A denominada “Caravana de Natal”, com seis mil imigrantes da América Central, marcha em direção à fronteira dos EUA. Em dezembro, cerca de 10 mil imigrantes foram presos por dia na fronteira
Da Redação – Cerca de seis mil imigrantes da América Central, Venezuela, Cuba e outros países atravessaram o México no domingo (24), em direção à fronteira dos EUA. A extensa caravana ocorre poucos dias antes de o secretário de Estado, Antony Blinken, chegar à Cidade do México para elaborar novos acordos para controlar o aumento de imigrantes que buscam entrar no país. O alerta de atenção mobiliza a guarda de fronteira americana.
Isso, segundo grupos de direitos humanos, comprova que todos os esforços entre o México e EUA para conter invasões na fronteira, entre os dois países, são insuficientes. O número de pessoas que se aglomera na tentativa de conseguir asilo politico do governo de Joe Biden, impressiona autoridades de imigração.
A denominada “Caravana de Natal” partiu da cidade de Tapachula, perto da fronteira sul do país com a Guatemala. As forças de segurança assistiram ao que parecia ser uma repetição de tácticas passadas, quando as autoridades esperaram que os manifestantes se cansassem e depois lhes ofereceram uma forma de estatuto legal temporário usado por muitos para continuarem a sua viagem para norte.
No mês de dezembro, cerca de 10 mil imigrantes foram presos por dia na fronteira sudoeste dos EUA. Enquanto isso, a “Alfândega e Proteção de Fronteiras” dos EUA teve que suspender o tráfego ferroviário transfronteiriço nas cidades de Eagle Pass e El Paso, no Texas, enquanto os migrantes viajavam em trens de carga.
As detenções por travessia ilegal ultrapassaram os dois milhões em cada um dos dois últimos anos fiscais do governo dos EUA, refletindo as mudanças tecnológicas que facilitaram aos imigrantes saírem de casa para escaparem à pobreza, às catástrofes naturais, à repressão política e ao crime organizado.
A caravana de domingo (24) foi a maior desde junho de 2022, quando um grupo de extensão semelhante partiu enquanto o presidente Joe Biden recebia líderes em Los Angeles para a “Cúpula das Américas”. Outra marcha partiu do México em outubro, coincidindo com uma reunião de cúpula organizada pelo presidente mexicano, López Obrador, para discutir a crise imigratória com os líderes regionais. Um mês depois, três mil imigrantes bloquearam durante mais de 30 horas a principal passagem fronteiriça com a Guatemala.