Dura na queda

Dura na queda

Acidentes e contusões não tiraram de Squel Stein a paixão pelo ciclismo BMX

por Luiz Humberto Monteiro Pereira

jogoscariocas@gmail.com

Entrevista com Squel Stein, do ciclismo BMX - Fotos: Montagem de João Kreitlon sobre fotos de divulgação
Entrevista com Squel Stein, do ciclismo BMX – Fotos: Montagem de João Kreitlon sobre fotos de divulgação

Foram muitos tombos. Alguns assustadores e transmitidos ao vivo para todo o planeta. Como o dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em 2011 – que causou uma lesão cervical –, ou o da semifinal das Olimpíadas de Londres, em 2012 – uma forte concussão cerebral. Em ambos, a catarinense Squel Stein deixou a pista de competições de ciclismo BMX de maca, desacordada, e foi direto para o hospital. “Tem quem estar preparado, quanto mais cai, tem que ter mais vontade pra levantar. A gente tenta levantar mais rápido ainda”, ensina. Aos 24 anos, a catarinense do tipo “mignon” – 1,57 m e 50 kg – está em casa, na cidade catarinense de Rio do Sul, se recuperando de mais uma contusão. Coisa normal em um esporte que inclui subir e descer rampas íngremes em alta velocidade e literalmente voar em cima de uma bicicleta. “Eu amo o que faço. Se eu não gostasse, não faria. Eu gosto da adrenalina, dos pulos, do perigo. O medo não existe. Se tivesse medo, não estaria competindo”, explica a ciclista que, enquanto se recupera, cuida do condicionamento físico, visando as Olimpíadas do Rio de Janeiro.


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Jogos Cariocas – Como se aproximou do BMX?

Squel Stein – Conheci o BMX na escola, em Rio do Sul. Estava na quinta série e alguns atletas da época passaram nas salas entregando uns panfletos para divulgar uma corrida de novatos que iria acontecer na cidade. Foi ali que comecei a me interessar pelo ciclismo. Prático desde os 11 anos de idade e, em 2009, eu tive que escolher entre fazer uma faculdade ou me profissionalizar no BMX. Conversei com meus pais e eles me apoiaram na minha decisão. Morei dois anos nos Estados Unidos, entre 2010 e 2011, e fui primeira mulher brasileira a conseguir uma equipe fora do país, o que me ajudou muito. Cresci muito lá fora, foi um grande aprendizado. Tive outros tipos de treinamento. É outra cultura, outro treino de condicionamento físico.

Jogos Cariocas – Como é ser ciclista profissional no Brasil?

Squel Stein – É quase impossível viver do ciclismo no Brasil. Falta mostrar mais da modalidade para os brasileiros, mostrar o que é o ciclismo, que é um esporte de verdade. Faltam patrocinadores. Eu faço parte do Time Nissan, que é um grupo de atletas de várias modalidades patrocinados pela marca de automóveis japonesa. Acredito que muitas outras empresas brasileiras possam patrocinar ciclistas, mas falta interesse. Alguns atletas até conseguem, mas é muito difícil.

Jogos Cariocas – Quais são seus pontos fortes no esporte? E quais fundamentos precisa aprimorar?

Squel Stein – Acredito que meu ponto forte é a tranquilidade e o foco nas competições. Não deixo que fatores psicológicos me afetem durante ou antes da prova. Sempre devemos nos aprimorar, aprender coisas novas, novos métodos de treinamentos! Aprendi muito com o BMX e aprendo até hoje.

Jogos Cariocas – Como é a sua rotina de treinos, num dia comum?

Squel Stein – Atualmente, estou morando em Rio do Sul, Santa Catarina, me recuperando de algumas lesões e fazendo a preparação física para 2016. Mas minha rotina é correria. Nos dias normais, quando não estou me recuperando de contusões, é treino e mais treino, todos os dias.

Jogos Cariocas – Quais foram os momentos mais importantes da sua carreira?

Squel Stein – Sem dúvida nenhuma, o mais emocionante foi quando eu consegui a vaga olímpica em 2012! Conquistei muitos títulos nacionais e internacionais, ganhei muitos prêmios também. O mais importante foi ser finalista no mundial de 2012. Sou a única brasileira a chegar em uma final de mundial e isso é muito importante não só pra mim mas também pra história do BMX.

Jogos Cariocas – O fato de estar em casa pode representar uma vantagem para os atletas brasileiros? Ou será que pode atrapalhar?

Squel Stein – Correr em casa é muito bom! Se um campeonato brasileiro já motiva, imagina as Olimpíadas?! Com certeza será um fator positivo para todos os atletas!!

Jogos Cariocas – O que achou do Circuito de BMX de Deodoro, onde será disputada a prova olímpica?

Squel Stein – É uma pista muito técnica. Eu achei espetacular! No primeiro evento-teste, foram observados alguns erros, mas nada que não possa ser corrigido. Tenho certeza que tudo estará perfeito em agosto de 2016!

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