Com a alta da gasolina, os brasileiros em Nova York fazem o que podem para economizar, realizando “viagens compartilhadas” ou optando pelo metrô, deixando o carro na garagem. O “Nossa Gente” ouviu algum deles
Da Redação – Bons tempos quando o brasileiro seguia de carro para o trabalho, percorrendo as 47 cidades do Condado de Westchester, em Nova York. Com a disparada dos preços da gasolina, ficou mais difícil manter o veículo na ativa, e diante da necessidade de equilibrar os gastos, a alternativa nas últimas semanas tem sido os trens que percorrem as várias estações de metrô.
E se por um lado há preocupação com atiradores espalhados por todos os cantos, inclusive nos metrôs – dois atentados ocorreram em vagões do metrô em Nova York –, a necessidade de economizar em tempos de combustíveis mais caro é relevante. Não há escolha quando pesa no bolso do trabalhador.
Outra opção que os brasileiros encontraram para economizar foi à viagem compartilhada. Como acontece? Pessoas que trabalham na mesma cidade ou que seguem na mesma direção para outras localidades, dividem assentos em um único veículo – o trajeto acaba ficando mais barato. É a criatividade brasileira em momentos de inflação nos EUA.
Por exemplo, as faxineiras que vão para outras cidades, às vezes para locais distantes de sua moradia, estão dividindo lugares em seus carros, caso da brasileira Valdenice Campos, na cidade de Belo Horizonte (MG).
“As coisas ficaram mais difíceis com os preços absurdos da gasolina. Eu faço faxina com duas amigas, e agora vamos todas juntas para o trabalho, com apenas um carro. Antes, cada uma de nós ia para o local de trabalho com seu carro, ou seja, três carros para o mesmo endereço”, comenta Valdenice.
E diante da necessidade de se adaptar à nova realidade, com a alta da gasolina e o aumento dos preços dos alimentos, o brasileiro faz o que pode para sobreviver a esse período de mudanças. E quem pode, vai de trem para o trabalho, abrindo mão do conforto do seu carro.
“Eu vou de carro até a estação do metrô, deixo meu carro no estacionamento e pego o trem até próximo do meu trabalho. Não dá mais para ir de carro até o trabalho como eu fazia antes. A gasolina ficou cara e temos que economizar”, disse Oswaldo Carvalho, que mora na cidade de Mount Vernon, em Nova York, e trabalha em uma empresa de seguros em Manhathan.
Para a cabeleireira Jacilda Costa, que reside em White Plains e vai trabalhar em um salão de beleza em uma cidade próxima, o carro vai ficar na garagem até que as coisas melhorem. “Pego o metrô às oito da manhã para chegar ao meu trabalho às nove e meia. Antes, quando ia trabalhar com o meu carro, saía e casa às nove horas”, relata.