De barriga para cima

De barriga para cima

Especialista no nado de costas, Guilherme Guido chega embalado à reta final das Olimpíadas do Rio

por Luiz Humberto Monteiro Pereira

jogoscariocas@gmail.com

Nadador Guilherme Guido, representante brasileiro na modalidade 100 metros nado de costas - Foto: arquivo pessoal
Nadador Guilherme Guido, representante brasileiro na modalidade 100 metros nado de costas – Foto: arquivo pessoal

A especialidade de Guilherme Guido, o nado de costas, evidencia um dos atributos que faz dele um dos físicos mais admirados do mundo esportivo – seu abdômen bem definido. O “tanquinho” já rendeu matérias em publicações de “fitness” nacionais e estrangeiras – em algumas, chegou a ser cotado como uma “promessa de muso” da Rio 2016. Mas o foco desse paulista de Limeira, 29 anos, 1,93m de altura – casado e pai de Lorenzo, de 3 anos, e Maria Clara, de 4 meses – é outro. Ele quer fazer bonito no Estádio Aquático Olímpico, no Rio de Janeiro, em agosto. “Prefiro me ver como campeão dentro das piscinas. A forma física é uma consequência do meu trabalho duro nos treinos”, tergiversa “Guidão”, como costumam chamá-lo os colegas da seleção brasileira de natação. Ele atualmente ocupa a décima colocação no ranking mundial no nado de costas e está classificado para os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro nas modalidades 100 m costas e como integrante da equipe brasileira dos 4X100 m medley.


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Será a segunda experiência olímpica de Guilherme, que esteve nos Jogos de 2008, em Pequim, onde terminou em 20º nos 100 metros costas e em 14º no revezamento 4X100 metros medley. Quatro anos depois, ficou de fora dos Jogos de Londres. “Naquele ano, fui treinar em Barcelona com um técnico que tinha uma filosofia de treino bem diferente ao que estava acostumado. Treinava muito mais aeróbico, cerca de 14 km por dia. Isso fez com que eu perdesse a minha característica de velocista”, justifica o nadador do Esporte Clube Pinheiros, que é patrocinado pelos Correios e pela Vadox, além de fazer parte do Programa de Alto Rendimento do Exército Brasileiro e de receber a Bolsa Pódio do Ministério do Esporte. Para voltar ao cenário olímpico no Rio de Janeiro, Guilherme colecionou resultados expressivos. Em piscina olímpica, de 50 metros, Guilherme é recordista sul-americano dos 100 m costas e do revezamento 4×100 m medley, bicampeão dos Jogos Pan-Americanos nos 4X100 m medley e bronze nos 100m costas no Mundial de Istambul, em 2012. Nas piscinas de 25 metros, no Campeonato Mundial de Natação em Piscina Curta de 2014, em Doha, conquistou a medalha de ouro nos 4X100 m medley e nos 4X50 m medley. Nessa última prova, que não é disputada nas Olimpíadas, a marca de 1m30s51 permanece como recorde mundial.

Jogos Cariocas – Como se aproximou da natação?
Guilherme Guido – Aos cinco anos, comecei a nadar por indicação médica. Eu tinha sérias crises de bronquite e o esporte foi indicado como o melhor tratamento. Percebi que poderia seguir a carreira na natação após a minha primeira medalha, aos 10 anos de idade. Aos 15, eu já era profissional.

Jogos Cariocas – Quais são seus pontos fortes?
Guilherme Guido – Acredito que tenho bastante foco e procuro dar sempre o máximo para alcançar os meus objetivos. Preciso melhorar o meu trabalho em grupo. A natação é um esporte individual, mas pensar como um time ajuda muito!

Jogos Cariocas – O que mais gosta em praticar a natação?
Guilherme Guido – Sou literalmente viciado nesse esporte. Não conseguiria ficar sem ouvir o som das braçadas batendo na água. Por ser um esporte contra o relógio, temos que tentar evoluir a cada dia. E isso me torna bastante metódico.

Jogos Cariocas – Como é a sua rotina de treinos?
Guilherme Guido – Treino em São Paulo, no Esporte Clube Pinheiros. São 8 horas por dia, sendo 4 horas dentro da água e mais 4 horas de preparação física. Isso se repete de segunda à sexta. No sábado, é um treino só na parte da manhã. Domingo não tem treino!

Jogos Cariocas – Como estão suas chances para as Olimpíadas de 2016?
Guilherme Guido – Estou treinando pra quebrar pela primeira vez a barreira dos 53 segundos. Nadar na casa dos 52 segundos me daria uma boa chance de estar na final dos 100 m costas. Estando na final, acredito que, da raia 1 à raia 8, todos têm chance de medalha!

Jogos Cariocas – Como avalia a estrutura da natação para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro?
Guilherme Guido – A piscina do Estádio Aquático Olímpico, na Barra da Tijuca, ficou realmente muito boa. Tivemos a oportunidade de nadar lá há dois meses e deu para ter uma ideia de como vai ser nas Olimpíadas. Competir em casa, sem dúvida alguma, vai ser uma grande vantagem. Poder contar com a torcida a nosso favor será muito bacana!

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