custo da obesidade aos cofres públicos – todos os anos o custo médico é de quase US$150 bilhões. Mais de um terço da população americana (35,7%) é obesa.


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Bom exemplo

Na tentativa de reverter esse problema para a saúde pública, a primeira-dama vem priorizando o combate à obesidade infantil – já que as crianças obesas são cinco vezes mais propensas a serem obesas e desenvolverem doenças ligadas à obesidade na vida adulta.

Por isso, desde 2010, através do programa “Let’s Move”, Michelle vem trabalhando com governos, comunidades, setor privado, escolas e pais para estimular as crianças a terem hábitos mais saudáveis – se exercitarem mais e comerem melhor. Nessa semana, por exemplo, ela anunciou novas regras proibindo a propaganda de comida processada e refrigerante nas escolas.

Todos esses esforços somados a outras mudanças de hábitos dos americanos podem explicar a primeira queda em décadas da obesidade entre crianças de baixa renda em 19 estados, além do declínio surpreendente de 43% da obesidade entre crianças de 2 a 5 anos na última década.

Fonte: RFI



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