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Combata o estresse com amor
Edição de abril/2017 – pág. 38
Em um artigo anterior, escrevi sobre a diferença entre empatia e compaixão. Hoje, escreverei acerca da energia que surge dentro de nós quando ouvimos ou vemos algo difícil… o amor.
Esta manhã, o despertador acordou-me com uma notícia sobre um grupo de muçulmanos, os Rohingyas, que estão em fuga devido a diferenças religiosas, culturais e retaliações mútuas. Eles foram novamente maltratados na nova cidade onde se refugiaram. As Nações Unidas os consideram o grupo mais perseguido do mundo. Eu ainda não estava bem acordada quando recebi a notícia devastadora de como famílias refugiadas foram separadas, torturadas, violadas e forçadas a fugir de Bangladesh. Fiquei deitada um pouco mais, pensando em como nada do meu dia anterior (ou de hoje) me faria entender como deve ser viver nessas condições. Meio atordoada, fui tomar uma ducha com o coração carregado, no entanto, aliviada e grata pela água quente e sabonete que eu tinha. Então, comecei a rezar por eles, desejando-lhes paz e prometi amá-los por intermédio daqueles que atravessarem meu caminho.
Nesta época de política com tantas diferenças e estresse, convido-os a realizarem mais, juntando-se a mim e a repararem como uma história triste como a desta manhã contrasta com tanta beleza e conforto que nos cercam. É importante apreciar e notar. Para nossa saúde mental e dos outros, não basta desejar paz a todos os Rohingyas do mundo, é bom visualizá-la e criá-la em nossas vidas, respeitando e amando as diferenças em nossa família, colegas e vizinhos.
Dalai Lama diz que a “empatia é a qualidade humana mais preciosa”. Dra. Judith Orloff, no seu livro “O Guia de Sobrevivência da Empatia” – The Empath’s Survival Guide -, diz que esse “amor” ou tolerância e compreensão pelos outros podem ser aprendidos.
Todos são dotados de “neurônios-espelhos”, ou seja, células-espelhos, localizadas no córtex pré-motor, que nos fazem entender as bases neurais, ativadas pelas ações dos outros e nos fazem atuar e/ou sentir sentimentos idênticos aos outros. A sinestesia é outro fenômeno parecido, mas ainda mais complexo. Além disso, o coração e o cérebro geram campos eletromagnéticos que transmitem informações sobre o que pensamos e sentimos; pessoas mais sensíveis poderão captar e até se sentirem sobrecarregadas. Por exemplo, se um bebê começa a chorar, outros bebês podem começar a fazer o mesmo. Tanto o pânico como a boa disposição são exemplos de como é simples contagiar todo um grupo com esses sentimentos.
Em nível neuroquímico, também se descobriu que, ao contrário das pessoas extrovertidas, as pessoas mais sensíveis e introvertidas (para se sentirem felizes) precisam de menos dopamina (o neurotransmissor que aumenta a atividade dos neurônios e está associado ao sistema de comportamento motivado à recompensa, ou seja, ao prazer).
Conforme já colocado em um artigo anterior “aparentemente, a compaixão tem benefícios físicos e neurológicos únicos: com compaixão, o sistema neurológico parassimpático desacelera o coração e aumenta o poder de atenção; também o nosso sistema dopaminérgico é estimulado e a oxitocina aumentada (ambos têm a ver com a dinâmica de conexão com os outros, inclusive o enamoramento). Assim, a compaixão equilibra a resposta ao estresse, aumenta a conectividade social e faz-nos mais capazes de cuidar dos outros”.
Feliz Páscoa!
Se quiser comentar ou receber mais informações, telefone-me (inclusive sobre o grupo de apoio para todos os recém-chegados, imigrantes que se sentem sós e desesperados). Para outras dicas ou recomendações, considere os meus dois e-books e vídeo, respectivamente: “Autoestima e Relacionamentos – Segredos Essenciais”, “Autoestima – Ferramentas Indispensáveis” e “Segredos Saborosos Para Um Bem-Estar Físico e Mental”, todos na http://www.ortigao.com/EbooksandVideos.en.html