Cientista brasileiro que descobriu Ômicron entre os 10 mais influentes de 2021

O cientista brasileiro Tulio de Oliveira, que descobriu a variante Ômicron, entre os 10 influentes de 2021

O cientista brasileiro Tulio de Oliveira, que descobriu a variante Ômicron, atualmente trabalhando na África do Sul, foi escolhido como um dos 10 cientistas mais influentes de 2021 pela revista Nature. É mais uma mente brilhante que o Brasil perde pela falta de investimento

Da Redação

Com a fuga de mentes brilhantes do Brasil – indo se estabelecer em outras Nações –, o país comandado pelo presidente Jair Bolsonaro não investe – e também não se beneficia –, de descobertas que podem mudar o mundo. Esse o caso do brasileiro chefe da equipe que descobriu a variante Ômicron, Tulio de Oliveira, que se tornou uma referência entre os cientistas do mundo. Oliveira foi escolhido como um dos 10 cientistas mais influentes de 2021 pela revista Nature.


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A seleção anual tem por objetivo destacar os indivíduos que mais contribuíram com a ciência. Diretor do “Centro para Respostas e Inovação em Epidemias (CERI)” na África do Sul, Tulio ganhou destaque ao chefiar uma das equipes envolvidas na descoberta da nova variante do coronavírus no país e por compartilhar os dados com a “Organização Mundial da Saúde (OMS)” em 24 de novembro.

Para o pesquisador, um dos motivos de ter se destacado foi pela forma com que a descoberta foi comunicada aos políticos do país e pela rápida resposta. Oliveira comenta que o suporte do presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, foi fundamental após a Ômicron ser identificada. A partir desse contato, ele pode falar diretamente com o ministro da Saúde do país, Joe Phaahla, e na televisão.

Segundo o cientista brasileiro, fechar fronteiras, na verdade, não funciona e, além disso, a repercussão negativa gera danos econômicos e psicológicos para a população do Estado em que a cepa foi identificada.

De acordo com Oliveira, existe hoje no G7, grupo composto por Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão e Reino Unido , discussões sobre dar suporte financeiro às novas descobertas no lugar da “punição”.

Oliveira conta que nos último 7 anos, sua equipe, composta por diversos brasileiros, tem trabalhado com vírus comuns no Brasil, como a dengue e a febre amarela, e usa as técnicas aprendidas no país na África do Sul em vírus como HIV e o da tuberculose. Por isso, durante a pandemia foi possível trabalhar com o coronavírus.

Ele lembra que a variante foi identificada em 36 horas, e, após informar o presidente, o ministro da Saúde e ir a público, em 24 horas houve a reunião com a OMS, que classificou a variante como preocupante.

Segundo Oliveira, foi a primeira vez que em horas houve a descoberta, validação e reação mundial. O processo, normalmente, exige um prazo de meses até a resposta, afirma. Com isso, foi possível manter uma baixa taxa de mortalidade.

Falta financiamento

Em relação ao Brasil, o cientista lamenta a chamada fuga de cérebros, quando pesquisadores decidem sair do país em busca de mais oportunidades. “O Brasil tinha avançado muito na parte da ciência, 3 ou 4 anos atrás. Estava com muito financiamento, muito cientista brasileiro sendo respeitado”, disse.

“Infelizmente, se o Brasil não levar a sério a ciência, o que acontece é a fuga de cérebros. Cada vez mais vamos encontrar brasileiros ao redor do mundo que são reconhecidos como cientistas importantes, mas que não têm a condição de fazer a ciência de ponta no Brasil”, completou.



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