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A vida ideal desenrola-se dentro de nós. Chegamos sozinhos e encontramos um mundo pronto. Pronto para nos acolher, para enriquecer nossa experiência, para dividir conosco suas próprias experiências ou, simplesmente, para enriquecer sua própria experiência através do contato conosco.
Dentro desse mundo pronto, buscamos encontrar o nosso. Nossas experiências serão a indicação do caminho que iremos viver, onde descobriremos nossas próprias rotas, que se ajustarão, ou não, às rotas que já estão prontas. Ás vezes, descobrimos que nosso caminho, traçado internamente, é único e autoajustável.
Outras vezes, conformamo-nos pelo bem da inclusão no mundo com regras previamente estabelecidas, que tiram o melhor de nós e impõem-nos as dores da conformação e da aceitação, pela simples troca de sermos aceitos e amados.
A dor inexplicável de ser diferente, de querer mais, de necessitar o fino ajuste final, que traz a harmonia e afasta a dor, aquela dor que sempre se fez presente, quieta, calada, mas sempre presente, que nunca nos permitiu entender, consegue o melhor de nós.
Consegue nos mostrar que nossa realidade interior é enganadora. Nossa realidade só se torna perfeita através da descoberta do mundo que nos cerca. Esse mundo, que encontramos aqui quando chegamos e pelo qual faremos uma passagem efêmera, é a realidade que precisamos abraçar.
Quando chegamos, já estávamos sendo esperados com todas as realidades pré-existentes, desafiantes, realidades necessárias, destinadas a nos moldar ou ser moldadas por nós. Prontas para crescer através de nossa experiência ou para nos esmagar, diante de nossa impossibilidade total de adaptação.
O mundo já estava pronto antes de nós. Quando aqui chegamos, o desafio estava lançado, as estrelas brilhavam, o sol aquecia, e as possibilidades de crescimento ou falha total já eram parte dominante do cenário total. Tudo estava à nossa espera, sendo-nos oferecido. A nós, só cabia escolher o caminho.
O caminho à nossa espera é igual para todos. Apesar de não entendermos bem, todos recebem, ao chegar, o mesmo quinhão, em face das expectativas de nossa alma e das possibilidades que temos de realizar os resultados. As possibilidades são entregues a nós para fazermos a escolha. Alguns podem trilhar o caminho com facilidade e criar uma história de sucesso, dedicando-se a dar forma a sua vida, apenas arrumando as pedras do caminho. Outros escolhem rumos mais difíceis, tentando descobrir a razão das pedras em seu caminho.
Outros, ainda, dedicam-se a descobrir como fazer para evitá-las ou talvez, quem sabe, trabalhar com elas, tentar comprendê-las, ajustar-se e aprender com a existência e os ensinamentos das pedras em suas vidas. Finalmente, outros, apesar de receber as mesmas possibilidades, têm expectativas menos audaciosas e apegam-se a tendências incapazes de enfrentar desafios.
Então, sem a necessária coragem para desvendar o mistério das pedras no caminho, sucumbem ao poder invencível das pedras e se cansam de lutar. Se apenas abrissem os olhos, resolutos, poderiam vislumbrar o sucesso ali pertinho, ao alcance de seus sonhos… se apenas lutassem um pouquinho mais… a solução viria!