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Curso de verão nos Estados Unidos é ‘vitrine’ para estudar fora do País
Universidades estrangeiras criam programas de verão para jovens do ensino médio que gostariam de, no futuro, estudar na instituição
Fazer universidade no Brasil ou no exterior? A dúvida é cada vez mais comum entre estudantes do ensino médio no País, principalmente depois que aumentou a procura de grandes universidades estrangeiras por alunos brasileiros com bom desempenho acadêmico e que as informações sobre como obter bolsas de estudo se disseminaram.
Nos Estados Unidos, instituições têm selecionado cada vez mais brasileiros para seus programas de verão, que ocorrem entre julho e agosto. O objetivo é mostrar aos potenciais alunos como funcionam as universidades e também buscar jovens de talento.
Diferente dos tradicionais cursos de férias, voltados ao ensino de inglês, esses programas de universidades como Yale, Harvard, Wellesley, Wheaton e Notre Dame são focados nos alunos de ensino médio e oferecem aulas com docentes das universidades, atividades de pesquisa e moradia no câmpus, além de atividades culturais e esportivas.
Os processos seletivos começam agora em dezembro e têm fases semelhantes aos do recrutamento para a graduação. O aluno tem de escrever uma redação contando suas experiências acadêmicas e pessoais e o porquê do interesse pelo curso. Tem de comprovar que sabe falar bem inglês (no mínimo, nível intermediário avançado) e mostrar o histórico escolar, cartas de recomendação de professores e comprovantes de atividades extracurriculares. Em alguns casos, representantes das instituições fazem entrevistas pessoais com os candidatos.
Os custos de cada programa de verão podem variar de US$ 3 mil a US$ 6 mil, mas alunos com boas notas que comprovem que não têm condições de pagar podem conseguir bolsas de até 100%.
Da periferia para o mundo
Foi com uma bolsa integral que Gustavo Torres da Silva, de 16 anos, que cursa o 2.º ano do ensino médio, conseguiu participar do programa de verão da Universidade Yale, o Explo, e conhecer os cursos de Engenharia Mecânica e de Administração na instituição.
Morador do Capão Redondo, na periferia de São Paulo, e estudante de escola pública até o 9.º ano, Torres não imaginava que pudesse um dia estudar no exterior. “Achava que era impossível, mas, depois que eu fui, fiquei com vontade de arriscar fazer a graduação”, afirma. Agora, direciona seus estudos no Colégio Santo Américo, onde é bolsista pelo Instituto Ismart, para os vestibulares americanos.
É também o que faz Pedro Henrique Cardoso Navarro, de 16 anos, que foi neste ano para a Universidade de Notre Dame pelo programa iLED. Ele também é bolsista do Ismart, no Colégio Uirapuru, em Sorocaba (SP). Durante a viagem, aprendeu mais sobre Engenharia – o curso que deseja fazer. Seu foco se tornou estudar em uma universidade estrangeira. “Agora sei que isso será possível se eu me preparar.”
Na prática
Os programas de verão para alunos do ensino médio são uma espécie de “vitrine” dos alunos brasileiros para as universidades e vice-versa. Participar de um curso como esse pode contar pontos no application da graduação (processo de inscrição e seleção de alunos), embora não garanta uma vaga no ensino superior, explicam recrutadores. E os estudantes do Brasil que vão para os EUA têm chamado atenção.
“Recebo avaliações extremamente positivas dos brasileiros que vão para o iLED”, afirma Leticia Foerster, representante do escritório internacional da Universidade de Notre Dame. Nos processos seletivos, é importante que o estudante dê atenção especial para a redação (essay), especificando quem é e contando as experiências acadêmicas e pessoais pelas quais passou.
“Os selecionadores não analisam só o desempenho acadêmico, mas também a vontade do aluno”, explica Anelisa Macedo, recrutadora de Yale, Wellesley e Wheaton. Outras informações:anelisama@hotmail.com (programa Explo) eleticia.foersterarruda.1@nd.edu (programa iLED).
Fonte: d24am.com