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Brasileiro é Mediador do ano na Osceola County Courthouse
Wanderley Baldez atua como Mediador em pequenas causas na “Osceola County Courthous”, na incumbência de facilitar acordos extrajudiciais entre autor e réu. Um trabalho reconhecido, que lhe valeu o prêmio de “Mediador do Ano”
Edição de fevereiro/2018 – p. 14
Mediador do Condado 9º Circuito Judicial – Condado de Osceola –, Wanderley Baldez atua em pequenas causas – até cinco mil dólares –, na incumbência de facilitar acordos extrajudiciais entre autor e réu, nas desavenças de condomínio, aluguel atrasado, contas hospitalares, dívidas com o cartão de crédito, entre outras atribuições. Todas essas questões, antes de ir para as mãos do juiz, passam pelo crivo do Mediador que irá atuar de forma conciliatória. “É um processo que requer habilidade para que o impasse seja resolvido amigavelmente, em comum acordo entre ambas a partes – autor e acusado –, posteriormente, a causa segue para o juiz que irá finalizar o acordo, sem julgar”, explica Wanderley.
Único brasileiro a atuar como voluntário na Mediação da “Osceola County Courthous”, em Kissimmee, o advogado Wanderley Baldez tem tido um desempenho exemplar na sua função, o que lhe conferiu no ano passado o prêmio de “Voluntário do Ano de 2017”. A cerimônia realizou-se em 15 de dezembro, com o aval da coordenadora do Programa de Mediação, Donna Dorer. “Fui pego de surpresa quando anunciaram o meu nome, então subi ao palco para receber a homenagem”, lembra o mediador. “O anúncio do ganhador do ano é feito na hora, até então ninguém sabe quem irá receber o prêmio”.
Obtendo até oitenta por cento na solução apaziguadora de casos levados à “Osceola County Courthous”, facilitando o trabalho da Justiça, relata Wanderley que o perfil dessas pessoas é, em sua maioria, famílias latinas, de classe média baixa, incluindo porto-riquenho e até brasileiro. Em dois anos de trabalhos prestados em Kissimmee, Baldez mediou 433 casos. “Trabalho duas vezes na semana – às terças e sextas-feiras –, em período de três horas e meia – da 8h30 às 12h. É importante enfatizar que o Programa de Mediação da ‘Osceola County Courthous’, que dispõe de trinta mediadores – advogados formados em Direito –, completa vinte e cinco anos, é considerado o melhor dos Estados Unidos, o que é motivo de orgulho”, comemora.
“Faço a mediação de brasileiros, têm muitos brasileiros nesse processo, inclusive, fiz a mediação de uma brasileira – a causa é mantida em sigilo –, e tudo ocorreu em inglês, porque ela fala muito bem o idioma, mas, no caso, deu tudo certo”, lembra.
Qual a finalidade da Mediação?
“Muitas pessoas desconhecem o Programa de Mediação e quando são notificadas a comparecer à Corte choram, acham que vão ser presas ou algo assim. Percebo tensão na expressão das pessoas, então procuro apaziguar, fazendo uma explanação inicial de todo processo, lembrando-as de que poderão se retirar depois das minhas explicações, caso não concordem com as condições colocadas. Ninguém vai ser preso, pelo contrário, é um encontro de conciliação entre autor e réu. Explico que não sou o juiz, mas o mediador da causa”, esclarece Wanderley Baldez.
“Têm pessoas que acham que sou o juiz, mas a mediação é um processo consensual, antes de ir para as mãos do juiz de fato. E tudo o que ocorre durante a mediação é extremamente confidencial, o juiz não fica sabendo. O juiz só irá finalizar o acordo, quando no entendimento entre réu e autor. Agora, caso não haja um acerto entre as partes envolvidas, o processo será encaminhado para as mãos do juiz”, complementa.
“Alguns casos envolvem intuição bancária, que repassa a dívida para advogados, no caso de dívidas com o cartão de crédito. Mas a maioria dos casos é resolvida na mediação, posso dizer que oitenta por cento dos casos não são levados à Corte, são acordos extrajudiciais que auxiliam no trabalho da Justiça. Esse processo de mediação ainda não faz parte da realidade brasileira, da cultura do Brasil, o que seria muito viável para desafogar a justiça”, alerta o mediador.
Da redação para os tribunais
Mas o que levou o jornalista Wanderley Baldez , natural de Brasília, formado em Jornalismo pela UniCEUB (Centro Universitário de Brasília), deixar a redação para ingressar na carreira de advogado? Ele trabalhou na Globo de Brasília; foi repórter da TV Justiça, atuando nas emissoras de rádio, Globo e CBN, além estagiar na CNN, e em outras empresas de comunicação, decidiu o momento de parar. “Eu estava cansado de jornalismo, eu queria outros desafios. Sempre tive curiosidade sobre Direito”, justifica.
Em 2007 cursou Ciências Políticas na Universidade de Brasília, também cursando Direito na UniCEUB, formando-se em 2013. E após obter o certificado da OAB, mudou-se para os EUA, oportunidade em que fez Mestrado em Direito, na Universidade da Flórida. “Após o término do Mestrado tive oportunidade de aplicar para trabalhar na ‘Osceola County Courthous’, pois durante o meu mestrado fiz curso de Mediação, de Arbitragem e Negociação na Universidade de Tampa, disciplinas que integravam o Mestrado”, comenta.
Wanderley Baldez tem as seguintes certificações: Árbitro Qualificado da Corte Suprema da Flórida; o Tribunal Supremo da Flórida o certificou Mediador do condado; Mediador Civil do Circuito Supremo da Suprema Corte da Flórida e Programa Certified Guardian ad Litem, 9º Circuito Judicial – Condado de Osceola. Ele escreveu os seguintes artigos: “O Novo Código Eleitoral Brasileiro: um Desafio de Imprensa”, publicado no site da Portugal Digital em 22 de novembro de 2011, e “Tópicos em Direito Penal”, 2014, pela “Alma Literária Editora Ltda”.
Nos momentos de lazer, longe dos compromissos no dia a dia, Wanderley Baldez joga golfe e tênis com amigos, uma oportunidade que encontra para relaxar. “São ocasiões especiais, que me permitem descontrair após dias estressantes e de muito trabalho”, conta. Pai de dois filhos, Tainá Baldez, 25 anos, e Igor Baldez,17 anos – ambos moram no Brasil –, “sempre que é possível nos reunimos, o que é extremamente importante”, finaliza.