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Certeza que é uma casa portuguesa
OUT/15 – pág. 48
Qual a diferença entre “resignação” e “aceitação”? Resignação acarreta um peso; enquanto a aceitação, libera. Existem momentos em nossa vida que devemos distinguir bem uma da outra.
Há anos que trago na alma uma responsabilidade muito grande: uma casa de família, muito velha e enorme, da qual tenho que cuidar na minha terra longínqua e que só posso visitar muito raramente.
A minha mente e coração sempre estiveram cheios de esperanças de poder arranjá-la bem, desfrutar dela e partilhá-la com filho, netos, amigos e, um dia, aí me reformar. Há casas que parecem gente! Que nos falam! Que nos prendem, cujas paredes parecem nos afagar!
Acontece que, depois de muitos anos comprovativos, muito peso no coração e de olhar para um futuro mais realista, não se justifica manter esse sonho (jamais – até um passado recente – julgaria chegar a essa conclusão). Pela primeira vez na minha vida, em relação a esse tema, sinto-me aliviada!
Para chegar, agarrei-me em uma cartolina (qualquer papel teria servido) e escrevi “casa” no meio. De um lado, escrevi tudo o que me liga a ela: porque a quero tanto e o que ela me traz de bom. Do outro, escrevi o contrário: o que me dificulta em mantê-la e continuará a complicar a minha vida (no meio de muitas lágrimas, percebi como estão em causa muitas coisas, inclusive a minha identidade cultural).
Como sempre, fui falando com Deus e Maria. Acendi uma vela durante o”projeto” (senão for religioso, recomendo que medite) e, durante dias, voltei àquele papel, reli-o e reavaliei-o.
Continuei a ouvir o meu coração e espírito. Meditei durante dias. Falei com pessoas de confiança. Só depois aceitei a minha conclusão. Resignação, trar-me-á a tristeza e o rancor. Aceitação, a melancolia, mas a paz.
Conhecem a Oração da Serenidade?
Deus,
Conceda-me a serenidade
Para aceitar aquilo que não posso mudar,
A coragem para mudar o que me for possível
E a sabedoria para saber discernir entre as duas.
Vivendo um dia de cada vez,
Apreciando um momento de cada vez,
Recebendo as dificuldades como um caminho para a paz,
Aceitando este mundo cheio de pecados como ele é, assim como fez Jesus, e não como gostaria que ele fosse;
Confiando que o Senhor fará tudo dar certo
Se eu me entregar à Sua vontade;
Pois assim poderei ser razoavelmente feliz nesta vida
E supremamente feliz ao Seu lado na outra. Amém.
Reinhold Niebuhr
Tenho certeza que não sou a única imigrante com esta história. A todos, desejo força!
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Para mais dicas e recomendações, permitam-me recomendar os meus dois e-books e vídeo: “Autoestima e Relacionamentos – Segredos Essenciais”; “Autoestima – Ferramentas Indispensáveis”; e “Segredos Saborosos Para Um Bem-Estar Físico e Mental”(http://www.ortigao.com/EbooksandVideos.en.html), respectivamente.
Rosario Ortigao, LMHC, MAC
Conselheira de Saúde Mental
407 628-1009
rosario@ortigao.com