Em março, 1.651 brasileiros foram detidos ou expulsos nas fronteiras dos EUA. Desde o início de 2022, já são 6.368 brasileiros flagrados tentando atravessar a fronteira americana – 13,9% a mais do que no mesmo período de 2021
Da Redação
O contingente de brasileiros barrados na fronteira cresce consideravelmente, o que representa um avanço da ilegalidade. Desde o começo do ano, já são 6.368 brasileiros flagrados tentando atravessar a fronteira americana – 13,9% a mais do que no mesmo período de 2021. Com isso, autoridades mexicanas demonstram preocupação e voltam a reforçar a exigência do visto de entrada para brasileiros no país.
Em março, 1.651 brasileiros foram detidos ou expulsos nas fronteiras dos EUA. A quantidade é 1,2% superior aos 1.631 encontros de fevereiro. Os dados são de um levantamento realizado pela “AG Immigration” junto ao “Serviço de Alfândegas e Proteção das Fronteiras dos EUA”.
Encontro é um termo técnico dos órgãos de controle de fronteira e refere-se a dois tipos distintos de eventos: detenções, em que imigrantes são levados sob custódia para aguardarem julgamento; e expulsões, quando eles são imediatamente enviados para seu país de origem ou último país de trânsito, sem serem mantidos em custódia.
Embora a comparação apresente crescimento, os encontros com brasileiros registraram uma acentuada alta justamente a partir de março de 2021, após Joe Biden assumir a presidência, e vêm caindo desde janeiro.
“Em razão da base forte de comparação no ano passado, a tendência é que em 2022 tenhamos muito menos brasileiros sendo detidos ou expulsos. Após o ímpeto inicial, eles estão percebendo que não é apenas porque mudou o presidente que ficou mais fácil entrar nos EUA”, afirma Felipe Alexandre, advogado da “AG Immigration”, escritório de advocacia sediado na Califórnia.
Ucranianos na fronteira
O salto na quantidade de ucranianos detidos na fronteira americana é um reflexo da invasão russa a seu vizinho no Leste Europeu. Desde 24 de fevereiro, quando a guerra foi iniciada, mais de 10 milhões de pessoas foram obrigadas a deixar suas casas na Ucrânia, segundo estimativa da Organização das Nações Unidas, sendo que 4,7 milhões delas fugiram do país.
Como forma de ajudar os ucranianos, o “Departamento de Segurança Interna dos EUA” já havia determinado que eles recebessem o “Status de Proteção Temporária (TPS)”. O instrumento impede que cidadãos da Ucrânia vivendo no país desde 11 de abril sejam deportados ou presos em razão de sua condição migratória. O governo estima que 59 mil pessoas podem se beneficiar da medida.
Durante sua viagem à Europa, no final do mês passado, o presidente Joe Biden afirmou que os EUA aceitariam cem mil refugiados da guerra. A declaração foi dada em um momento em que o sistema de asilo do país já se encontra pressionado pelas centenas de milhares de afegãos que estão sendo admitidos.